Emídio Rangel também merece ser recordado pela "boca" de que como diretor de programas da SIC poderia eleger um Presidente da República. Essa frase é ofensiva nem tanto à "nação" e aos seus símbolos, mas principalmente à democracia e à república. Foi proferida com o intuito evidente de provocar o poder político e afirmar o poder económico, neste caso o poder de um grupo privado de comunicação social. A ofensiva ideológica da direita liberal pode ter começado aqui. Pelo menos aqui percebeu-se que tinha algum caminho livre.
Tinha algum caminho livre porque essa provocação não teve uma resposta à altura. Exigia-se no mínimo que o Presidente da República chamasse Pinto Balsemão a Belém e lhe exigisse explicações. Não foi esse o entendimento do Presidente da República então em funções, homem que era de "consensos" e que preferiu deixar a provocação sem resposta. Fosse o Presidente Mário Soares e de certeza que a provocação não ficaria sem resposta. Aliás, fosse o Presidente Mário Soares e nem ela teria sido proferida.
Dito isto, Rangel mudou a comunicação social em Portugal e merece as homenagens que lhe são feitas.
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