- «Na noite de passagem de ano, quase nunca há táxis em Lisboa. Às cinco da manhã, junto ao Lux, não havia táxis. A Maria, vamos fazer de conta que é esse o nome dela, saiu do Lux a essa hora. Como mora perto do Cais do Sodré, resolveu ir a pé para casa. (...) Quando estava a 300 metros do destino, um grupo de três rapazes de vinte anos apareceu-lhe à frente. O primeiro mandou-lhe a mão ao rabo, o segundo imitou-o. O terceiro encostou-a à parede e passou-lhe revista. A Maria gritou, empurrou, debateu-se, deu pontapés, mas não conseguiu rechaçá-lo. (...) Há uma esquadra ali perto. Mas Maria já lá foi algumas vezes, uma das quais quando roubaram um telemóvel a uma amiga que a ia visitar, e ficou com a ideia de que ir à esquadra só serve para perder tempo e ficar ainda mais irritada. Suspeitava aliás de que, se fosse à polícia queixar-se de ter sido apalpada na rua por três marmanjos, ainda acabaria a sentir-se gozada ou a ter de responder a perguntas do tipo ‘Então e o que estava a senhora a fazer na rua a esta hora, sozinha?’ ou ‘Não acha que é muito perigoso uma senhora tão atraente andar assim vestida por aí, a estas horas? Não acha que até teve muita sorte de não lhe ter acontecido pior?’» («de penoso a penal, um juízo do apalpão — here we go again», no Cinco Dias.)
- «The marks of the second world war can be seen all over Europe, in restored buildings, destroyed neighbourhoods, war cemeteries, painful memories and memorials to the millions who died in the war against nazism. In almost all countries the memorials are treated with respect. (...) But in Estonia a new law threatens the very principle of the sanctity of the war dead. The War Graves Protection Act will allow the memorial that stands in the centre of the capital, Tallinn, to be dismantled, and the bodies of unknown soldiers beneath it to be disinterred and reburied elsewhere. (...) Meanwhile in Estonia, as in Latvia, it has become permissible for veterans of the Hitlerite SS not only to form associations, but to hold rallies in city centres. In other words, it has become politically correct among some EU members to honour those who tried to bury European civilisation and were responsible for a five-year catastrophe on our continent, while they make it more difficult to honour those who gave their lives to stamp out the cancer of fascism. (...) the men and women who fought in the Red Army believed they were ridding the world of fascism - and that is what they did. They and their children can't be held responsible for crimes committed later. It is unforgivable to equate liberators with occupiers.» («An insult to our war dead», no The Guardian.)
terça-feira, 6 de março de 2007
Revista de blogues (6/3/2007)
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