Se a Helena Matos quer encontrar romantizações ideológicas da Somália, não deve procurar à esquerda, mas sim à direita, concretamente no blogue Causa Liberal, onde o CN tem explicado detalhadamente como «o negócio floresce em várias partes da Somália, sustentada por tradições tribais de respeito por direitos de propriedade exercidos em favor de "business"», que o que é bom é a ausência de Estado, e que «podemos vislumbrar que a total ausência de regulamentação económica e incapacidade de imposição de um qualquer centro de autoridade legislativa e securitária tem levado o território a prosperar em termos comparativos, que a maior parte dos países vizinhos - para não falar em liberdade objectiva». Pelas bandas «liberais», até já se especulou «se o Continente Africano não estaria muito melhor, se os actuais "Estados" (...) desaparecessem». Enfim, se a Somália realiza alguma utopia contemporânea, é a neoliberal. E quando os problemas transbordam para as águas internacionais, talvez fosse hora de reconhecê-lo: onde não há Estado, só há piratas.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
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13 comentários :
Bem observado.
Adorei a frase final ;)
Eu tenho-me esgrimido com o CN logamente nas caixas de comentário económico do meu blogue. Aquilo é ortodoxia de mercado pura. Não se mace. Pense nas sondagens do momento:
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/04/legislativas-2-antevisao-do-codigo-de.html
Ricardo,
Olha que o Carlos Santos tem razão, eu também já tive o prazer de falar com o CN em caixas de comnetários pela blogoesfera e olha que aquilo é ideologia pura e dura - a realidade não entra na construção dos modelos em momento algum.
Acho estes anarquistas/ultra-materialistas uns boçais sem interesse nenhum. Os anarquistas do século passado eram cultos e escreviam poesia, pintavam e celebravam a cultura e a generosidade.
Os neo-libs são uns nihilistas tristes (ou enragés) sem graça nenhuma para quem o sentido da vida é comprarem coisas, montes de coisas.
Pergunto-me sempre para que será que estes meninos de coro, de gravatinha e com o carrinho todo lavadinho, querem a 'liberdade'?
Adorava ver um destes valentes anarquistas na Somália, a louvar o sistema, com uma AK-47 apontada à cabeça, nas mãos de um destes grupos de 'empresários'. :o)
É verdade, Pedro. A ideologia levada ao extremo, para lá da realidade, para lá do bom senso, para lá da loucura.
Tem graça. Vi esse artigo (ou um muito parecido) publicado de forma elogiosa aqui há tempos na edição portuguesa do Le Monde Diplomatique.
Quando corre bem serve a todos. Quando dá para o torto procuram empurrar para o lado contrário.
Não são anarquistas:são FASCISTAS!DA PIOR ESPÉCIE.
Que artigo, Nuno Gaspar?
Deve ter sido este, Ricardo:
http://mondediplo.com/2000/04/13somalia
O artigo do Le Monde Diplomatique é bastante tonto. Mas não é propriamente ideológico.
Outra romantização neoliberal da situação na Somália:
http://www.marginalrevolution.com/marginalrevolution/2004/04/somalia_and_the.html
«se o Continente Africano não estaria muito melhor, se os actuais "Estados" (...) desaparecessem» É uma pura verdade.
Daquilo que de lá conheço, posso afirmar:
A irresponsabilidade, de espartilhar a Africa pelos interesses europeus ditou a ruína de todo o continente. Se os actuais estados desaparecessem, se as fronteiras traçadas com régua e esquadro fossem eliminadas, muitos dos problemas de África desapareceriam.
O mesmo se passa noutros países (por exemplo no Iraque…).
Incrivelmente, até as independências foram feitas para dividir mais do que para unir.
Recentemente estive em Cabinda. A maioria dos cabindas detesta ser angolano à força!
Por mero acaso, ou talvez não, foram os mais ateístas que praticaram estas boas obras, v.g. o bochechas Soares e restante cáfila da maçonaria republicana.
Zezitooo....
Assim não.
Estás a portar-te mal...
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