segunda-feira, 26 de junho de 2017

E se os climatólogos estiverem errados?

Entre os críticos mais moderados às medidas de reacção ao aquecimento global, existem alguns que salientam o grau de incerteza associado às dificuldades de prever o clima futuro.

Esta é uma crítica perspicaz e informada. De facto, embora seja clara a relação entre as concentrações de CO2 e metano e o aumento de temperatura directo, existem depois uma série de retroacções positivas e negativas que dificultam a estimativa do impacto total. As nuvens, por exemplo, tanto podem contribuir para aquecer a terra (por aprisionarem calor) como para arrefecer (por reflectirem os raios solares antes que cheguem à superfície); o derretimento do gelo, a maior prevalência de incêndios ou a libertação de metano no pergissolo criam retroacções positivas, mas a sua intensidade é difícil de prever, e as razões para incertezas acrescidas são várias.

No entanto, a crítica apresenta implicitamente a ideia de que qualquer erro dos climatólogos vai no sentido de sobreestimar os riscos. A verdade é que não existe qualquer fundamento para esta assumpção, e a perspectiva contrária pode estar mais próxima da verdade.

Gernot Wagner e Martin Weitzman são dois economistas que publicaram um livro onde argumentam que ao "cenário mais provável" é dada atenção em excesso. Aquilo que deveria preocupar os actores políticos é a possibilidade dos cientistas climáticos estarem a subestimar a subida de temperatura.


De facto, no que diz respeito aos actuais alvos para as emissões, estima-se uma probabilidade de 10% de uma subida superior a 6ºC. Uma subida dessa magnitude poderia pôr em causa a sobrevivência da nossa espécie.

Isto significa que mesmo que o cenário mais provável fosse completamente inofensivo (o que está longe de ser verdade) aos riscos de equívoco na estimativa continuariam a justificar uma acção muito mais decidida e enérgica para reduzir as emissões. Nós não estaríamos dispostos a aceitar uma probabilidade de um acidente viário fatal rodando os 10% para nos deslocarmos, e não devemos aceitar esta perigosa "roleta russa" para o destino da Humanidade.

Mas o Árctico já vai a meio... É urgente reagir a este problema.



Post também publicado no Espaço Ágora.

24 comentários :

Unknown disse...

Que medidas tens levado q cabo para reduzir as tuas emissões João? Vais de burro para o emprego/faculdade?

João Vasco disse...

Vou a pé, mas até podia ir de helicóptero que isso não tornava errado nada do que escrevi. O meu comportamento ser decente ou pernicioso em nada altera o problema de que falo neste texto.

Há muitas medidas que a sociedade pode pôr em prática para reduzir as emissões, e - tarde e a más horas, e com menos sentido de urgência que o necessário - isso já começa a ser feito. O primeiro passo é reconhecer o problema. Aquilo que as indústrias fósseis e aqueles que estas conseguiram enganar bem enganados não querem que aconteça.

Mats disse...

Claro que se tu fosses de carro ou outro "emissor" isso levantaria suspeitas em torno do teu compromisso em combater o assim chamado "aquecimento global"

Se a "sociedade" tem que tomar medidas, então tu, que fazes parte da sociedade e és um crente nessa religião climática, tens que agir em conformidade.

Quanto do teu dinheiro estás disposto a enviar para os paises pobres (incluindo a China) para que eles combatam o AG?

João Vasco disse...

Se um indivíduo abdica isoladamente de consumir combustível, aquilo que acontece é que a procura pelo combustível diminui, e o combustível fica mais barato. Ao ficar mais barato o combustível, as outras pessoas compram ligeiramente mais do que comprariam. Claro que o balanço é positivo: aquilo que as outras pessoas consomem a mais não ultrapassa aquilo que o indivíduo consumiu a menos, mas o efeito do seu sacrifício foi brutalmente atenuado. Assim o efeito do sacrifício não vai todo ser canalizado para um planeta mais sustentável do que a sua ausência: uma pequena parte do sacrifício tem esse efeito, enquanto que outra parte é uma transferência de riqueza daqueles que têm a decência de se preocupar com o planeta para aqueles que não querem saber, que ficam assim com a gasolina mais barata.

Isto é um pouco como se tu e 10 amigos tivessem causado um acidente que vai custar 1100€ a reparar. Vocês podem fugir e não ser apanhados, mas tu achas que isso é indecente. Deviam deixar o vosso contacto, e dividir a conta por todos, custando 100€ a cada um. As pessoas que acreditam que isso devia ser feito são 4, e perdem a votação. Agora, os restantes 7 dizem que vocês, já que estão tão indignados com o que se passou, podem perfeitamente dar os vossos contactos e pagar vocês os 4 os estragos.
Agora tu até podes estar disposto a pagar os 275€, mas também é razoável que digas que isso não é justo: que não tens de estar a financiar o comportamento de quem não quer ser decente, e que todos devem pagar a sua parte.

Quem olha para o problema do aquecimento global como um problema grave e quer acções políticas globais para resolver o problema, mas não está disposto a mudar substancialmente os seus hábitos individuais no actual contexto é como a pessoa que está disposta a pagar os 100€ que lhe cabem, mas não aceita pagar os 275€. E eu estou à vontade para falar sobre isto, porque não uso carro, nem sequer tenho carta de condução. A energia eléctrica que uso em casa é 100% renovável.

Dito isto, acho engraçado que uses o termo "religião" neste contexto como sinónimo de "ilusão", "irracionalidade", "equívoco", "fraude". Mas, mesmo que seja isso que pensas da religião, a questão do aquecimento global ser consequência da acção humana corresponde ao que é publicado nas revistas científicas mais reputadas. É mesmo ciência.

Mats disse...

"Se um indivíduo abdica isoladamente de consumir combustível, aquilo que acontece é que a procura pelo combustível diminui, e o combustível fica mais barato. Ao ficar mais barato o combustível, as outras pessoas compram ligeiramente mais do que comprariam. (...) Agora tu até podes estar disposto a pagar os 275€, mas também é razoável que digas que isso não é justo: que não tens de estar a financiar o comportamento de quem não quer ser decente, e que todos devem pagar a sua parte.

Tradução: enquanto houver pessoas que não agem como vocês aquecimistas pontificam que eles devem agir, vocês não irão agir segundo o que vocês acreditam.

Portanto, embora tu (aparentemente) não sejas um "emissor" de dióxido de carbono em quantidades alarmantes, tu dizes, pelo que entendi, que seria "injusto" seres só tu a mudar o comportamento de acordo com o que tu dizes que deve ser feito só porque as pessoas que não pensam como tu não agem como tu dizes que se deve agir.

Por isso é que vocês esquerdistas são tão desprezados pelas pessoas sensatas; a vossa hipocrisia é gritante e acho que tu nem te apercebes dela.

Se tu sabes que o caminho a seguir é este, porque é que tu não sentes a obrigação de o seguir, mesmo que os outros não o sigam? Estás à espera que toda a gente pense como tu para tu viveres de acordo com o que acreditas? Espera sentado, amigo.

E obrigado por mais uma evidência da hipocrisias esquerdista. Faz-me lembrar o idiota do Varoufakis que defende uma maior taxação do dinheiro do povo ao mesmo tempo que guarda o seu dinheiro em off-shores.

Esquerdismo é hipocrisia.

Dito isto, acho engraçado que uses o termo "religião" neste contexto como sinónimo de "ilusão", "irracionalidade", "equívoco", "fraude".

Foi mais com o entendimento de "filosofia de vida baseada em crenças tidas como autoritárias e vinculativas para toda a humanidade".

Mas, mesmo que seja isso que pensas da religião, a questão do aquecimento global ser consequência da acção humana corresponde ao que é publicado nas revistas científicas mais reputadas.

E como se sabe, se está "nas revistas científicas mais reputadas", então deve ser verdade.

João Vasco disse...

Vais-me dizer que os esquerdistas são desprezados pelas pessoas sensatas?
Tu, um criacionista?
Tu tens alguma noção da ironia tremenda que é o que acabaste de dizer?

De facto não percebeste nada do que escrevi, se pensas que não sinto obrigação de fazer sacrifícios para reduzir as minhas emissões, nem sequer percebeste que o faço mesmo sujeitando-me à injustiça tremenda de o fazer transferindo recursos para egoístas como tu que fingem ser demasiado intelectualmente incapazes para compreender a ciência só para não terem de mexer uma palha. Há muitas pessoas que são como os indivíduos do meu exemplo que estariam dispostos a pagar os 275€, mesmo com a injustiça de pagar pelos que têm menos escrúpulos.

Vais ser responsável por um verdadeiro genocídio ( http://nymag.com/daily/intelligencer/2017/07/climate-change-earth-too-hot-for-humans.html ), e talvez quando isso for demasiado óbvio até para ti tenhas problemas em dormir em paz. Ou se calhar és tão egoísta, que nem sequer nesse momento vais ter qualquer problema.
Não sei, o futuro dirá, se terás a decência de te sentir culpado por estar a encorajar a humanidade a não reagir a tempo a esta ameaça.

Mats disse...

"Vais-me dizer que os esquerdistas são desprezados pelas pessoas sensatas? Tu, um criacionista?

Exactamente. Eu, como Cristão e criacionista, posso olhar para a hipocrisia que é o teu esquerdismo e dizer-te o que tu deverias ter ouvido há muito tempo. Vocês esquerdistas são desprezados pelas pessoas sensatas porque vocês são hipócritas e cheios de dualidade de critérios.

O teu pequeno sermão de cima, de que "não é justo" uma pessoa se sacrificar pelo que sabe ser a verdade enquanto os outros não o fazem, é o exemplo típico da hipocrisia esquerdista.

Se tu sabes que o caminho a seguir é X, o que é que te importa se os outros te imitam ou não? Tu vai, e faz o que está certo, e não fiques à espera que toda a "sociedade" tenha a mesma fé que tu para fazeres o que está certo.

Vocês esquerdistas querem "mudar o mundo" mas nem conseguem mudar o VOSSO comportamento de acordo com o que VOCÊS acreditam. Jogam culpas nos outros pelo facto de vocês não serem consistentes. Basicamente, os esquerdistas são crianças incapazes de assumir a responsabilidade de um adulto.

Tu tens alguma noção da ironia tremenda que é o que acabaste de dizer?

Não há nenhuma "ironia".

<"De facto não percebeste nada do que escrevi, se pensas que não sinto obrigação de fazer sacrifícios para reduzir as minhas emissões, nem sequer percebeste que o faço mesmo sujeitando-me à injustiça tremenda de o fazer transferindo recursos para egoístas como tu que fingem ser demasiado intelectualmente incapazes para compreender a ciência só para não terem de mexer uma palha."


Eu disse: "Claro que se tu fosses de carro ou outro "emissor" isso levantaria suspeitas em torno do teu compromisso em combater o assim chamado "aquecimento global"

Tu respondes com uma lenga lenga de que "não é justo" os crentes no aquecimento global através da emissão de CO2 serem os únicos a ter que mudar o seu comportamento devido ao que eles acreditam. Tu estás à espera que o resto de humanidade mude de comportamento para se ajustar a uma ideologia a qual não subscreve?

Isso é o mesmo que eu dizer que "é injusto" eu ter que mudar o meu comportamento para agradar a Deus enquanto os não-Cristão não o fazem. A pessoa sensata dirá "Porque é que eu tenho que mudar o meu comportamento para satisfazer os teus requerimentos se eu nem acredito na tua fé?"

Tal como eu disse, o que disseste em cima é apenas uma das muitas formas que os esquerdistas arranjam para não viver de acordo com o que eles mesmos defendem.

A propósito, não respondeste à minha pergunta: "Quanto do teu dinheiro estás disposto a enviar para os paises pobres (incluindo a China) para que eles combatam o AG?"

Mats disse...

"Há muitas pessoas que são como os indivíduos do meu exemplo que estariam dispostos a pagar os 275€, mesmo com a injustiça de pagar pelos que têm menos escrúpulos."

Ainda bem que tu estás disposto a viver de acordo com o que tu acreditas, e estás disposto a não emitir CO2 para não aumentares a temperatura da Terra. Lembra-te disso sempre que andares de carro, avião ou autocarro.

Vais ser responsável por um verdadeiro genocídio ( http://nymag.com/daily/intelligencer/2017/07/climate-change-earth-too-hot-for-humans.html )


Tal como quem negou o "buraco o ozono" foi responsável por um "genocídio", tal como quem negou a "eminente chegada duma idade do gelo" foi responsável por um "genocídio".

Já vimos este filme no passado, e não deu em nada mais que um poder mais centralizado e mais impostos para os trabalhadores. Quem lucrou? Os oligarcas.

João Vasco disse...

«Isso é o mesmo que eu dizer que "é injusto" eu ter que mudar o meu comportamento para agradar a Deus enquanto os não-Cristão não o fazem. »

Mas haveria alguma injustiça nisso? Se tu acreditas que Deus vai recompensar quem o agrada e castigar quem não o faz, até por egoísmo poderia fazer sentido agradá-lo. Seria como agradar o chefe à procura de uma promoção. Não existe necessariamente nada de altruísta nisso, nenhum sacrifício sem recompensa, e certamente nenhuma injustiça contra quem optar por agradar a Deus, para quem acredita que Deus existe e recompensa/castiga dessa forma.

O que eu estou a falar é algo completamente diferente. É como tu e quatro amigos destruírem algo por acidente e tu pagares ao dono não só a parte que te cabe, mas também a parte deles, já que eles acreditam que se forem espertos e fugirem não têm nada que pagar.
Agora, tu podes usar essa "técnica" de argumentação que é fingires-te incapaz de compreender os meus argumentos, mas eu sei perfeitamente que tu entendeste e que percebes a injustiça desta situação.

Por isso eu faço vários sacrifícios para baixar a quantidade de emissões pelas quais sou responsável, mesmo sabendo que isso torna a tua gasolina mais barata o que te faz consumir mais. Para ajudar o planeta, subsidio os teus hábitos de consumo irresponsáveis. Podes fingir que é hipocrisia ver injustiça aqui, mas hipocrisia é a tua que finges não ter capacidade de raciocínio para entender o problema, quando ambos sabemos que tens.

Sobre o desprezo, deixa-me dizer-te o seguinte: é verdade que quase todas as pessoas sensatas (qualquer que seja a sua afinidade ideológica) têm um profundo desprezo pelos criacionistas. E como isso te faz sentir mal, tu viras o bico ao prego e dizes que desprezam os esquerdistas - um pouco da mesma maneira como quando chamas "religião" à ideia de que o aquecimento global é uma verdade tu estás a assumir que religião é "engodo", "equívoco", "fantasia" e por isso usas a palavra "religião" como um insulto, numa curiosa ironia.
Mas não tens de canalizar essa frustração com o desprezo que as pessoas sensatas vetam ao criacionismo para mim. Por acaso eu até acho mal. Eu acho que o criacionismo não merece o nosso desprezo. É um equívoco que interessa compreender para melhor ajudar aquelas pessoas que têm uma noção da realidade equivocada a esse ponto, e tanto se distanciaram da ciência.
Só por curiosidade, e pergunto-te mesmo sem sarcasmo ou ironia, tu não acreditas que a terra é plana, pois não? Presumo que não (mas confirma, sff).
Já deves ter noção que para a generalidade das pessoas sensatas a diferença entre acreditar que a terra é plana ou que tem 6000 anos não é muito grande. Para mim também não. Mas nenhuma destas crenças merece o nosso desprezo.

Mats disse...

«Isso é o mesmo que eu dizer que "é injusto" eu ter que mudar o meu comportamento para agradar a Deus enquanto os não-Cristão não o fazem. »

Mas haveria alguma injustiça nisso?


Não, não há, e esse é o ponto. Visto que eu acredito que este é o caminho a seguir, eu sigo-o, independentemente de quem o quer seguir ou não. Eu não acho "injusto" eu ter que conformar o meu comportamento para o que eu sei dá bons resultados. Eu faço-o alegremente.

Tu, pelo contrário, falas em "injustiças" quando só tu ages de acordo com o que tu acreditas.

Esse é um dos muitos problemas do esquerdismo: as vossas ideologias malucas só "funcionam" se toda a gente pensar como vocês (e na maior partes das vezes, nem assim). Como isso nunca vai acontecer, ou vocês vivem de forma hipócrita (que é o que pessoas como Al Gore fazem ao voarem um pouco por todo o mundo a aumentar o aquecimento global) ou então impõem a vossa tradeicional ditadura esquerdista em favor dum "mundo melhor".

Por isso é que o esquerdismo quase sempre acaba numa ditadura - quer seja ditadura militar, como na União SOviética de Estaline e Lenine, em Cuba, no Cambodja, et al - quer seja numa ditadura de opinião - que é o que acontece em países como a Suécia, Dinamarca e afins onde falar contra certos comportamentos sexuais ou falar contra a invasão islâmica pode levar pessoas à cadeia.

"É como tu e quatro amigos destruírem algo por acidente e tu pagares ao dono não só a parte que te cabe, mas também a parte deles, já que eles acreditam que se forem espertos e fugirem não têm nada que pagar.

Nem isso é boa analogia porque tu ao viveres de forma a reduzires as tuas emissões de CO2, estás a viver de acordo com o que TU acreditas; tu não estás a destruir as emissões que eu ou os outros estão a fazer. Pior ainda, no exemplo que dás é um facto que eu e os meus amigos destruímos algo por acidente, enquanto que no que toca ao "aquecimento global", não há consenso algum de que a emissão de CO2 é maléfica para o meio ambiente, e que a forma de combater o "aquecimento global" é parando de usar carros, e enviando dinheiro para paísesdo "terceiro mundo2 (o que, segundo se sabe, inclui a China).

Repara:
1) No teu exemplo há de facto injustiça porque todos danificaram, e todos assumem que destruíram, mas só um paga.
2) No "aquecimento global" não há "injustiça" alguma porque não há aceitação universal de quase nada em torno dela, e as medidas propostas pela oligarquia e pelos internacionalistas são muito "self-serving" para eles, e em nada combatem o que eles dizem está a acontecer.

Por isso eu faço vários sacrifícios para baixar a quantidade de emissões pelas quais sou responsável, mesmo sabendo que isso torna a tua gasolina mais barata o que te faz consumir mais.

Eu não acredito que tu tenhas que reduzir as tuas emissões de CO2, logo, a tua injustiça nem me atinge. Eu quero que tu andes de carro, andes de avião, e faças uso responsável de máquinas e aparelhos que facilitam o teu transporte. Se tu não queres fazer isso, isso é escolha tua e só tua escolha. Não podes dizer que eu estou a ser "injustamente" beneficiado com as tuas renúncias quando eu quero que tu tenhas as mesmas "benesses".

Resumindo, tu estás-te a sacrificar porque queres; ninguém não-aquecimiste te pedidu e nos não queremos que vivas assim. Logo, não me podes imputar algum tipo de "injustiça" quando eu não te estou a negar nada. Entendes?

Portanto, vive de acordo com o que tu acreditas, e pára de acreditar que é "injusto" tu viveres de acordo com o que tu acreditas.

Mats disse...

Sobre o desprezo, deixa-me dizer-te o seguinte: é verdade que quase todas as pessoas sensatas (qualquer que seja a sua afinidade ideológica) têm um profundo desprezo pelos criacionistas.

A tua definição de "sensatas" deve ser algo do tipo "ateu evolucionista" ou "crente nos milhões de anos". E embora se possa dizer que uma larga parte da população mndial defenda o mito dos "milhões de anos", está errado em dizer que "as pessoas sensatas têm um profundo desprezo pelos criacionistas", quando a maior parte da população mundial defende um ou outro tipo de criacionismo ou Design Inteligente.

Pessoas como tu. ávidos materialistas e ateus esquerdistas, são uma minoria ínfima na população geral (embora sejam a maioria entre os oligarcas e entre os endinheirados internacionalistas, e mesmo assim, nem tanto quanto pensas), e é por isso que vocês normalmente têm uma opinião muitp negativa das "massas deslavadas" e dos "populistas" (as vozes do povo).


"E como isso te faz sentir mal, tu viras o bico ao prego e dizes que desprezam os esquerdistas - um pouco da mesma maneira como quando chamas "religião" à ideia de que o aquecimento global é uma verdade tu estás a assumir que religião é "engodo", "equívoco", "fantasia" e por isso usas a palavra "religião" como um insulto, numa curiosa ironia."
Este foi um excelente exemplo da projecção esquerdista patente entre os Guereiros da Justiça Social ("SJWs"). A vossa insegurança e conflitos cognitivos entre a vossa ideologia e a realidade faz com que vocês vejam "injustiças" no mundo, e, mediante a óbvia incapacidade de "mudar o mundo", desenvolvam complexos de inferioridade e mentais.

São vocês que se "sentem mal" com o mundo em que vivêmos, o que vos faz querer "mudar o mundo" ao gosto de Marx, Marcuse e Rothschild.

O meu uso de "religião" quando me refiro ao "aquecimento global", tal como já te disse, tem em vista a fé absoluta que tens nessa ideologia, e como tu realmente achas que é um "pecado" ("injustiça", o que implica uma lei moral justa na base da qual se distinguem comportamentos) o resto do mundo não viver como tu achas que ele deveria viver.


Mas não tens de canalizar essa frustração com o desprezo que as pessoas sensatas vetam ao criacionismo para mim.

Eu não canalizo nada na tua direcção visto que tu, como ateu, já deves ter problemas emocionais e existenciais suficientes. Mas mesmo que não tivesses, não é justo tu teres que suportar as frustrações alheias.

Dito isto, eu não preciso de canalizar na tua diercção algo que não existe. Ao contrário de ti, eu sei que a maior parte das pessoas nunca vai aceitar a verdade, e eu vivo "bem" com isso. Ao contrário de ti, eu não vivo frustrado com a "injustiça" de ter que moldar o meu comportamento com base no que acredito.

Mats disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mats disse...

Agora, é um facto assente que um número cada vez maior das pessoas sensatas estão-se a voltar contra as ideologias esquerdistas. O Brexit, a eleição do Trump (acoisas que ocorreram NÃO em países atrasados e pobrezinhos, mas em países largamente controladas pelo esquerdismo cultural e países prósperos e desenvolvidos) foram sinais visízeis da falência do esquerdismo. Mais sinais irão ocorrer mas eu duvido que tu e os teus camaradas tenham a mentalidade adulta para reconhecer os problemas com as vossas ideologias.

A vosssa "salvação" agora é encher a Europa com muçulmanos e esperar que eles se reproduzam em número suficiente para continuarem a votar em partidos esquerdistas. Os Europeus, esses, estão lentamente a acordar do sono profundo a que foram mergulhados nos últimos 50/70 anos.


Portanto, as pessoas sensatas e informadas estão fartas da tua ideologia. Resta saber quando é que te vais aperceber deste facto.

Só por curiosidade, e pergunto-te mesmo sem sarcasmo ou ironia, tu não acreditas que a terra é plana, pois não? Presumo que não (mas confirma, sff).


É um bocado difícil acreditar em Terra plana quando há mais de 3,500 anos que a Bíblia diz que a Terra é arredondada. Mas eu entendo que os pagãos e os ateus acreditem em Terras planas, em répteis a evoluir para pássaros, e em mamíferos terrestres a evoluírem para baleias. A crença numa origem animal do ser humano é uma crença muito antiga e muito popular entre os pagãos. Se bem me lembro, os Gregos pagãos, as tribos Africanas e muitos outros povos pagãos antigos também acreditavam que o homem vem dum animal. O que muda é o animal.

Já deves ter noção que para a generalidade das pessoas sensatas a diferença entre acreditar que a terra é plana ou que tem 6000 anos não é muito grande.


Só se por "pessoas sensatas" tu tiveres em vista os membros da Grande Loja do Oriente, ou dos líderes da Internacional SOcialista. Se bem me lembro, a génese da ciência moderna ocorreu num Continente repleto de crentes no criacionismo, e não num continente repleto de ateus esquerdistas. Mas posso estar enganado.

João Vasco disse...

Mats,

A tua técnica de argumentação é fingires que não és capaz de compreender os meus argumentos, e obrigares-me a explicar o que é óbvio várias vezes.
Eu não tenho tempo para me repetir como se tu fosses muito mais estúpido do que aquilo que eu sei que és. A mim não me enganas.
Mas se achas que fingires-te de incapaz é uma boa técnica de argumentação, óptimo. Quem ler esta nossa conversa lê os meus argumentos, e lê-te a ti a fingir que não os compreendeu. Se achas que isso é persuasivo, bom para ti.

Não tenho nada a acrescentar.


Lucas disse...

Joao,

Quanto do teu dinheiro estás disposto a enviar para os paises pobres (incluindo a China) para que eles combatam o AG?

João Vasco disse...

Lucas,

Não é só uma questão de disposição: o meu rendimento é muito baixo, mas apesar disso eu faço o sacrifício de pôr algum de parte para esse efeito. Mas nota como é completamente inapropriado eu falar publicamente das questões pessoais sobre o meu estilo de vida num fórum público como este.

Podem existir pessoas que, em resposta ao que acreditas sobre a imoralidade dos métodos contraceptivos de perguntem quantas relações sexuais por semana é que tens com a tua companheira e de que forma, para tentarem avaliar se és hipócrita, mas eu não te faria essa pergunta, porque não tens nada que prestar declarações sobre a tua vida pessoal.

Por outro lado, imagina que tu dizias que não existe pobreza e fome. É completamente absurdo dizer que não existe pobreza e fome, mas tu tens outras convicções quase tão absurdas, e mesmo que não tivesses, acompanha-me neste exemplo hipotético.
Agora eu insistia que há várias provas de que existe pobreza e fome: mostrava-te fotos, testemunhos, estatísticas. Tu dizias que eram todos falsos, e mostravas-me páginas de internet que alegavam que a pobreza era um mito criado pela esquerda para tentar roubar dinheiro às pessoas, e outras teorias da conspiração do género.
Eu mostrava-te como essas páginas estão cheias de erros, e são feitas por várias pessoas de desonestidade comprovável.

Face a isto tu respondias-me: já que eu acredito em pobreza, o que é que fiz para a combater.

Aqui eu respondia-te que faço alguns sacrifícios, mas mesmo que não fizesse nenhum, continuaria a poder constatar o facto de que a pobreza existe. Mesmo quem não faz nada para combater a pobreza tem razão em matéria factual quando insiste que a pobreza e a fome não são nenhuma invenção, se for isso que está em discussão. Mais a mais, existem pessoas que acreditam que a solidariedade de gestos individuais não resolve o problema da pobreza, e que só mudanças sistémicas podem dar resposta a essa questão.

Imagina agora que desvias a conversa para insistir que essas pessoas são hipócritas, generalizarias isso e passavas também a chamar hipócrita a toda a esquerda e a mim em particular.
Imagina que eu deixo de ter paciência para a discussão, mas que deixo muito claro que eu pessoalmente até faço alguns sacrifícios individuais contra a pobreza e a fome, e que isso nem sequer vem ao caso.

Então, incapaz de demonstrar que a pobreza e fome não existem, imagina que me começas a fazer ainda mais perguntas sobre a dimensão dos sacrifícios que eu estou disposto a fazer para combater estes flagelos. Se eu tiver uma vida menos ascética que um frade franciscano, então sou hipócrita por dizer que a fome e a pobreza não são invenções.

Isto seria completamente absurdo, não seria?
Mas seria exactamente o que alguém que não quer mexer uma palha para combater a fome e a pobreza - e tivesse N páginas de internet para lhe aliviar a consciência dizendo que a fome a pobreza são meras invenções - faria.

Vocês os negacionistas vão ver a quantidade de pessoas que vai morrer devido à forma como a humanidade não reagiu a esta catástrofe. E nesse momento, todos aqueles que não negaram as evidências já foram um pouco menos responsáveis que vocês, mesmo aquelas que tiverem provocado directamente um volume de emissões muito semelhante (geralmente provocaram menos), porque as emissões indirectas que resultam da pressão política para não reagir são muito relevantes.

Mats disse...

"Aqui eu respondia-te que faço alguns sacrifícios, mas mesmo que não fizesse nenhum, continuaria a poder constatar o facto de que a pobreza existe. Mesmo quem não faz nada para combater a pobreza tem razão em matéria factual quando insiste que a pobreza e a fome não são nenhuma invenção, se for isso que está em discussão."

A questão aqui é que tu apoias a taxação da sociedade como forma de combater o AG. É legítimo perguntar se tu estás disposto a fazer PESSOALMENTE o que queres que países pobres como Portugal o façam.

Ou é bom pontificar sobre "mudar o mundo" quando quem paga a "mudança" é o vizinho do lado?

Faz-me lembrar aquelas feministas que querem "o governo fora da minha vagina", mas querem que a "sociedade" pague os contraceptivos que ela usa (isto é, mais impostos).

Sem surpresa alguma, a tua resposta não foi muito diferente do que eu já esperava..

João Vasco disse...

«A questão aqui é que tu apoias a taxação da sociedade como forma de combater o AG»

Por acaso a questão aqui é se o AG é uma realidade ou não.
Se concordarmos que o AG é uma realidade, podemos passar a discutir diferentes formas de o combater.


«Ou é bom pontificar sobre "mudar o mundo" quando quem paga a "mudança" é o vizinho do lado?»

Mas qual vizinho do lado? No mínimo cada um deve pagar pelo dano que causa.
Se eu caso dano ao consumir gasolina, devo indemnizar quem é prejudicado (toda a gente). O vizinho do lado também.
Quem provoca emissões deve pagar na proporção do dano que inflecte.
E até te posso dizer que é muito pouco.
Por exemplo, acima tu mencionaste as viagens de avião. Eu já andei de avião várias vezes, mas escolho sempre uma opção que me eleva o custo da viagem em alguns euros (poucos) de acordo com a qual a companhia aérea paga a outra companhia para realizar captura de carbono equivalente às emissões criadas pela minha viagem. Isto quer dizer que pagando apenas um pouco mais (menos ou cerca de 5% do custo da viagem) é possível não prejudicar ninguém.
Mas como não prejudicar os outros é uma opção individual, e como existem pessoas como tu a tentarem convencer as pessoas que isto do aquecimento global é uma treta, a maior parte das pessoas escolhe não pagar este preço extra, e a captura de carbono não chega para cobrir as emissões causadas.
O resultado é que a concentração de CO2 continua a aumentar, e se bem que até agora o número de vítimas mortais do aquecimento global ainda não é assim tão elevado (os efeitos nefastos que sofremos até agora são tão pequenos comparados com os que aí vêm que ainda é possível fingir para as pessoas menos informadas que o AG não existe - não por muito tempo...), isso vai mudar bastante e muita gente vai morrer, para já não falar nas que vão perder suas casas, seus familiares, etc..

Tudo para evitar pagar uns tostões a mais.

Mas não te preocupes, que embora eu possa compreender a escolha de quem diz "se os outros não pagam eu também não pago" (pelo menos não se esforçam para fingir que o AG é uma mentira e levar menos gente a escolher pagar), essa não é a minha opção.

Eu pago, mesmo que ache que não devias ter o direito de não pagar, e com isso matar gente.

Senhor Animalesco disse...

A questão que tem de ser posta em cima da mesa é esta: se a moral é subjectiva, existe razão para se julgar justa ou injusta a acção, qualquer que seja e de quem quer que seja, em relação ao aquecimento global ou outro assunto seja que for (real ou não)?

João Vasco disse...

Existem vários códigos/sistemas morais, mas a ética é o campo do saber que estuda quais os códigos morais adequados aos objectivos humanos: o que é que deveria ser considerado moral e imoral, bom e mau.

A mim não me parece que este seja um campo do saber inútil ou vazio. Se a moral fosse completamente relativa, a ética serviria para muito pouco: "uns pensam que a violação é errada, outros pensam que é ok, não podemos saber quem tem razão, fim da história".
Pelo contrário, acho que a ética nos permite destrinçar códigos morais inconsistentes e desadequados, e dar-nos algumas pistas que disciplinam a nossa intuição moral, numa tentativa de superar os preconceitos que possam resultar das especificidades culturais que não tenham fundamento adequado.

Senhor Animalesco disse...

A mim parece-me que a ética, tal como a defines, continua a ser bastante inútil para resolver a questão da subjectividade da moral e portanto para se encontrar razão para ajuizar o que quer que seja relativamente ao aquecimento global ou qualquer outro assunto. Quais são esses “objetivos humanos”? Quem os define? Mais uma vez caímos na relatividade, na subjetividade. A ética que serve para regrar a moral teria de ser objetiva, absoluta. Mas como não é, encontrei esta frase que diz e bem:

"nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas"

A não ser que seja lei (de preferência instituída democraticamente). Sem objetividade, sem um referencial absoluto, simplesmente será sempre um exercício que carece de verdadeiro fundamento estar a julgar o comportamento das pessoas quanto ao aquecimento global ou outro assunto que seja.

Se, por outro lado, se aceitar que, por exemplo, a vida (humana), mais que um direito é um valor, um bem intrínseco, em absoluto e universal (é para todos, independentemente de as pessoas o aceitarem/reconhecerem ou não), e que isso não depende de nenhum ser em particular (é não-opinativo), então aí sim, pode-se questionar o comportamento das pessoas quanto ao aquecimento global se este é um assunto que pode por em risco esse valor absoluto que é a vida humana. Isto é um exemplo.

Portanto tem de ser “lei”. Mas nesse caso seria preciso reconhecer que o valor intrínseco da vida humana é irrevogável, incondicional, absoluto, universal, etc. etc. (isto, naturalmente com as consequências filosóficas que então daí resultem). Muitos estão contra esta premissa. Os que estão contra, os que não aceitam valores absolutos, objetivos, não estão logicamente em condições de julgar o comportamento dos outros quanto a questões que afetem a vida humana. Podem fazê-lo (não está sancionado na lei) e o que não falta para aí é pessoas que tais a fazerem-no. Mas na realidade trata-se de pessoas que não se apercebem que ao fazê-lo estão a colar em si próprios o rótulo de idiota (por definição e do ponto de vista puramente racional, não no sentido opinativo nem somente para injuriar). Quem de facto não consegue coordenar as suas ideias é, independentemente de se aperceber disso, um idiota. Não é proibido sê-lo, mas fica mal.

Portanto não é o comportamento das pessoas perante o aquecimento global que carece de fundamento, para as julgarmos justas ou injustas, mas é a aceitação, o reconhecimento de princípios fundamentais absolutos – que não dependem de nenhuma pessoa – que serve para se poder fazer esse juízo racional.

É preciso ser aceite como “lei”. E, eventualmente, neste exemplo, percorrendo esse caminho e chegando-se à conclusão que existe aquecimento global, provocado por certas ações humanas, e que esse aquecimento global atenta contra a vida humana então aí sim, nesse caso poder-se-á julgar as ações das pessoas quanto a esse problema e instituir incentivos, sansões, etc, que se entendam adequadas (dando o devido desconto quanto à ignorância que prevalece quanto a esse assunto, e aí entramos no campo da existência ou não do direito de se estar errado, mas isso já é outra história).

João Vasco disse...

Acho que importa bastante distinguir entre duas coisas diferentes que geralmente estão associadas, mas nem sempre.


Uma coisa é o que é "objectivo" e "subjectivo", e outra coisa diferente é o que "socialmente construído/determinado" e aquilo que é "inerente à realidade".

A distinção entre objectivo e subjectivo prende-se com saber se a validade de uma determinada afirmação depende do objecto ou do sujeito. "A cadeira é de madeira" é objectivo porque são as propriedades da cadeira que determinam a verdade desta afirmação. "A cadeira é bonita" é, pelo menos parcialmente, subjectivo porque as propriedades do sujeito determinam a verdade desta afirmação (se ele realmente acha a cadeira bonita).

O binómio "socialmente construído" / "inerente à realidade" leva a uma distinção diferente. Quando nos referimos ao que é "socialmente construído" a verdade de uma determinada afirmação pode variar de sociedade para sociedade, e podemos em certa medida fazer escolhas colectivas em relação à verdade ou falsidade dessa afirmação na sociedade de que fazemos parte.
Aquilo que é "inerente à realidade" pelo contrário, mais do que definido pelas pessoas é por elas DESCOBERTO. Mesmo que todos acreditem que a terra é plana, essa afirmação não deixa de ser falsa.

Aquilo que me parece é que os códigos morais estão na primeira categoria: eles são socialmente construídos. A escravatura pode ser aceitável, e matar vacas pode ser tão grave como o homicídio.

Mas a ética avalia os códigos morais assumindo que existe algo de INERENTE à realidade que nos pode levar a concluir que há códigos morais melhores e piores.
A ética é uma PROCURA, e assume que a sociedade pode estar toda equivocada: mesmo que todos acreditem que a escravatura é moral, ela continua a ser imoral.

Nesse sentido, quem acredita que a ética é um importante campo do saber parte imediatamente da REJEIÇÃO do relativismo moral. Sim, os códigos morais são relativos e são construções sociais, mas não são todos igualmente "bons". Há códigos morais melhores e piores e importa descobrir os melhores. Importa descobrir os critérios a partir dos quais se avalia um código moral, etc...

Agora isto não quer dizer que aquilo que a ética procura seja "objectivo". Se aferirmos que o sofrimento que uma acção casa directa e indirectamente é um importante dado a ter em conta para avaliar a moralidade de uma acção, e se considerarmos que o sofrimento tem uma componente subjectiva importante, então mesmo que a moral adequada seja algo a DESCOBRIR (e não uma construção social), mesmo assim pode ter alguma componente subjectiva.

Mas por muito que a nossa intuição ética nos possa enganar nalguns casos, não creio que seja muito razoável alegar que uma acção que vai provocar, provavelmente, um dano social e humano muito superior ao da 2ª guerra mundial seja uma acção moralmente neutra ou louvável - é obviamente uma acção condenável.

É verdade que ainda há muitas questões em aberto, e a humanidade ainda tem muito a aprender sobre ética, mas não me parece nada razoável apresentar as nossas dúvidas quanto à ética como uma objecção para a inacção nesta matéria. Seria uma muito pobre defesa num julgamento a respeito de um homicídio, e não é muito mais razoável neste contexto.

Pedro disse...

Tás a dar conversa a esses tipos, ainda não percebeste que são trolls ?

Para eles tudo o que vá contra o interesse de alguma multinacional é "religião" e se uma multinacional lhes esfolasse viva a avó eles diziam que a velha tinha gostado.
Não percas tempo a falar com lixo.

Mats disse...

As multinacionais são internacionalistas por definição.