quarta-feira, 13 de junho de 2007

Aquilo que eu dizia

Aquilo que eu dizia, que alguns defensores dos direitos dos animais não distinguem um boi de um humano, confirma-se neste vídeo da Acção Animal. Fico à espera que proponham que pisar formigas seja considerado homicídio.

8 comentários :

Camarelli disse...

Há muitas diferenças entre bois e humanos, mas também há semelhanças como o facto de ambos sentirem dor, medo e sofrimento.

Não sei como não afirmaste algo do género: «eis a prova de que alguns defensores dos direitos dos animais não distinguem apedrejamento de esfaqueamento».
Não fazia sentido apedrejar um touro porque o que se pretende é sensibilizar o espectador para as semelhanças que referi entre o touro e o ser humano, já que há pessoas que embora admitam que é cruel torturar um humano até à morte mas não conseguem fazer o paralelo para um touro.
Assim o texto de apologia da tourada é contrastada com imagens que obrigam a reconhecer a falácia contida nesses argumentos.

O vídeo está bem conseguido. Passa a mensagem que realmente importa.

Camarelli disse...

já agora, vê este vídeo que descobri recentemente no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=LU8DDYz68kM&eurl=http%3A%2F%2Fmatarbustos%2Eblogspot%2Ecom%2F

Leões atacam uma cria de búfalo. A manada responde e ataca a medo os leões. Já depois da cria libertada, os búfalos insistem em perseguir os leões, como que a vingarem-se. Haverá nos búfalos um sentido de justiça (ainda que vago) -- e portanto também de injustiça --, ou estão simplesmente enraivecidos?

João Vasco disse...

Ricardo:

Discordo da tua perspectiva: o vídeo serve para refutar, desmontar, desfazer e estrilhaçar o idiota argumento da tradição.

Nesse ponto têm toda a razão: lá porque uma coisa é tradição, isso não quer dizer que deva ser mantida ou respeitada. Os méritos da "tradição" têm de ser avaliados por si, e não pela idade.

Além de concordar sem reservas, acho bom que as pessoas questionem o usual e tradicional (o video apela a isso) e não se esqueçam que o apedrejamento já foi tradição...

João Vasco disse...

Aliás, esta ideia de que a tradição não vale por si é uma das coisas que mais gosto na esquerda face à direita. :)

Ricardo Alves disse...

João Vasco,
é evidente que a tradição não vale por si, e que o vídeo desmonta bem isso, na parte do apedrejamento. O problema é que depois faz o paralelo para o touro. E isso já é de muito mau gosto. Apedrejar uma mulher não é o mesmo do que lidar um touro.
E não, não consigo ver o paralelo entre torturar um touro e uma pessoa. Só muito esquematicamente, mas ao nível da sensibilidade sinto uma diferença gritante entre as duas situações.

Ludwig Krippahl disse...

Se o touro sente dor não há que fazer distinção entre touro e humano neste aspecto. Tal como não vamos distinguir entre portugueses e espanhois, touros e vacas, cães e chimpanzés. Se sentem dor, o problema ético de os torturar por gozo é o mesmo.

Concordaria contigo se estivessem a defender escolaridade obrigatória para os touros ou coisa assim. Aí justificava-se fazer uma distinção. Mas só se justifica fazer distinção se há diferença relevante. E não me parece que o touro, só porque é touro, já não se importe que lhe espetem ferros nas costas.

Ricardo Alves disse...

Ludwig,
eu acho que neste caso exageras a importância da dor. Mas estou a dever-te uma resposta mais detalhada ainda sobre os direitos dos animais, e por isso não me vou antecipar. :)

Miguel Carvalho disse...

Não vi o video, nem o vou ver. Mesmo que o video mostre o que o post,não deixa de ser uma argumentação absurda.

Não é por haver alguns republicanos de esquerda com ideias "absurdas", que as ideias de todos os republicanos de esquerda devam ser descredibilizadas. Não perceber isso é maniqueísmo do pior possível.

Assinado: um republicano de esquerda