segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Um crente pela laicidade

Há muito que sei que podem existir crentes pela laicidade. Leia-se, por exemplo, o Marco Oliveira, no Povo de Bahá:
  • «A ideia central – que me parece correcta – consiste em levar para os hospitais públicos e estabelecimentos militares a imparcialidade e neutralidade do Estado em matéria religiosa. Já era tempo! Neste debate, algumas vozes católicas mais conservadoras consideram estas medidas um ataque inaceitável à Igreja Católica. Mas a verdade é que nesta matéria a Igreja Católica ainda goza de benefícios únicos, que se traduzem numa situação de privilégio inaceitável num Estado que se pretende neutro em matéria religiosa.»
O Marco sublinha também que existem religiões sem clero (aí está um princípio muito saudável...), e coloca uma questão que tem andado arredada do debate:
  • «Quais serão as comunidades religiosas que poderão prestar assistência religiosa nestes estabelecimentos públicos? Todas? Apenas as radicadas? Apenas as que possuem estatuto de Pessoa Colectiva Religiosa?»
É uma pergunta que eu gostaria de ver respondida. Para situá-la: as «radicadas» são meia dúzia, e não incluem algumas das comunidades mais representativas (as testemunhas de jeová ou a IURD, por exemplo); as «reconhecidas» são um centena.

3 comentários :

Igor Caldeira disse...

Não creio que esta lei seja satisfatoriamente laica. Deve o Estado pagar serviços religiosos?

Pessoalmente, acho que não. É um serviço privado, quem quiser que o contrate.

João Moutinho disse...

Não sou católico mas entendo como légica a existência de capelães hospitalares.
Receio tudo o que seja "excesso de zêlo" em defesa de qualquer ideologia.
Entendamos que o crente em debilidade deve ter o direito de receber a visita do seu "ministro".

Ricardo Alves disse...

O Estado não pode promover uma religião. Portanto, não pode salariar o clero de uma religião.