domingo, 21 de março de 2010

Revista de blogues (21/3/2010)

  1. «Entre 2003 e 2007 o Ministério Público indiciou dez padres por abuso sexual de crianças. Nesse período, houve um total de 5128 casos desses em Portugal(1). Há cerca de quatro mil padres (2) e cinco milhões de homens em Portugal. Assumindo que esses 5128 casos correspondem a 5128 homens indiciados, dá cerca de 1 homem em cada 1000 indiciado por pedofilia contra 1 padre em cada 400. Contas por alto, o dobro da incidência nos padres. (...) Uma complicação é que dez indiciados em quatro mil é um número muito pequeno para uma conclusão estatisticamente significativa*. Mais elucidativos são os números acerca dos EUA. Houve mais de dez mil alegações de abusos sexuais por parte de padres católicos entre 1950 e 2002. Dessas, foram substanciadas por investigações posteriores 6,700 acusações a 4,392 padres**, o que equivale a 4% dos padres em exercício no período considerado(4). Uma incidência dez vezes maior que a reportada para os padres portugueses*** e quarenta vezes maior que nos homens em Portugal.» (Que Treta!)
  2. «É triste hoje, quase quarenta anos volvidos sobre a queda das últimas ditaduras europeias de extrema-direita (em Portugal, na Espanha e na Grécia) ver, sobretudo em países de religião islâmica, movimentos, populaças ignaras, governos e poderosas organizações terroristas, lutar violentamente, não só com "unhas e dentes" mas também com sofisticadas armas modernas (a única coisa "moderna" que parece agradar-lhes) para não saírem da Idade Média.
    Mas muito mais triste ainda é ver, nos países democráticos europeus e particularmente em Portugal, certos intelectuais "progressistas" e auto-proclamados "de esquerda", na sua maioria órfãos da defunta União Soviética e procurando outros "pais", apoiar esses governos, movimentos e organizações, e pretender mesmo, sob a capa de um pseudo-progressista "multiculturalismo", que a Europa democrática tolere no seu seio práticas medievais há séculos consideradas criminosas!
    Não tarda muito veremos esses "multiculturalistas", ex-comunistas, ex-democratas, ex-progressistas, manifestar-se empunhando cartazes a dizer: "Queremos voltar à Idade Média!"!
    » (Ponte Europa)

5 comentários :

NG disse...

Era inevitável a emissão em estéreo.
São contas erradas. Haverá cinco milhões de indivíduos do sexo masculino em Portugal. Desses, apenas cerca de metade terá idade para ser padre. De quem martela a estatística desta maneira ao serviço dos seus preconceitos não se espere grande contibuto para o progresso da ciência.

Ludwig Krippahl disse...

Nuno Gaspar,

É legítimo compararmos os padres com outros grupos que não apenas o dos indivíduos do sexo masculino. Podemos comparar com o grupo dos homens com idade para ser padres.

No entanto uma comparação não invalida a outra. Assumindo que os 5128 casos correspondem a 5128 indivíduos do sexo masculino (serão menos, certamente), então entre estes dois grupos estes crimes são duas vezes mais frequentes nos padres.

Se restringir a análise aos indivíduos com mais de 30 anos, por exemplo, a população será menor mas a amostra será também uma fracção menor desses 5128. E tanto pode ser que isto seja favorável aos padres como pode acontecer o contrário. Imagine que dos 2500 milhões de homens com idade para ser padre apenas 1000 estavam entre os 5128 casos. Se assim for a disparidade entre estes e os padres será ainda maior.

Se tiver esses números é só fazer as contas. Se não os tiver não vale a pena estar a especular.

O que não pode fazer é aplicar uma restrição à população sem a aplicar também à amostra. Isso sim é aldrabice.

NG disse...

"Se tiver esses números é só fazer as contas. Se não os tiver não vale a pena estar a especular"

Especular com meia dúzia de números foi o que voçê fez.

JDC disse...

Sobre o texto 1), apenas transcrevo parte do comentário do próprio autor do post original:
"«Numa situação destas o que estavas a provar implicitamente era que a proporção de padres que passam tempo junto a crianças, relativamente ao total de padres, era superior ao tempo médio dispendido com crianças no conjunto de todas as profissões.»

Concordo que é uma possibilidade. Uma explicação possível é que os padres sejam, em média, tão pedófilos como os homens em geral mas têm mais oportunidades para "praticar". Mas precisávamos de mais dados para testar isso, e penso que é raro haver outras profissões com essas oportunidades (nem me ocorre nenhuma em que haja muitos homens em contacto privado com crianças... as que envolvem isso tende a ser dominadas por mulheres)."

Filipe Castro disse...

Em Portugal há uma tradição de heterossexualidade entre os padres. A instituição da "mula do padre" é prova disso. Lembro-me que um amigo meu, minhoto, me mostrou uma vez a "mula do padre" da freguesia dele: era uma das mulheres mais bonitas da região.