- Esperava-se que Cavaco aprovasse a «solução» que lhe apresentaram, porque a alternativa seria convocar eleições antecipadas (imediatas). Não fez nenhuma das duas: no seu discurso não diz que aceita a remodelação governamental, o que significa que a vetou (por enquanto?).
- Propõe que um senhor vá falar com os «três partidos», com o objectivo de gizar um «compromisso de salvação nacional» que inclui eleições daqui a um ano e um vago «acordo de médio prazo» económico-financeiro.
- Tenta entalar principalmente o PS, que ficaria amarrado ao rascunho do segundo resgate; secundariamente, Paulo Portas, que ficaria sem o alargamento do seu poder; e finalmente Passos Coelho, que no meio de tudo isto é irrelevante.
- Ninguém acredita que as reuniões dêem mais do que tempo perdido. Logo, haverá «outras soluções no quadro do nosso sistema jurídico-constitucional». Porque a culpa será, ainda mais do que até ontem, «dos partidos». O Presidente até tentou «que se entendessem» para um «compromisso patriótico».
- A outra solução é um governo «de iniciativa presidencial» por um ano, o que só pode acontecer com o apoio do PSD e do CDS. Passos Coelho parece-me suficientemente fraco e agarrado ao poder para aceitar. Paulo Portas, não acredito que o fizesse (a menos que tivesse, vá lá, metade dos ministros menos um).
- Portanto, a agonia vai prolongar-se (e agravada). O mesmo presidente, o mesmo governo, a mesma maioria, no mesmo manicómio.
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
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