sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Revista de blogues de direita (23/2/2007)

  1. «No Blasfémias, o Pedro Arroja continua a escrever sobre o Estado Novo. Em tempos, teve oportunidade de dizer que, no que tocava à esfera dos interesses privados a que pertence a actividade económica, o Portugal de Salazar era uma sociedade liberal. Agora, diz que o Estado Novo ofereceu uma pequenez do Estado em termos económicos, deixando uma ampla margem de liberdade à iniciativa privada. É questão para pasmar, como pasma Helena Matos, que se discuta com tanto afã uma espécie de reabilitação liberal, ainda que restrita à esfera económica, do Estado Novo. Que houve sucesso económico, os números aí estão para o demonstrar. Mas importa não esquecer em que assentou tal sucesso e à conta de quê ele se solidificou. Esquecê-lo, seria equiparar o liberalismo ao eficientismo. Se resultar é bom e liberal, se falhar é mau e outra coisa qualquer. Pode uma economia verdadeiramente liberal conviver com os monopólios criados e forçados por lei? Com os benefícios estaduais a um conjunto privilegiado de banqueiros e industriais? Com trocas económicas entre indivíduos que não são livres? Com produtos proibidos porque não e outros impostos porque sim?» («Estado Novo (i)liberal», no Arte da Fuga.).
  2. «Presumo que a maioria dos católicos, nos quais incluo o André Azevedo Alves (perdoe-me, se não for o caso), acredita que existiu contacto entre os pastorinhos e a mãe de Jesus Cristo. Assim de repente, em Portugal, só me lembro, além deste, do caso de D. Afonso Henriques que teria tido uma espécie de visão ou rápida conversa (desculpe a imprecisão) com o próprio Jesus. Quantas vezes, nos últimos séculos, deu esta Senhora a honra de aparecer a meros mortais católicos ou não espalhados pelo mundo? Poucas, muito poucas. Mas, a honra concedida não acaba por aqui e a previsão da ingratidão também foi feita: o Anjo (que se auto denomina Anjo Portugal, enfatize-se a honra) ensina novas orações onde se refere expressamente a “homens ingratos”. Chame-me infantil (já perdi a conta aos simpáticos nomes com que me vem obsequiando) mas, pensava, na minha patética ignorância que uma honra destas deveria ter outro apreço, pelos vistos estou enganado.» («Atirem-me água benta II», no 31 da Armada).

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