quinta-feira, 6 de agosto de 2009

As classes médias vão para as praias, a ICAR para toda a parte

Parece que o mito do «Jesus Cristo socialista» ainda vende bem, lá para as bandas do Bloco de Esquerda. Seria inútil (e uma perda de tempo) explicar que dos «evangelhos» (canónicos) dificilmente se retira algo de político, quanto mais de socialista (ou de capitalista). Os indígenas do médio oriente aqui há dezoito séculos tinham outras preocupações. E estavam muito longe de imaginar a sociedade da indústria, dos aviões e da internet. Enfim: inútil, dizia eu.

Mas, se «Deus» não existe, a ICAR sem sombra de dúvida que não apenas existe como está em toda a parte, pelo menos nas partes onde estão os partidos políticos: depois dos «Padres por Santana» e do Opus Dei nas listas do PS «republicano e laico», temos um padre mandatário distrital do Bloco de Esquerda. Raio de país. Se procurarmos bem, ainda acabamos por encontrar um padre candidato pelo MRPP, capaz de nos explicar, sem se rir, que Mao Zedong não era anti-religioso e nem sequer irreligioso, mas sim um verdadeiro cristão.

9 comentários :

Nuno Gaspar disse...

Claro. Há portugueses de primeira e de segunda. Uns, como o Ricardo Alves e os seus amigos ultra-ateístas têm pleno direito de participação cívica e política. Outros,como os que tenham algo a ver com a ICAR, devem ser todos fechados à chave nas sacristias.
Está bem entregue a defesa dos direitos e liberdades individuais a este tipo de esquerda.

Anónimo disse...

que fanatismo vocês emanam às vezes. quanto ao padre que vai pelo bloco, vai bem. quanto a outros padres: já ouviram falar do padre max?

Ricardo Alves disse...

Nuno Gaspar,
costumava ter respeito por si. O comentário que fez só pode emanar de uma extrema má-fé ou de uma incapacidade cognitiva que não acredito que tenha. Portanto, inclino-me para a primeira hipótese.

Ricardo Alves disse...

Anónimo,
sabe como acabou o padre Max, certo?

Nuno Gaspar disse...

Ó Ricardo,
Alguns dos seus posts e comentários e de alguns seus colegas levam-me a pensar que a catolicofobia, como forma sofisticada e moderna de intolerância e discriminação, é, actualmente, uma ameaça bem mais grave e nociva à liberdade do que muitas das fobias tradicionais que dizem combater.

Ricardo Alves disse...

Nuno Gaspar,
«intolerância e discriminação»?! Já olhou para os quatro canais gratuitos num 13 de Maio (ou de Outubro)? Já parou para pensar qual é a comunidade religiosa que tem sacerdotes às carradas pagas por o serem? Não são os TJ´s nem os bahá´ís...

Nuno Gaspar disse...

Ricardo,
Se tem espaço na televisão é porque tem audiência. Se tem sacerdotes é porque livremente o desejaram ser. Se a comunidade ultra-ateísta portuguesa tivesse o mesmo número de aderentes não acharia estranho encontrá-lo a si num programa diário a acolitar o Carlos Esperança numa sessão de pontapés à religião. Simplesmente desligaria o aparelho.

João Vasco disse...

Nuno Gaspar,

Ou bem que a ICAR é tão popular que o 13 de Maio televisivo que temos se justifica pelas audiências; ou bem que os católicos são uma minoria perseguida, margilalizada e martirizada - e aí as suas palavras sobre o perigo da católicofobia fazem bastante sentido.

As duas coisas ao mesmo tempo é que é mais complicado...

As minorias religioas que vejo descriminadas, geralmente por católicos, que as tratam com mais desprezo do que condescendência, são as testemunhas de Jeová, os membros da IURD, e algumas outras "seitas" (como os católicos lhes chamam) evangélicas.

Nuno Gaspar disse...

João Vasco,
Os católicos só não são "uma minoria perseguida, margilalizada e martirizada" porque o número de ateístas é insignificante e desproporcional à sua visibilidade pública (melhor, bloguística). Se fosse igual ao número de religiosos não sei se estes seriam tratados com a mesma indiferença com que actualmente tratam os ateistas.