- «(...) A proposta de lei, que tinha como primeira signatária a deputada do PS Isabel Moreira, foi aprovada por 99 votos a favor, 94 contra, e nove abstenções. Os maiores grupos parlamentares, do PSD e do PS, bem como o do CDS, “deram” liberdade de voto aos seus deputados (...) O resultado foi uma surpresa. Sou de opinião que o mero facto de assim ter sido valoriza a democracia representativa e o parlamentarismo. Faz uma diferença significativa que o resultado final de um processo legislativo não seja completamente previsível só pela contagem de cabeças nos grupos parlamentares. É bom que em Portugal possa ter acontecido ganhar uma proposta de esquerda numa legislatura em que há maioria absoluta de direita. Um dia talvez venha a suceder o contrário, e talvez eu não goste tanto do resultado, mas gostarei do processo. Porque ele dignifica o trabalho dos deputados e leva os cidadãos a estarem mais atentos ao que se passa no parlamento. Também aqui é importante que a política se adeque aos tempos. Não são os partidos que “dão” liberdade de voto aos deputados. São os deputados que têm esse dever constitucional, e a obrigação de dar um cunho de independência e autonomia ao trabalho que fazem. Se as estruturas partidárias aprenderem, de uma forma geral, a não impedir esse processo e até a promovê-lo, estarão a dar razões para que os cidadãos se reconciliem com a democracia representativa.» (Rui Tavares)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
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