terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Os desertos podem tornar-se verdes

O timelapse é uma nova função do Google Earth que, usando imagens de satélite, permite estudar a evolução de áreas do planeta ao longo de décadas.

Escolhi a série de imagens acima, de um deserto da Arábia Saudita, por mostrar eloquentemente como até um deserto se pode tornar fértil. Ao contrário do que muitas vezes se pensa, a inventividade e capacidade de inovação tecnológica da nossa civilização estão longe de estar esgotadas.

4 comentários :

Jaime Santos disse...

Dados recursos materiais e energéticos suficientes, quase tudo é possível. Resta saber se é economicamente viável (isso nunca é um problema para os sauditas, parece-me). De resto, a questão do 'fim do progresso' é relevante e contrariamente a um teorema matemático, um contra-exemplo não chega para provar que essa hipótese é falsa. Veja a este respeito o artigo de Krugmann sobre o livro de Gordon: http://www.nytimes.com/2016/01/31/books/review/the-powers-that-were.html?_r=0. Acho que a hipótese faz todo o sentido, porque no fundo trata-se de uma aplicação da lei dos rendimentos decrescentes ao processo de inovação... Quanto mais desenvolvida é uma sociedade, maior o grau de inovação absoluto para dispor de um crescimento idêntico em percentagem...

João Vasco disse...

«Ao contrário do que muitas vezes se pensa, a inventividade e capacidade de inovação tecnológica da nossa civilização estão longe de estar esgotadas.»

É esse o tom optimista e encorajador com que termina este excelente vídeo do potholer54 que recomendo vivamente: https://youtu.be/VNgqv4yVyDw

Ricardo Alves disse...

O próprio Krugman tem algumas dúvidas sobre as conclusões.

Jaime Santos disse...

Sim, claro e eu também. Não sabemos se a IA vai provocar uma aceleração tecnológica sem precedentes que provará que Gordon está errado. Digo apenas que é uma hipótese razoável, aparentemente confirmada por outros estudos, como um feito há coisa de dois anos para o PM Francês (ver http://www.lemonde.fr/economie/article/2014/09/01/le-manque-d-innovation-menace-la-croissance_4479762_3234.html, infelizmente só disponível para quem assina o jornal, eu li a notícia em papel). A questão é que algo como o que se passa na Arábia Saudita não significa nada por si só. Se me tivessem dito que um novo tipo de células solares poderia baixar significativamente o custo da energia solar (há estudos sobre materiais do tipo perovskite que são promissores, mas só isso, por enquanto), ou que foi descoberta uma forma fácil e barata de produzir energia por fusão nuclear (e aí o que se diz sobre isso é provavelmente treta, o ITER é mesmo a via mais promissora, mas esse caminho já não fará provavelmente diferença na resolução da crise ambiental), eu estaria mais otimista...