- «(...) Os incidentes na Turquia foram despoletados por um protesto contra a construção de um projecto imobiliário na praça Taksim, que levaria à destruição do parque Gezi. O que começou com menos de uma centena de pessoas, acabou com praticamente todo o país envolvido. No entanto, Taksim parece ter sido apenas a gota de água. (...) Afinal de contas, qual é o problema das hospedeiras de bordo andarem de lábios e unhas pintadas durante o serviço? Ou de se venderem bebidas alcoólicas a menos de 100 metros de uma mesquita? Ou desde quando é que manifestações públicas de afecto são consideradas imorais? Há sempre um momento em que o copo fica cheio. Tão cheio que basta um protesto inócuo contra um projecto imobiliário para acender o rastilho de um Bósforo incandescente. Curioso é que o primeiro-ministro, Recep Erdogan, tem sido democraticamente eleito. Desde 2003, partido (AKP) agora com maioria parlamentar. Depois dos protestos, onde fica a legitimidade? Somos todos turcos. Uns mais do que outros, é certo. A avaliar pela última manifestação de 1 de Junho do movimento "Que se lixe a Troika", que coincidia com outras a nível nacional e internacional, Portugal está no bom caminho. Aguenta-se tudo neste país. Dizia uma mulher entrevistada por um canal de televisão que Passos Coelho, ao ver as imagens da Alameda, só podia estar rir-se do resultado. É verdade. Até um dia aparecer um qualquer projecto imobiliário que transborde o copo nacional.» (Pedro Figueiredo)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
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