No Reino Unido, desde o caso Rushdie em diante que a liberdade de expressão vem sendo progressivamente limitada. «Ofender» por intermédio de um mero discurso passou a ser crime contra a ordem pública.
Aconteceu agora um caso extremo: um daqueles pregadores que andam pelas ruas a citar a Bíblia foi multado (200 libras) e obrigado a pagar indemnização e custas (1200 libras). O seu crime? Ter lido em público o Levítico, 20:13: «Quando também um homem se deitar com outro homem como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue é sobre eles». Note-se que não foi condenado por incitar ao crime (última frase) mas sim por repudiar a homossexualidade (primeira frase). O facto de o idiota em causa ser não apenas homofóbico mas também islamofóbico não ajudou.
Antes que haja comparações com o Charlie Hebdo: o fundamentalista em causa não foi morto a tiro. Foi multado. E não, não gosto do que ele diz. Mas deve ter o direito de dizê-lo, por muito que repugne ouvi-lo.
Antes que haja comparações com o Charlie Hebdo: o fundamentalista em causa não foi morto a tiro. Foi multado. E não, não gosto do que ele diz. Mas deve ter o direito de dizê-lo, por muito que repugne ouvi-lo.
2 comentários :
E também em termos de direito de informação aconteceu algo importante no RU: o Guardian conseguiu fazer valer em tribunal o seu direito de consultar a correspondência entre o cidadão privilegiado Carlos Spencer e membros do governo.
bolas pá isso é de facto magnífico ...a partir de amanhã acabam os escândalos políticos ....e a correspondência faz-se pela internet ou os lacaios levam bilhetes em caixas de xicolats?
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