(As contas que se seguem são miudinhas e podem não ter grande interesse para o leitor mais apressado.)
Na comparação entre as eleições para o parlamento europeu em 2009 e 2004 no círculo eleitoral português, o facto mais saliente é a derrocada do PS: perde um pouco mais de um voto em cada três (passa de 1,5 milhão para 950 mil, ou seja, de 44.5% para 26.6%). Para onde vão estes votos? É praticamente o número de votos ganhos à direita e à esquerda do partido que governa ao centro: 300 mil para o conjunto PSD+CDS subir de 1,13 milhão para 1,43 milhão (ou seja, de 33% para 40%), e 285 mil para o conjunto BE+CDU passar de 476 mil para 761 mil (de 14% para 21%). Na ascensão da esquerda radical, é maior o avanço do BE (que passa de 167 mil para 382 mil, ou seja, de 4.9% para 10.7%), embora a CDU também suba (de 309 mil para 379 mil, ou seja, de 9.1% para 10.7%).
Entre os partidos extraparlamentares, não há movimentos significativos: o conjunto da esquerda (MRPP+PH+POUS) regista 1.8% (-0.2%), e o da direita (MEP+MMS+PPM+PNR), 3.5% (+1.2%).
Finalmente: embora a abstenção aumente em percentagem (+1.8%), aumentou em 160 mil o número de votos entrados na urna. Existe um nítido voto de protesto anti-partidos no aumento dos votos em branco (de 2.6% para 4.6%) e dos votos nulos (de 1.4% para 2%). No total, os votos brancos e nulos (236 mil), são mais do que os votos nos pequenos partidos (190 mil).
1 comentário :
Deve ter sido difícil fazer o "conjunto da esquerda" e o "conjunto da direita" sem mediana.
Enviar um comentário