As reacções dos partidos de esquerda à candidatura de Centeno à presidência do Eurogrupo são provincianas e submissas à direita.
Provincianas porque tratam o assunto pelo prisma quase exclusivo do «interesse nacional», como se a União Europeia não pudesse ser outra coisa senão um palco para o choque entre egoísmos nacionais, e como se o objectivo primeiro para Centeno devesse ser a curta defesa dos interesses da lusa pátria. Espero que o próprio Centeno não encare com tanto paroquialismo responsabilidades com implicações para 28 Estados e quinhentos milhões de pessoas.
Submissas à direita porque partem do princípio de que a UE só pode praticar políticas de direita, e portanto representam uma abdicação de disputar o poder e de lutar por uma política de esquerda dentro das instituições europeias. Um exemplo do que é possível: António Costa defendeu hoje que a UE pode e deve taxar as grandes empresas transnacionais. É por essa e outras reformas de esquerda na UE que a candidatura do europeu Centeno vale a pena, não pelo campo «nacionalidade» do seu passaporte.
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