Há uma polémica sobre a decisão da Associação Académica da Universidade do Minho ter suspendido as festas académicas (que têm o curioso e amoroso nome de "Enterro da Gata"), em sinal de luto pelo acidente que vitimou três alunos. Respeito esse luto e respeito essa decisão, dentro do paradigma vigente na UMinho em que a praxe faz parte integrante da Academia. Preferia porém que o paradigma fosse diferente: a praxe deveria ser totalmente independente da Associação Académica (no "meu tempo" as associações de estudantes preocupavam-se com outras coisas como propinas e a qualidade no ensino, e não com "tradição académica"). Dentro deste paradigma, o lamentável acidente só diria respeito aos implicados (os estudantes e o condomínio do prédio) e não a toda a comunidade académica. Obviamente poderia haver um luto académico, mas as atividades normais não teriam que ser suspensas, como não foram quando estudantes foram atropelados mesmo à porta do campus de Gualtar. No atual paradigma, a decisão da AAUM é profundamente injusta para os estudantes que não têm e nunca tiveram nada a ver com a praxe (e só para esses).
O paradigma que defendo é totalmente inconcebível no Minho (e não só: em todas as academias que defendem a praxe). Mas, vendo bem, para eles também é totalmente inconcebível que a maioria dos alunos não adira à praxe (quanto muito, uma minoria de "excêntricos", provavelmente "do Bloco" ou "de Lisboa"). Seria bom que pensassem nele. Para começar, seria bom que se tentasse organizar uma alternativa (de preferência com um nome decente) ao "Enterro da Gata". Era isso que eu faria se fosse estudante da Universidade do Minho.
O paradigma que defendo é totalmente inconcebível no Minho (e não só: em todas as academias que defendem a praxe). Mas, vendo bem, para eles também é totalmente inconcebível que a maioria dos alunos não adira à praxe (quanto muito, uma minoria de "excêntricos", provavelmente "do Bloco" ou "de Lisboa"). Seria bom que pensassem nele. Para começar, seria bom que se tentasse organizar uma alternativa (de preferência com um nome decente) ao "Enterro da Gata". Era isso que eu faria se fosse estudante da Universidade do Minho.
3 comentários :
http://www.publico.pt/multimedia/a-experiencia-da-praxe#testimonial-08
Devo dizer que não entendi nada do post, mas gostaria de aproveitar para fazer uma pergunta ao Filipe. Eu vi na televisão uma "benzedura" católica a fazer parte do Enterro da Gata, e perguntei-me, que raio, isto é uma cerimónia académica ou religiosa, e que acontece aos estudantes, que não devem ser poucos, que não são católicos?
É que, pelo que vi na televisão, parece que a dita benzedura era a principal parte do Enterro.
Caro Luís, lamento que não tenha entendido nada do post. Este texto refere-se a uma realidade bem diferente que a que o Luís conhece, no Técnico. No Minho (e na maior parte das universidades fora de Lisboa) a praxe dura todo o ano letivo. E, como refiro, um estudante que não queira ser praxado ou praxar é, quanto muito, "tolerado", mas não é admissível que isso seja a regra. Os estudantes não concebem universidade sem praxe.
A "benzedura" católica não me surpreende nada (embora eu não perceba nada, e nem queira perceber, do "Enterro da Gata"). Há jornais, propriedade da Diocese de Braga, que são os maiores defensores da praxe.
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