"Nem Sintra nem Alverca. A base aérea do Montijo é a única "opção tecnicamente viável" para a extensão do aeroporto de Lisboa. A conclusão faz parte de um estudo realizado pelo Eurocontrol - organização europeia para o controlo aéreo europeu - que será apresentado hoje ao grupo de trabalho que inclui governo, Força Aérea, ANA e NAV e que tem vindo a pensar a solução para o futuro do principal ponto de chegada ao país. O documento, a que o DN/Dinheiro Vivo teve acesso, valida assim a base aérea n.º 6 (BA6) como a melhor solução para complementar o aeroporto de Lisboa(...). O facto de o Montijo conseguir operar em simultâneo com a pista principal da Portela é, para os controladores europeus, a grande vantagem do Montijo e a razão que afasta outras soluções que têm estado em cima da mesa: Alverca e Sintra. Isto, porque a base aérea do Montijo é a única que tem uma pista paralela com a 3/21, a pista principal do aeroporto de Lisboa. Os testes realizados pelo Eurocontrol mostram mesmo que a base do Montijo permite a autorização de descolagens com um minuto de intervalo entre si, o que facilita a otimização de saídas e chegadas. Neste cenário, seria possível que o aeroporto principal realizasse 48 movimentos e o complementar outros 24, por hora. Não é só. A opção do Montijo dá resposta a um tema sensível para o setor, que é o da segurança à aterragem. Atualmente só a pista secundária da Portela (17/35) permite aterrar em Lisboa quando há ventos contrários."
Assim se escrevia no DN/Dinheiro Vivo a 20 de Dezembro. Com base em pareceres técnicos de engenheiros. Mas esses pareceres não contam para nada para a diretora do mesmo suplemento: para ela, o que contam são os pareceres dos economistas. Logo no dia seguinte, em editorial, a senhora garantia-nos que "Alverca e Sintra são as opções óbvias" e "Economistas de norte a sul já tinham defendido Alverca como a mais razoável e sustentável para o país". Assim pensa a generalidade da opinião publicada em Portugal: só os economistas sabem tudo. Economistas como Cavaco Silva são os homens providenciais. Enquanto a imprensa viver de e para economistas e gestores, não lhe prevejo grande futuro.
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