A boa notícia é a diminuição da distância entre os 20 por cento com maiores rendimentos e os 20 por cento com menores rendimentos. [...]»
[PÚBLICO.PT --- 15.07.2009]
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
O grupo parlamentar do PS, com Pedro Silva Pereira como cabeça de lista em Vila Real, e Miguel Vale de Almeida elegível em Lisboa, promete ir do Opus Dei ao Opus Gay. Da homofobia à homossexualidade assumida. Do clericalismo ao anticlericalismo. Do catolicismo conservador ao ateísmo pós-moderno. Da direita dos interesses à esquerda universitária.
Enfim, dir-me-ão que é o «pluralismo». Com certeza. Um pluralismo tão plural que nem se percebe qual é a linha condutora por entre tantas contradições.
Espere-se umas horas para saber se continua o acordo eleitoral do PS com o grupo católico de Maria do Rosário Carneiro e Teresa Venda, que votam habitualmente com a direita e contra o resto do PS, quando a seita religiosa a que pertencem assim o ordena. (Matilde Sousa Franco, que desempenhava o mesmo papel, está fora.)
The disease is progressive. It started 20 years ago with the hijab, donned then as a defiant symbol of identity, now a conscript's uniform. Then came the jilbab, the cloak, fought over in courts when schoolgirls were manipulated into claiming it as an essential Islamic garment. If so, hell awaits the female leaders of Pakistan and Bangladesh. (...) Racism is an evil but should never be used as an alibi to acquit oppressions within black and Asian or religious communities. That cry was used to deter us from exposing forced marriages and dowry deaths and black-upon-black violence. (...) Muslim women who show their hair are becoming an endangered species. We must fight back. Our covered-up sisters do not understand history, politics, struggles, their faith or equality. As Rahila Gupta, campaigner against domestic violence, writes: "This is a cloth that comes soaked in blood. We cannot debate the burqa or the hijab without reference to women in Iran, Afghanistan or Saudi Arabia where the wearing of it are heavily policed and any slippages are met with violence." What happened to solidarity? (...) We communicate with each other with our faces. To deny that interaction is to deny our shared humanity. Unreasonable community or nationalistic expectations disconnect essential bonds. Governments should not accommodate such demands. Naturists can't parade on the streets, go to school or take up jobs unless they cover their nakedness. Why should burqaed women get special consideration? (...)» (Independent)
Manuela Ferreira Leite continua calada sobre os dislates de Jardim, perdendo uma boa oportunidade de mostrar força e consolidar apoios ao centro. As evasivas de Aguiar Branco também não auguram nada de bom a este respeito.
No entanto, para além das manchetes há que olhar para a letra miudinha. Por detrás da poeira levantada pela «tentativa de ilegalização do PCP», o projecto jardinista de revisão constitucional parece ter como objectivo principal a possibilidade de referendos regionais, convocados pelo «Presidente da Região» (um novo cargo), e que poderiam incidir sobre questões de âmbito nacional. Como pretende também extinguir o representante da República, eliminar o «Estado Unitário», e ainda legislar em matérias (até agora?) reservadas aos órgãos de soberania (como as finanças, o ensino e outras), aquilo de que estamos a falar é de uma autonomia quase total, com a possibilidade de referendos regionais sempre que a demagógica criatura quiser.
Duvido que o PSD aceite um décimo disto. Mas o silêncio não parece bom.
Portugal tem a peculiaridade, única na Europa, de a «esquerda radical» (à esquerda do PS) ter chegado aos 23% nas eleições europeias. Leituras mais apressadas podem levar à conclusão de que tal se deve ao facto, também único na Europa, de termos tido uma revolução popular de esquerda há apenas 35 anos (que, porém, não é tão pouco tempo assim). Eu estou mais convencido de que o voto massivo à esquerda do neoliberalismo (mais ou menos social), se deve, não à revolução popular em si, mas ao seu Termidor de Novembro de 1975, que implicou a exclusão da esquerda «radical» do governo desde então.
Efectivamente, como Villaverde Cabral sublinhou pela enésima vez, aquilo a que ele chama «extrema-esquerda» nunca fez em Portugal o teste do poder. Desconfio que, se por ele tivessem passado, os tais 23% seriam hoje bem menores (e que o PS seria bem mais à esquerda).
Note-se, no entanto, que na minha modesta opinião se deveria guardar o prefixo «extrema» para movimentos que defendessem explicitamente o fim da democracia republicana tal como a conhecemos. O que não é de todo o caso do BE, e que mesmo no caso do PCP será discutível. E mais: tenho a impressão (totalmente subjectiva, assumo-o) de que quatro em cada cinco dos eleitores do BE abominam a Albânia de Enver Hoxa e são indiferentes à barbicha de Trotsky. Votam no BE porque este representa as lutas por direitos civis que noutro país (a Espanha ou a França, para não ir mais longe), seriam representadas pelos PS´s locais. Acontece que, entre os militantes do BE, a proporção referida deve ser rigorosamente inversa. O que explica que nem na CML o BE se tenha aguentado na colaboração com o poder.
Enfim, o país é o que tem sido, e não o que gostaríamos que fosse. Há um quarto de século, a situação era muito semelhante, inclusivamente na existência de uma crise económica e social. O bloqueio da esquerda deu primeiro o PRD e depois os dez anos de Cavaco. Agora, já tivemos a Alegre votação na presidencial, e o aviso das europeias. Se persistirmos no «bloqueio» da esquerda, antevejo uma maioria absoluta da senhora Ferreira Leite com (ou até sem...) o eterno PP do PP. O que não me apetece muito, confesso. Parece-me que seria portanto um bom momento para acabar com a auto-mutilação da esquerda, e escaqueirar a divisória entre o PS e a «esquerda radical». O PS poderia ter o maquiavelismo de dar sinais de aceitar o apoio do BE ou do PCP, nem que fosse na forma de acordo parlamentar. E o BE e o PCP poderiam dar sinais de compreender que o mal maior é Ferreira Leite. Sem isso, a abstenção sobe e o eleitorado do centro foge para onde a maioria pode parecer mais fácil: à direita.
Jordanians also went to the polls in 2007 and handed the Islamic Action Front "one of its worst election defeats since Jordan's monarchy restored parliament in 1989," as The Washington Post reported. The party won only six of the 22 seats it contested in the parliamentary vote -- a precipitous drop from the 17 seats it had held in the outgoing legislature.
Forged from diverse ethnic groups linked only by Islam, Pakistan would seem fertile soil for radical Islamism. Nonetheless, Islamist parties had not done well until 2002, when -- with military strongman Pervez Musharraf suppressing mainstream political forces -- Islamists won 11 percent of the popular vote and 63 seats in parliament. But in a vote last year, on a more level field, the Islamists' tally sank to 2 percent and six out of 270 elected seats. Moreover, they were turned out of power in the North West Frontier Province, previously their stronghold.
In April, Indonesian Islamist parties that had emerged four years earlier to capture 39 percent of the vote lost ground in parliamentary elections this time around, falling to below 30 percent. "You can't pray away a bad economy, unemployment, poverty and crime," one voter, a 45-year old shop assistant, told Agence France Press.
Then in May came parliamentary elections in Kuwait, where women had won the right to vote and hold office in 2005 but had never yet won office. Even though the Islamic Salafi Alliance issued a fatwa against voting for female candidates, four captured seats in parliament. Adding insult to injury for the Islamists, their representation fell from 21 seats to 11. "There is a new mindset here in Kuwait," the al-Jazeera network reported, "and it's definitely going to reverberate across the Gulf region."
Finally, Lebanon held a tense election earlier this month that many expected would result in the triumph of Hezbollah and its allies over the pro-Western March 14 coalition. Instead, the latter carried the popular vote and nailed down a commanding majority in parliament. (...)» (The Washington Post)