Vital Moreira tem muito a seu favor. Ser um dos poucos políticos portugueses no activo genuína e claramente laicistas, claro. Mas, talvez pela fragilidade de não ser militante do PS, tem alguma posições incompreensíveis.
Entendo melhor isto:
(Mais: para que é que encheram as ruas com cartazes a dizer «Nós, europeus», se o que interessa é discutir o melhor candidato do «nós, portugueses» a Presidente da Comissão Europeia?)
Entendo melhor isto:
- «Manuel Alegre e Paulo Pedroso juntaram-se ontem ao ex-presidente Mário Soares na defesa de que o Partido Socialista Europeu não apoie a recandidatura de Durão Barroso à presidência da Comissão Europeia.»
- «Pedroso defendeu mesmo que o ex-primeiro-ministro António Guterres seja o nome do candidato socialista, na sequência do que a eurodeputada Ana Gomes declarou».
(Mais: para que é que encheram as ruas com cartazes a dizer «Nós, europeus», se o que interessa é discutir o melhor candidato do «nós, portugueses» a Presidente da Comissão Europeia?)
8 comentários :
A do zapatero era boa e livrava os espanhóis de uma bela carga de trabalhos...
Tens toda a razão...
... Caso o presidente da comissão fosse eleito directamente por nós ou indirectamente pelo parlamento europeu.
A república europeia não existe, e o presidente da comissão não é mais à esquerda ou à direita, ou mais ou menos competente, por causa do sucesso de um ou outro partido em eleições europeias. Seja quem for, dependerá dos diretórios. Como vindo daqui, nem manda, é inócuo.
Com Zapatero, e.g., as coisas seriam muito piores.
Logo, na falta de substância, discute-se a fatiota. Só lhes fica bem.
P.S.: fico à espera dos teus comentários quando o Tony Blair aparecer como "presidente da Europa", sem ser sujeito a qualquer eleição. Certo que tal depende da Irlanda assinar Lisboa mas isso já é outra guerra...
Dorean,
para a presença de Portugal na UE, as eleições legislativas de Outubro são bastante mais importantes do que as de Junho. Afinal, em Outubro elegeremos (indirectamente) o nosso representante no Conselho Europeu, que terá muito mais influência na nomeação da Comissão Europeia do que todos os deputados portugueses ao PE juntos.
Discute-se a presidência da Comissão como se poderia discutir a Lua. O que interessa é assobiar para o lado e fingir que estas eleições servem realmente para designar uma câmara com capacidade para derrubar um executivo (não servem).
Quanto ao Tory Blair, é um dos políticos que mais tenho criticado neste blogue. Quanto à Irlanda, não entendi.
O tratado de Lisboa prevê a criação de um cargo de presidente da UE, acima da comissão. Se o tratado for aprovado pela Irlanda no segundo referendo (ainda este ano), Tony Blair pretende avançar. É também daí que vem o apoio à recondução de Durão. Tudo negociatas que não olham a partidos nem, consequentemente, a eleições.
Quanto ao resto, estamos de acordo.
«Tudo negociatas que não olham a partidos»
Presidência da Comissão - PPE
Presidência da UE (condicionada) - PSE
Não está mal visto mas referia-me aos partidos nacionais... Se o PSE/PPE perder um deputado pela Bélgica e ganhar outro pela Eslováquia, que muda no diretório?
Até porque os partidos nacionais, pelo menos teoricamente, mudam de grupo sempre que quiserem.
«Se o PSE/PPE perder um deputado pela Bélgica e ganhar outro pela Eslováquia, que muda no diretório?»
Nada. Até pode perder 10. O Directório não tem a sede do seu poder no Parlamento Europeu, mas no Conselho Europeu, onde o que conta é o peso demográfico (e económico) dos Estados.
muito bem. 20 valores ;)
Enviar um comentário