Eis um verbo que há muito não era conjugado: nacionalizar. 2008 é o ano em que o Reino Unido nacionalizou um banco em Fevereiro, nacionalizará outro agora, os EUA-farol do neoliberalismo nacionalizaram (e nacionalizarão), e os governos do Benelux também redescobriram as virtudes do controlo estatal da economia. Apesar de estas serem nacionalizações dos prejuízos, a evidência de que a intervençao estatal na economia é imprescindível permitirá necessariamente retirar outras consequências.
Apanhados desprevenidos, a maior parte dos políticos parecem ainda não ter tirado as suas conclusões. Seria este o momento indicado para o regresso a uma social-democracia renovada, que se demarcasse da esquerda neoliberal e da esquerda estalinista. Quem se chega à frente?
2 comentários :
É preciso cuidado com as analogias.
Mesmo antes desta "nacionalizações" já é enorme o endividamento dos Estados Unidos, e do próprio governo federal. Uma parte substancial dos credores são países produtores de petróleo e, com destaque, o Japão e a China.
Podemos por isso prever que os estrangeiros vão ser, mais uma vez, chamados a financiar os esbanjamentos e desmandos consumistas americanos.
Podemos por isso concluir que é um Estado também falido que vai salvar as empresas privadas falidas.
Em resumo, o Estado não constitui uma "salvação", apenas tenta controlar a velocidade a que ocorre a compra da América pelos seus credores.
Curb your enthusiasm: agora sabemos que nacionaliza o Bradford & Bingley para o reprivatizar abaixo do preço de mercado.
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