Comparando com as eleições anteriores, a variação mais significativa (em termos percentuais - não de mandatos) é o esvaziamento do partido de extrema direita UKIP. O crescimento do UKIP devia-se ao desejo do BREXIT por uma parte do eleitorado. Consumado (pelo menos em referendo) o BREXIT, o voto na extrema direita esfuma-se. A tese (de que os setores mas ferrenhamente europeístas não gostam) de que o crescimento do voto na extrema direita é uma reação popular às políticas não sufragadas impostas por instituições europeias não eleitas ganhou aqui um exemplo. (Em França não é bem assim: embora isso justifique um crescimento da FN, a extrema direita sociológica, por razões históricas, é maior.) Talvez seja sensato não deixar a extrema direita como única alternativa de voto a quem critica essas políticas (como sucede em muitos países - não em Portugal). Mas o melhor mesmo será mudar muitas das políticas da União Europeia.
Pela segunda vez em um ano, um primeiro ministro conservador britânico julga que tem os seus eleitores no bolso. E as eleições demonstram que isso não é verdade. Terão aprendido a lição?
Numa altura em que se fala na crise da esquerda na Europa, um partido socialista com um plano de governo de esquerda obteve mais de 40% dos votos, e permanecerá como uma sombra do próximo governo (cuja estabilidade ainda terá que ser demonstrada). A crise não é da esquerda: é do convencionalmente chamado "centro" político. Da "esquerda" que pratica políticas de direita. Espero que também tenham aprendido esta lição.
Pela segunda vez em um ano, um primeiro ministro conservador britânico julga que tem os seus eleitores no bolso. E as eleições demonstram que isso não é verdade. Terão aprendido a lição?
Numa altura em que se fala na crise da esquerda na Europa, um partido socialista com um plano de governo de esquerda obteve mais de 40% dos votos, e permanecerá como uma sombra do próximo governo (cuja estabilidade ainda terá que ser demonstrada). A crise não é da esquerda: é do convencionalmente chamado "centro" político. Da "esquerda" que pratica políticas de direita. Espero que também tenham aprendido esta lição.
4 comentários :
Há um erro neste seu argumento Filipe, o RU não está obrigado a cumprir o pacto de estabilidade. As políticas de austeridade são da exclusiva responsabilidade de Cameron, Osborne, Clegg e Cable (estes dois últimos dos LD, no governo até 2015). Em segundo lugar, há um pequeno problema com as políticas de Corbyn, é que não há dinheiro para elas. O Institute of Fiscal Studies arrasou os programas conservador e trabalhista, este último porque o aumento de impostos que Corbyn propunha não cobria de modo nenhum o enorme aumento de despesa que prometia. Mais, o insuspeito Larry Elliot, no Guardian, revelou que Corbyn não reservou um penny para as privatizações (só as águas eram mais de 60 mil milhões de libras). Pode ou não concordar-se com aumento de despesa e com nacionalizações, mas é preciso explicar onde se mobilizam os recursos para tal. Porque se a solução é mais dívida pública, já se sabe qual o resultado. Thatcher tinha razão, nesse caso, o 'Socialismo' acaba quando acaba o dinheiro dos outros. Para quem se preocupa tanto com soberania, a Esquerda soberanista parece invulgarmente pouco preocupada com a ideia de que, ou se muda de vida (e podemos ter que reestruturar parte da dívida existente), ou tarde ou cedo essa soberania irá ser-nos retirada de novo...
Pela segunda vez em um ano, um primeiro ministro conservador britânico julga que tem os seus eleitores no bolso.
E não tem? O partido conservador aumentou a sua votação de 37% para 42%. Ou seja, Theresa May tem os sues eleitores no bolso...
O problema é que, com o sistema eleitoral britânico, o número de deputados eleitos tem pouquíssimo a ver com o número de votos obtido.
Therssa May é mais uma globalista que calculou mal a raiva do povo. Será que os políticos vão aprender a ouvir o povo finalmente?
Fiquei a saber que o UKip é de "extrema-direita".
Para os globalistas e internacionalistas qualquer partido Europeu que quer preservar a sua civilização Greco-Cristã e de "extrema-direita"
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