«La démocratie, ce n'est pas la loi de la majorité, mais la protection de la minorité.»
(Albert Camus, 1913-1960; Carnets.)
(Albert Camus, 1913-1960; Carnets.)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
11 comentários :
Se é para proteger as minorias, para quê uma Democracia?
Luís,
Para não se tornarem uma ditadura das maiorias.
Marco, exacto!
Assim torna-se uma ditadura das minorias. É isso?
Não, não é isso. Trata-se de assegurar, por exemplo, os direitos individuais (e.g., através da Constituição) contra as maiorias que podem querer abusar de o ser.
(Mas é claro que eu não acho que o facto de pertencer a uma minoria sociológica, por si só, conceda direitos. Não pode é subtraí-los...)
Porque é que é uma citação republicana se fala de democracia?
A democracia é efectivamente a lei da maioria, admitindo que pretende proteger a minoria.
Pelo que sei Camus era anarquista ou estava muito próximo e isso talvez explique a consideração sobre a democracia como um "deveria ser".
Sr. Ricardo Alves, ao dizer que por pertencer a uma «minoria sociológica, por si só», não é motivo para se obter direitos, e logo a seguir dizer que não «pode é subtraí-los»... para subtrair é preciso haver onde subtrair. Está a ver onde quero chegar?
Luis,
não estou a perceber. O que eu defendo é a igualdade de direitos, independentemente de se pertencer à maioria ou à minoria em matéria de religião, de opção política, de «raça», de sexo, de orientação sexual, etc.
A democracia é uma forma de escolher o governo, nada mais.
E Camus não era anarquista, caro anónimo. Foi comunista na juventude e durante a resistência (quando isso «doía»), e saiu logo após o final da guerra (quando isso passou a dar «facilidades»). Nos textos dos anos 50, situa-se à gauche mas nem revolucionário nem reformista, antes revoltado. O que dá livros engraçados e bastante íntegros do ponto de vista ético.
Eu suponho então que a uma igualdade de direitos corresponde uma igualdade de deveres, certo?
Pode-me dar dois ou três exemplos concretos?
«Eu suponho então que a uma igualdade de direitos corresponde uma igualdade de deveres, certo?»
Sim. Qual é a dúvida?
«Pode-me dar dois ou três exemplos concretos?»
Isto é para desconversar, anónimo «Luís»?
Não. É apenas para levarmos os nossos pensamentos às últimas consequências. É que me parece que só assim podemos garantir a realidade das medidas universais que preconizamos sem cair em abstracções. Por exemplo, a igualdade é uma medida universal preconizada por muitos. Mas só sai da abstracção quando devidamente fundamentada. E é este o percurso que eu procuro percorrer numa conversa. Parece-me que se assim não fôr, acabamos por cair numa espécie de logorreia muito afim dos debates televisivos.
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