- «Gori é uma cidade da Geórgia que, desde sábado, está a ser bombardeada pelos aviões russos. Se olharmos para um mapa da Geórgia, vimos que Gori está no sul do país, bem longe da Ossétia do Sul. Mas Gori é também a cidade onde passa a única rota de energia para a Europa que não é controlada pela Rússia. (...) Com o ataque às forças separatistas da Ossétia, parece claro que o governo da Geórgia caiu na armadilha dos russos, que só esperavam um pretexto para usar a força militar. O sinal é claro para todos. O “estrangeiro próximo” é a esfera de influência da Rússia, onde esta resolve os conflitos unilateralmente e, se necessário, recorrendo à força. (...) Quando muitos afirmam que a pretensão da Geórgia de aderir à NATO ajuda a “compreender” o comportamento da Rússia estão a aceitar a legitimidade da estratégia da esfera de influência. A Geórgia tem a sua soberania limitada e um dos limites é definir a sua política de segurança de acordo com os interesses russos, incluindo a rota de energia que passa por Gori. (...) Se Moscovo tiver sucesso em travar o curso da história das últimas duas décadas no “estrangeiro mais próximo”, irá depois concentrar-se no “estrangeiro próximo mais distante”, os antigos satélites soviéticos da velha “Europa de Leste”. E aqui as coisas são muito mais difíceis porque estes países estão todos na União Europeia e na Aliança Atlântica. (...) As elites políticas e estratégicas russas comparam a humilhação que a Rússia sofreu com os últimos alargamentos da União Europeia e da NATO à humilhação da Paz de Versailhes de 1919 para a Alemanha. (...)» (João Marques Almeida no Diário Económico.)
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
As razões da Rússia
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6 comentários :
Engraçado: a Rússia tem o seu near estrangeiro mas,o que o palhaço do propagandista não diz é o far estrangeiro onde o capital do EUA impera!So that,são os EUA q têm 756 bases militares espalhadas pelo mundo!É para isto que a imprensa tem q estar nas mãos do capital,para manipular e sacar o mais que puder.Deus queira q o Putin enfie uma bomba pelos cornos abaixo do so democratic corrupto do Saakashvili e Bush puppet'sman e, irei a Fátima pôr uma vela ao rato Mickey.
Ricardo, a distância de Gori à Ossétia do sul são menos de 30 km.
O oleoduto passa à latitude de Tiblisi, outros 30 km mais a sul. A diferença são dois minutos a jacto.
A Geórgia é um país pequenito mas o João Marques de Almeida ainda é mais.
O que eu gostaria e de ouvir falar aos ossetas. Que por agora são as únicas vítimas seguras.
Dorean,
há várias maneiras de controlar um oleoduto, das quais as mais subtis não passam pela ocupação militar. Colocar um presidente russófilo em Tbilissi seria mais eficaz (para além de mais discreto).
A propósito, pela Geórgia passam três oleodutos, não um.
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eu até acho o joão marques de almeida um cronista interessante, mas esta crónica é um bocado disparatada, até me surpreende vê-la reproduzida neste blog sem um enquadramento crítico. Nem falta a treta da comparação com os sudetas, como se o cu tivesse a ver com as calças, passe a expressão. será que estes cromos especializados, supõe-se, em ciências políticas, não conseguem ter uma visão minimamente independente e distanciada e avaliar o que é a presença dos europeus e sobretudo dos estados unidos nas barbas dos russos e com objectivos declarados de os entalar, do ponto de vista destes?
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