segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A República não se referenda

Não se referenda se o meu filho ou um qualquer descendente dos Braganças têm igual direito a serem chefes de Estado. Como não se referenda se só podem ser homens, ou brancos, ou gordos, ou bigodes, a aceder a esse cargo.

quem não compreenda esta coisa simples. E até fale numa «lei fundamental igual para todos» por via monárquica sem se engasgar. Uau. Lei igual para todos com uma única família a poder aceder à chefia do Estado?

(Já agora: referendar a República é inconstitucional. Felizmente. Perde-se menos tempo.)

7 comentários :

no name disse...

virá em seguida o PNR pedir para referendar a democracia? ou a KKK pedir para referendar a abolição da escravatura? é necessária muita paciência para ouvir estas coisas e manter a calma...

Nuno Castelo-Branco disse...

Ainda bem que é inconstitucional. Assim não se perde muito tempo com conversetas de café. Quando a coisa estourar, desaparece sem deixar rasto. Espera-se é que com ela, vá a tubaronagem dos BPN's, SLN's e apêndices de Belém, SIC's, etc. Não fazem falta alguma.

Pedro, o cristao calmo disse...

Porque é que se perde menos tempo? nao se pode mudar uma lei ou uma constituiçao? ou a única saída que o Ricardo dá aos monárquicos é a insurreiçao armada e o apelo ao homicídio? De resto até estou de acordo.

Nuno Castelo-Branco disse...

Sou muito legalista e contra situações de ruptura. Os Limites materiais à revisão constitucional, consistem num erro crasso. Aliás e numa certa perspectiva histórica, a Carta estava armadilhada e a reforma que o rei e Franco preconizaram - e não existiu qualquer "ditadura", porque na própria França se governava provisoriamente por decreto -, ia no sentido da reforma do sistema. D. Carlos pretendeu adequar os governos aos prévios resultados eleitorais, eximindo-se assim de forma definitiva, à chantagem partidária que hoje tão bem conhecemos. O que temos agora, é um sistema que é o mais próximo daquilo que foi a Monarquia Constitucional. Com as devidas distâncias, dado o anacronismo.
A existir um referendo, teria de ser feito de forma séria, honesta, com tempo de antena equitativo e total ausência do aparelho do Estado/Governos na campanha. sabemos ou podemos imaginar como funcionaria o sistema instalado. Para uma clara manipulação, não vale a pena sequer acontecer a consulta. O assunto é sério e como há dias dizia um comentador político na Antena Aberta da TVI 24 horas, deve ser ponderado. Podemos poupar recursos, eliminar instituições que se atropelam e parasitam o sistema, aproveitando para renovar o sistema eleitoral, etc. Não é um disparate. para mais, uma instauração consensual da monarquia - nada há para "restaurar" - irritaria imenso os espanhóis, frustrando de vez certas manias que cada vez se tornam mais ostensivas.

Filipe Castro disse...

Custa-me imenso a perceber como é que substituindo o Dr. Cavaco pelo Duque de Bragança os problemas do país se resolviam.

O Nuno Castelo-Branco acha mesmo que não há problemas históricos e culturais (e geográficos) que não se resolvam com este "milagre" da mudança do regime.

Eu pergunto-me porque será que a mornarquia não resolveu os problemas no século XIX, ou no século XVIII, XVII, XVI, etc...

dorean paxorales disse...

ricardo s., te esqueceste do pol pot referendando os killing fields.

ricardo a., olha, é que ando mesmo sem pachorra nenhuma.

abraços aos dois

Ricardo Alves disse...

Os limites materiais de revisão constitucuional é que impedem que a Democracia se transforme numa ditadura da maioria. Os monárquicos têm partido próprio, inscrevem-se noutros, e fazem a sua propaganda livremente.

E quem pensa que as oligarquias financeiras desapareceriam com a instauração da monarquia é ingénuo. Não me consta, aliás, que a actual face da Causa Real , e o próprio Duarte, sejam independentes dessas «forças vivas».