A verdade sobre a lista de candidatos do PS é que aquelas duas senhoras que votam sistematicamente à direita, senão mesmo à extrema-direita, continuam por lá. A Rosário Carneiro é a número seis pelo Porto, e a Teresa Venda a terceira por Braga. Lugares mais seguros, e simultaneamente discretos, é difícil conceber: só não serão eleitas num cenário de derrocada total do PS, abaixo dos 15% nestes dois distritos, respectivamente o segundo e terceiro maiores em número de deputados.
Para referência futura: o currículo destas duas damas, que começaram a ser eleitas pelo PS em 1995 (Guterres, lembram-se?), inclui votarem favoravelmente a homenagem parlamentar a um bombista de extrema direita, votarem contra a despenalização da IVG, tentarem punir quem «incentivasse o aborto através da publicidade», votarem contra a procriação medicamente assistida, moverem-se contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, contra o divórcio, enfim, contra tudo o que signifique a liberdade das pessoas decidirem sobre a sua própria vida.
Quem vota no PS no Porto ou em Braga que fique ciente de que vota no clericalismo e no filo-fascismo, no machismo e na misoginia, no preconceito e na homofobia, no obscurantismo e no catolicismo mais integrista.
Fico à espera que convidem estas senhoras para escrever no Simplex. Estou mesmo a vê-las a «apoiar a interrupção voluntária da gravidez; (...) a plena igualdade no acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo; a laicidade do estado e a liberdade religiosa; bem como, naturalmente, a real igualdade de género». Mais ainda, estou mesmo a vê-las a «defender acima de tudo a liberdade». Em particular, se for a liberdade de oprimir.
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