terça-feira, 31 de janeiro de 2006
Boa sorte
segunda-feira, 30 de janeiro de 2006
Paul Kurtz: «Hurrah for Freedom of Inquiry: Vital Issues for Secular Humanists»
For many of us, it is important today that we define and defend constructive alternatives to the reigning religious moralities. Thus, we have argued
- that we need to defend free inquiry, critical thinking, reason, and the methods of science;
- that a person can be good without belief in God;
- that the lives of nontheists can overflow with meaning and enrichment;
- that secular humanism and scientific naturalism can contribute immensely to the growth of democracy and the improvement of the human condition on the planet
Clearly, if God is dead for post-postmodern society, humans are alive-and have the responsibility to create a better world for themselves and their fellow human beings. It is not the death of God but the rebirth of human confidence in the courage to achieve that we especially need to herald.
(...)
sexta-feira, 27 de janeiro de 2006
Kenan Malik: «Born in Bradford»
terça-feira, 24 de janeiro de 2006
Tirar conclusões
segunda-feira, 23 de janeiro de 2006
Três pontos para aborrecer os cavaquistas
- Cavaco Silva foi eleito Presidente pela mais pequena diferença de sempre: 66 786 votos. Em 1986, Soares batera Freitas por 138 692 (mais do dobro) e em 1996 Sampaio bateu Cavaco por 439 925 (e qualquer uma das outras quatro vitórias presidenciais foi ainda mais ampla). Para que tivesse havido uma segunda volta, bastaria que 33 394 dos votantes em Cavaco tivessem escolhido outro candidato, ou que 66 786 abstencionistas tivessem saído de casa para votarem à esquerda.
- Cavaco Silva teve o segundo total de votos mais baixo de sempre numa eleição presidencial: 2 753 511. Apenas a vitória de Sampaio em 2001 (2 401 015) lhe foi inferior em número de votos. O recorde foi de Mário Soares em 1991 (3,46 milhões de votos), seguido por Ramalho Eanes em 1980 (3,26 milhões de votos) e por Jorge Sampaio em 1996 (3,035 milhões de votos). Mesmo Soares em 1986 (3,01 milhões) e Eanes em 1976 (2,97 milhões) tiveram votações superiores. Porque a abstenção foi a segunda mais elevada de sempre (apenas em 2001 fora maior).
- Cavaco Silva teve apenas mais 158 380 votos do que tivera em 1996.
- Adenda: Cavaco Silva teve menos votos do que Freitas do Amaral tivera na segunda volta de 1986.
(Resultados da eleição presidencial.)
Os meus desvios
Alegre: 20,7%-22%=1,3%
Soares: 14,3%-13%=1,3%
Jerónimo: 8,6%-8%=0,6%
Louçã: 5,3%-6%=0,7%
Garcia: 0,4%-1%=0,6%
Abstenção: 38,2%-32%=6,2%
Soma: 5,1% (sem abstenção) ou 11,3% (com abstenção).
sexta-feira, 20 de janeiro de 2006
Banalidades finais
Os que votam Soares votam sobretudo na «bonomia» e na experiência. Pessoalmente, penso que Soares já fez a sua parte, goste-se ou não. E penso que infelizmente há uma geração inteira que acredita que ser «republicano e laico» é fazer juras de amor à ICAR cada vez que se fala num assunto remotamente relacionado. Esse problema continuará, aconteça o que acontecer.
Quem vota Jerónimo vota no segundo maior exército civil português (o primeiro é a ICAR), como se viu no Pavilhão Atlântico. Vota na «instituição» que preserva os direitos mínimos daqueles portugueses que pouco têm e que vivem a sul do Mondego. Mas um exército, mesmo igualitário, nunca é uma escola de liberdade individual.
Louçã esforçou-se e continua a esforçar-se por se tornar um social-democrata credível, preenchendo o imenso espaço ideológico vazio entre o PCP e o PS. Deu mais um bom passo nesse sentido nesta eleição presidencial, independentemente do resultado que obtenha. Não tem «máquina» por trás, e começa a parecer claro que não tem espaço para a construir, a não ser a longo prazo (o BE é, nítidamente, o movimento político mais jovem).
Garcia Pereira teve a única qualidade de fazer ver que o sistema mediático não deu um tratamento igualitário às diferentes campanhas. De resto, tem ideias lunáticas (como instituir «Supremos Tribunais» na Madeira e nos Açores).
Alegre é a primeira oportunidade, em trinta anos de democracia, de votar num cidadão que não foi aprovado por directório partidário algum. Vacilou em questões importantes (ver mais abaixo neste blogue), na medida exacta em que as sondagens o colocavam cada vez mais frequentemente à frente de Soares.
Durante o próximo mandato, será discutida a «Constituição Europeia» (com esse ou outro nome). O único que acredito que seria favorável a um referendo, dos três que podem ser eleitos, é Manuel Alegre. E é um social-democrata, o que não pode ser dito, na realidade, de Cavaco.
No 4º ano d.C. (depois de Cavaco)...
Resultados das eleições presidenciais
- 1976 Ramalho Eanes: 2 967 137 votos (61,6%); Otelo Saraiva de Carvalho: 792 760 (16,5%); Pinheiro de Azevedo: 692 147 (14,4%); Octávio Pato: 365 586 (7,6%); abstenção: 24,5%.
- 1980 Ramalho Eanes: 3 262 520 votos (56,4%); Soares Carneiro: 2 325 481 (40,2%); Otelo Saraiva de Carvalho: 85 896 (1,5%); Galvão de Melo: 48 468 (0,8%); Pires Veloso: 45 132 (0,8%); Aires Rodrigues: 12 745 (0,2%); abstenção: 15,6 %.
- 1986(1) Freitas do Amaral: 2 629 597 (46,3%); Mário Soares: 1 443 683 (25,4%); Salgado Zenha: 1 185 867 (20,9%); Lurdes Pintasilgo: 418 961 (7,4%); abstenção: 24,6%.
- 1986(2) Mário Soares: 3 010 756 (51,2%); Freitas do Amaral : 2 872 064 (48,8%); abstenção: 22%.
- 1991 Mário Soares: 3 459 521 (70,4%); Basílio Horta: 696 379 (14,2%); Carlos Carvalhas: 635 373 (12,9%); Carlos Marques: 126 581 (2,6%); abstenção: 37,8%.
- 1996 Jorge Sampaio: 3 035 056 (53,9%); Cavaco Silva: 2 595 131 (46,1%); abstenção: 33,7%.
- 2001 Jorge Sampaio: 2 401 015 (55,6%); Ferreira do Amaral: 1 498 948 (34,7%); António Abreu: 223 196 (5,2%); Fernando Rosas: 129 840 (3%); Garcia Pereira: 68 900 (1,6%); abstenção: 50,3%.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2006
O terceiro ano da era cavaquiana
Revista de blogues (19/1/2005)
- «A Marca do Z», no umblogsobrekleist.
- «Presidenciais pobrezinhas» e «Há 4 anos sem aumento», no Klepsydra.
- «Sabedoria Popular», n´O Franco Atirador.
- Os candidatos à eleição presidencial (Alegre, Soares, Louçã, Jerónimo, Garcia, Cavaco) no Armadilha para ursos conformistas.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2006
Shalom Lappin: «How Class Disappeared From Western Politics»
terça-feira, 17 de janeiro de 2006
Veneno puro
- Primeiro, uma promessa ao actual Presidente: «Peço rigor a Jorge Sampaio, a quem, como já disse, por várias vezes, só responderei quando deixar de ser Presidente da República.»
- Para quem não percebeu, ameaça com indiscrições sobre assuntos de Estado: «[na sua] fotobiografia, o Presidente Jorge Sampaio não conta a sua posição na altura sobre o défice (nomeadamente na reunião que tivemos a 13/10/04 e em que me fiz acompanhar pelo ministro das Finanças).».
- E já agora, também usa os detalhes da famosa factura: «é também elucidativo o que representa, a nível institucional, a revelação de telefonemas para militantes do PPD/PSD enquanto [Jorge Sampaio] tratava do assunto com Durão Barroso.»
- Sobre a outra ferida que não cicatrizou: «Reafirmo que devo lealdade ao meu espaço político num período de campanha eleitoral mas também devo fidelidade a mim próprio e à memória do que aconteceu no ano passado. (...) Impus a mim próprio que não falaria sobre o meu voto nas presidenciais. Mas há uma garantia que posso dar: não voto nos adversários do meu espaço político.»
- E ainda mais claramente: «Não declarei, nem declaro, qualquer apoio a Cavaco Silva. Mas também não o ataquei, nem ataco. Aliás, Cavaco Silva será o primeiro a compreender que se tenha esta posição porque também não declarou qualquer apoio em Fevereiro de 2005.»
- Os personagens menores só merecem uma nota final: «quando falo saltam as vozes do costume (JPP, ALX, ASL, JPC, entre outros). (...) Só sabem falar do que os outros fazem mas nunca fizeram nada.»
- Mas ainda não vimos o último acto deste drama: «em política pode morrer-se várias vezes. E, permito-me acrescentar, viver também.»
segunda-feira, 16 de janeiro de 2006
O neo-cavaquismo, ano 2
quinta-feira, 12 de janeiro de 2006
Cavacolândia, Vol. 1
quarta-feira, 11 de janeiro de 2006
Louçã e Soares
terça-feira, 10 de janeiro de 2006
Citações republicanas (6): Jean Jaurés
segunda-feira, 9 de janeiro de 2006
Citações republicanas (5): Albert Camus
domingo, 8 de janeiro de 2006
Laicidade, igualdade e privacidade
Significativamente, nem os mais veementes na defesa da perpetuação dessas situações ousam negar que elas são inconstitucionais e ilegais. De facto, constitucionalmente as igrejas estão separadas do Estado e o ensino público não é confessional, todos os cidadãos são iguais perante a lei independentemente das suas convicções religiosas, e segundo a Lei da Liberdade Religiosa o Estado não adopta qualquer religião e ninguém pode ser obrigado a praticar ou a assistir a actos de culto, ou a receber propaganda em matéria religiosa. O entendimento de que a permanência de crucifixos em salas de aula de escolas públicas é inconciliável com os preceitos constitucionais foi aliás reiterado em 1999 pelo Provedor de Justiça, num parecer em que afirmou que «[se trata] de uma situação desconforme com o princípio da separação das confissões religiosas do Estado». Parecendo a situação jurídica consensual, existe porém quem defenda a desobediência à lei.
A resistência ao cumprimento da Constituição da República evidencia que a pedagogia da laicidade do Estado não tem sido adequadamente realizada. Deveria ser óbvio que a laicização do Estado não privará a Igreja Católica, ou qualquer outra comunidade religiosa, de uma única das liberdades que lhes são indispensáveis ao exercício do culto. No entanto, a acreditar em alguns dos opositores à laicização, estas medidas seriam inseparáveis de puros desvarios que se lhes seguiriam inexoravelmente, como a interdição da posse de crucifixos, a implosão de todas as igrejas em território nacional ou a proibição de todo e qualquer culto religioso! Quem tal afirma entende a laicidade - erradamente - como um totalitarismo simétrico do totalitarismo católico e inquisitorial, quando pelo contrário, ao impor limites ao poder do Estado sobre os cidadãos, é a defesa do indivíduo contra todos os totalitarismos religiosos e ideológicos que se assegura. A laicidade implica exactamente que o Estado não professa uma religião nem patrocina qualquer coacção religiosa sobre os cidadãos, ficando assim os cidadãos efectivamente livres de professar uma religião ou nenhuma no domínio privado e associativo, ou mesmo em público desde que no respeito pela possibilidade de outros também o fazerem.
Recorda-se a quem argumenta com a tradição que deve fazê-lo ciente de que esta foi inventada pelo salazarismo em 1936, quando se legislou que «em todas as escolas públicas (...) existirá, por detrás e acima da cadeira do professor, um crucifixo, como símbolo da educação cristã determinada pela Constituição». E aos que defendem que as maiorias sociológicas podem suspender a aplicação de direitos individuais que, como a liberdade de consciência, estão assegurados constitucionalmente, assinalamos que tomamos esta iniciativa justamente por recebermos numerosas queixas de encarregados de educação e professores que nem sempre desejam revelar, perante as comunidades em que estão inseridos, as suas convicções em matéria religiosa. Permitir que cada comunidade decidisse quais as leis e preceitos constitucionais a aplicar localmente seria demitir o Estado do seu papel de garante dos direitos individuais contra as coacções das maiorias locais, e nomeadamente do direito à privacidade das opções em matéria religiosa.
Finalmente, a posição assumida pelo Ministério da Educação - ao fazer depender a retirada dos crucifixos ou a cessação de rituais religiosos de queixas recebidas - é manifestamente insuficiente. Novamente porque a aplicação de preceitos constitucionais de aplicação geral não pode depender de pedidos pontuais nem da desistência, pelos cidadãos, do direito à privacidade das suas convicções.
Só se o Estado for realmente laico a sociedade poderá ser livre e plural. Só a laicidade garante a liberdade de consciência de todos, os que têm uma qualquer religião e os que não têm nenhuma.
Ricardo Alves (Secretário da Direcção da Associação República e Laicidade)
quinta-feira, 5 de janeiro de 2006
Peter Brooks: «Bush vs Camus»
Hélio Schwartsman: «Tristes trópicos»
quarta-feira, 4 de janeiro de 2006
Jerónimo crucifica a Constituição
terça-feira, 3 de janeiro de 2006
O BE entre dois mundos
segunda-feira, 2 de janeiro de 2006
«Em quem eu voto/Nem às paredes confesso»
Sou soberanista porque prefiro o clássico ao pós-moderno
Gustave Courbet, L´origine du monde, pintura em óleo sobre tela, 1866.
Pode ser apreciado no Musée d´Orsay.
Tanja Ostojic, sem título, poster para exibição em suportes publicitários, 2005.
Não pode ser apreciado nas ruas da Áustria.