segunda-feira, 20 de junho de 2005

Ser parte da solução

  1. Uma sociedade sem crime é uma utopia. O que não deve impedir que se reprima o crime e se tente preveni-lo, mas impõe que não se perca de vista que a «criminalidade zero» é inatingível.
  2. Os macacos manifestantes de Sábado são parte do problema que é o crime, não são parte da solução. Em primeiro lugar, porque eles próprios são criminosos, ou desejam sê-lo (um dos promotores principais da manifestação é aliás um assassino, condenado como tal pelos tribunais da República). Em segundo lugar, porque as próprias «soluções» que propõem são criminais (deportação de residentes legais, descriminalização da violência policial, despenalização da violência sobre negros e homossexuais). Em terceiro lugar, porque o seu discurso de ódio visa envenenar qualquer debate racional que se queira ter, quer sobre a criminalidade, quer sobre a integração dos imigrantes.
  3. A solução do problema que é a criminalidade passa apenas por aplicar leis que existem e que são iguais para todos. Nada mais.
  4. Sampaio foi parte da solução ao visitar a Cova da Moura no Sábado, e mais ainda ao defender a alteração da lei da nacionalidade. Numa República, a nacionalidade não pode ser um privilégio hereditário. Deve ser um direito daqueles que nascem no território republicano. Difundir o princípio de que a cidadania portuguesa deve ser política e não cultural é também um imperativo.
  5. Evidentemente, já tardam medidas sociais que retirem os imigrantes e os seus descendentes dos guetos urbanos e sociais. Nomeadamente, realojar os residentes de bairros degradados, pôr um fim às turmas escolares em que se agregam apenas os repetentes e os alunos de minorias «étnicas», ou apoiar as actividades desportivas e associativas.
  6. Os cretinos de Sábado escolheram ser parte do problema. A melhor resposta que se lhes pode dar é tornarmo-nos parte da solução.

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