segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Os exageros da anti-islamofobia

Compreendo e acho necessário que se combata a islamofobia: o preconceito politizado contra os muçulmanos atinge hoje extremos na Europa que, em rigor, não foram atingidos nos anos 30 contra aqueles (os judeus) que desempenhavam um papel semelhante para os nacionalistas dessa época. O holandês Wilders, por exemplo, já foi ao ponto de preconizar que se fechem todas as mesquitas do seu país.

O que não compreendo e acho prejudicial é que em nome do combate à islamofobia se negue que o «Estado Islâmico» é islâmico, que quase todos os atentados dos últimos dois anos na Europa foram cometidos em nome de uma interpretação radical do Islão, que as comunidades muçulmanas não devem ser privilegiadas na atribuição de subsídios camarários ou que o burquíni não é uma bandeira de liberdade.

Infelizmente, ao longo do último ano tornou-se cada vez mais difícil criticar qualquer coisa islâmica sem ser acusado de se ser um «islamófobo», quiçá um racista. O que só agrava o problema. Em primeiro lugar, porque retira espaço (e argumentos, e apoio) aos próprios muçulmanos para isolarem os radicais das suas comunidades. Em segundo lugar, porque abandona a crítica dos aspectos radicais do Islão aos xenófobos de direita, esses sim verdadeiramente islamófobos.

Há quem já tenha entendido isto muito bem: Salman Rushdie e Slavoj Zizek são dois exemplos recentes e que merecem ser lidos.

7 comentários :

Jaime Santos disse...

Seria conveniente que se distinguissem bem as coisas. Em primeiro lugar, e como já disse noutro sítio, o burquini não é apenas uma questão de liberdade de consciência e sim uma provocação em nome de uma interpretação do Islão que faz com que energúmenos se façam explodir em aeroportos, ou fuzilem inocentes ou atirem com camiões para cima de famílias que só queriam assistir em paz ao dia nacional. Até porque ninguém imagina muçulmanas submissas e pias a exibirem as formas do corpo sob trapos molhados. Mas é igualmente importante que se denunciem as provocações que vêm do outro lado e que não são simplesmente expressões da liberdade de expressão. Quando as caricaturas dinamarquesas exibem Maomé como um bombista suicida, são todos os muçulmanos que estão a ser equiparados a bombistas suicidas, o que é ignóbil. E, não esqueçamos, os ataques ao Islão são frequentemente uma forma disfarçada de racismo, porque a maioria dos muçulmanos são pessoas de cor (basta pensar na proposta de Trump de os impedir de entrarem nos EUA, para se perceber qual é a sua motivação). Ou seja, é preciso que quem quer criticar a doutrina muçulmana (a radical e a outra) saiba igualmente separar as águas. O que é preciso no mundo ocidental é que não se volte a dizer, relativamente aos membros de uma confissão religiosa (ou de um grupo étnico), 'não podeis viver entre nós'. Até porque é justamente isso que os radicais muçulmanos pretendem, já que sozinhos pouco conseguirão, como bem notava Obama num discurso que fez ontem...

Luis FA disse...

O Islão é fascista na essência, nas práticas e na "evangelização". Também fui tolerante quando o conhecia menos, sempre na expectativa de encontrar algo "semelhante" à narrativa dos outros monoteísmos. Mas não, o Islão é diferente. É opressor, totalitário, anti democracia e anti secularismo. É um perigo para a civilização e vai continuar a ter "bloody borders" por muito tempo. Não vale a pena dourar a pílula.

ABC disse...

Boa Noite. Façam uma publicação (ou respondam ao comentário) a recomendar livros, artigos e documentários sobre o que é e o que defende a Esquerda Republicana.
Existe alguma ligação de vocês com o Partido ERC da Catalunha ou com o antigo Partido Republicano da Esquerda Democrática em Portugal?
Cumprimentos

Ricardo Alves disse...

Não, não existe nenhuma dessas ligações. Isto é só um blogue.

Ricardo Alves disse...

Todas as religiões abraâmicas são perigosas para a democracia quando se lhes dá poder político. O Islão não é muito diferente e o que há a fazer é limitar o seu poder.

Ricardo Alves disse...

Não sei com que frequência os ataques ao Islão são uma forma disfarçada de racismo. O Islão é uma religião, não uma cor de pele. E criticar uma religião não é necessariamente defender a limitação de direitos das pessoas que a seguem.

Quanto ao resto, de acordo.

mensagensnanett disse...

NÃO SÃO PARVOS


São muitos os refugiados que possuem uma agenda nazi escondida: NÃO DEMORA MUITO TEMPO a andarem por aí a argumentar aos sete ventos que a sobrevivência de Identidades Autóctones é algo que «não faz sentido».
Ora, os indivíduos naturalizados não são parvos, isto é, sabem que a sua natalidade é imparável face à dos nativos, e sabem também que foram recebidos, não numa sociedade sustentável [um exemplo: a França nativa], mas sim, numa SOCIEDADE BADALHOCA:
- a sociedade (nativa) não é sustentável (média de 2.1 filhos por mulher), nela existe critica da repressão dos Direitos das mulheres... todavia, em simultâneo, para cúmulo, nela defende-se que... no aproveitar da 'boa produção' demográfica proveniente de determinados países {nota: 'boa produção' essa... que foi proporcionada precisamente pela repressão dos Direitos das mulheres - ex: islâmicos}... É QUE ESTÁ A 'SALVAÇÃO' para resolver o problema do deficit demográfico na Europa!?!?!
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P.S.
Nazismo não é o ser 'alto e louro', bla bla bla,... mas sim a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros!
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P.S.2.
Os badalhocos armadilharam o futuro das crianças nativas europeias:
- como os nativos não possuem uma taxa de natalidade de 2.1 filhos por mulher... logo... irá acontecer uma SUJEIÇÃO AOS SALVADORES da demografia europeia: os islâmicos.