João Miguel Tavares assina hoje um texto no Público chamado "O meu problema com a esquerda", onde condescendentemente diz que a esquerda tem problemas com os factos.
Comecei
a ler com uma certa esperança: alguém tinha dado dois passos atrás para
ver as coisas em perspectiva, depois voltando à sua posição e escrito
sobre o que tinha visto. Teria sido um exercício interessante, fosse de
esquerda ou direita.
Perdi a esperança a meio quando ele resume o seu ponto: a esquerda tem problemas com os factos objectivos. Se ele se tivesse dado ao trabalho de pelo menos ler o que diz a malta da esquerda, veria que a esquerda diz exactamente o mesmo: a direita tem problema com os factos objectivos. E diz isso constantemente. Afinal não deu um único passo atrás.
Quantos aos "factos" em si que ele refere, aqueles com os quais a esquerda teria problemas em lidar, e incorrendo no erro de confundir este governo com a direita (é o que tenho mais à mão) apraz-me dizer o seguinte:
"a nossa capacidade de produzir riqueza" - este governo foi o primeiro a deixar um PIB menor do que quando entrou, e deixa ainda um investimento igual ao de décadas atrás;
"de pagar a dívida" - este governo foi o recordista em subida do peso da dívida na economia, e o recordista em falhar metas do défice (12 orçamentos numa legislatura!);
"de influenciar o rumo político em Bruxelas" - este governo foi constantemente referido por vários outros governos, como o que mais se deixava ir com a corrente;
"enfrentar a crise demográfica" - os dados de 2014 acabaram de sair, e Portugal voltou a perder população, voltou a haver dezenas de milhares a emigrarem, e o número de nascimentos está 20% abaixo do que eram quatro anos antes.
Por último, João Miguel Tavares mostra algum desconforto com a frase do Jerónimo (que ele tenta colar a António Costa), “gostava que um economista me explicasse por que é que o défice tem que ser de 3% em vez de 4%”, pessoalmente eu também gostaria que algum economista (que não eu) me explicasse isso.
Adenda: parece que Bagão Félix também não entende os tais 3%, mas felizmente foi à procura, e percebeu que foi escolhido aleatoriamente.
Perdi a esperança a meio quando ele resume o seu ponto: a esquerda tem problemas com os factos objectivos. Se ele se tivesse dado ao trabalho de pelo menos ler o que diz a malta da esquerda, veria que a esquerda diz exactamente o mesmo: a direita tem problema com os factos objectivos. E diz isso constantemente. Afinal não deu um único passo atrás.
Quantos aos "factos" em si que ele refere, aqueles com os quais a esquerda teria problemas em lidar, e incorrendo no erro de confundir este governo com a direita (é o que tenho mais à mão) apraz-me dizer o seguinte:
"a nossa capacidade de produzir riqueza" - este governo foi o primeiro a deixar um PIB menor do que quando entrou, e deixa ainda um investimento igual ao de décadas atrás;
"de pagar a dívida" - este governo foi o recordista em subida do peso da dívida na economia, e o recordista em falhar metas do défice (12 orçamentos numa legislatura!);
"de influenciar o rumo político em Bruxelas" - este governo foi constantemente referido por vários outros governos, como o que mais se deixava ir com a corrente;
"enfrentar a crise demográfica" - os dados de 2014 acabaram de sair, e Portugal voltou a perder população, voltou a haver dezenas de milhares a emigrarem, e o número de nascimentos está 20% abaixo do que eram quatro anos antes.
Por último, João Miguel Tavares mostra algum desconforto com a frase do Jerónimo (que ele tenta colar a António Costa), “gostava que um economista me explicasse por que é que o défice tem que ser de 3% em vez de 4%”, pessoalmente eu também gostaria que algum economista (que não eu) me explicasse isso.
Adenda: parece que Bagão Félix também não entende os tais 3%, mas felizmente foi à procura, e percebeu que foi escolhido aleatoriamente.
1 comentário :
Eu também tenho problemas com a Direita, ou pelo menos com este Governo. Para além daqueles que elencou, tenho problemas que tenha vendido o património do Estado a pessoas ou a regimes pouco recomendáveis, que tenha adiado uma intervenção no BES por motivos políticos e que se prepare agora, se se mantiver no Poder, para vender direitos de prospeção no território nacional (incluindo no Mar), ver a página 120 do programa eleitoral deles, que é coisa sobre a qual curiosamente ninguém fala. Se não pagarmos parte da dívida, ninguém morre, não quero é viver num país exaurido e poluído para satisfazer credores. A boa educação impede-me de chamar pelo nome quem vende o País ao Estrangeiro. Digamos que tal pessoa não é exatamente um Patriota...
Enviar um comentário