sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Missa de Estado? Era o que faltava

A ICAR apropriou-se da tragédia do Elevador da Glória para se vestir de Igreja de Estado. Contou para tal com a conivência do presidente da República, do Primeiro Ministro, de vários ministros e do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que colaboraram na encenação, assim como políticos da «oposição».

A tragédia da Glória não foi católica, aliás não há religião comum a coreanos, um marroquino, israelitas, brasileiros, norte-americanos, um suíço, alemães, etc. E Lisboa não tem, que se saiba, religião oficial. Tal como a República.

Faz parte da liberdade religiosa a ICAR promover uma missa pela razão que entender, como faz parte dessa liberdade católicos lá irem. Só que a encenação da missa à hora dos telejornais com as altas autoridades do Estado na primeira fila foi uma descarada exibição de poder.

Não há qualquer obrigação para os políticos do poder ou da oposição de se prestarem a estas cerimónias. Há muitas formas de homenagear os mortos e confortar os vivos, e participar na forma católica é privilegiar essa igreja.

Foi confrangedor.