«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Mais uma demonstração da hipocrisia do Pingo Doce
Não vale a pena perder mais tempo com a reiterada hipocrisia do Pingo Doce, que já tinha ficado evidente aquando da deslocalização da sede fiscal para a Holanda. Desta vez decidiram fazer descontos de 50% para compras superiores a 100 euros, depois de tanto terem anunciado que promoções eram para os outros, e que eles nunca faziam promoções. O objetivo, puramente político, da cadeia de supermercados, era somente o de atacar o feriado do 1º de Maio, para tal promovendo cenas como as que são descritas aqui. Se as pessoas passam horas a fio em filas à espera de uma promoção, isso só se deve a ser feriado; se é assim que as pessoas passam este feriado, a perder tempo, então tal feriado não se justifica. O raciocínio parece ser simples, da perspetiva da opinião pública, dos fazedores de opinião, da classe média alta. Só que não será isto que quem foi hoje ao Pingo Doce e ficou satisfeito com as compras que fez tenderá a pensar no futuro. Nos EUA , episódios como este sucedem todos os anos a seguir ao Dia de Ação de Graças. O capitalismo é assim. E já é uma instituição: para muitas famílias, a sexta feira a seguir ao Dia de Ação de Graças é passada em lojas de saldos, que justificam esse dia feriado. Não foi certamente para ser passado em hipermercados que o Dia do Trabalhador foi concebido; agora, ações como a do Pingo Doce vêm reforçar o apoio ao feriado do 1º de Maio. Talvez lhe retirem é significado político. É isto e só isto que interessa aos patrões do Pingo Doce e ao governo; mais um "dia de trabalho" é desculpa em que poucos acreditam.
Se o Pingo Doce ganha muito dinheiro com os preços a 50%, quanto ganhará quando os cobra por inteiro ;)
ResponderEliminarhipocrisia dos merceeiros que não são gente finucha como vós pois.....
ResponderEliminarFilipe,
ResponderEliminarnão tenho a certeza de que isto seja «puramente política». Até suspeito que é sobretudo negócio, que costuma ser o primeiro valor para capitalistas destes. Não vi ainda ninguém contradizer que a PDoce fez isto para escoar stocks (ou encaixar liquidez). E enquanto anda tudo a discutir a questão política (ou a ética), passamos ao lado de analisar os verdadeiros motivos de um dos maiores poderes nacionais ter feito uma operação de grande visibilidade.
Stocks de produtos brancos como o pão do Pingo Doce e o Leite do Pingo Doce
ResponderEliminarO pão de Forma do Grupo Continente vai pró lixo aos 200 quilos por semana
O leite com chocolate de 200 mililitros teve promoção de 75% em cartão
Os supermercados têm contratos com os produtores que terão de cumprir (em princípio)
e o morango e as mangas do brasil têm sido um desastre este ano
O grupo Lidl e Intermarché redireccionou o excesso espanhol para o leste...é o 1º este ano
O Auchan está a fazer promoções semanais nos bolinhos e no chocolat kirch alemão
e no panetonne italiano
até a Tivoli Dinamarquesa vendeu ao grupo Ferbar
(Fernando Ramos um dos donos desconhecidos de Putocale...é merceeiro da Maia
500 toneladas de delikatessen a desconto de 80%
com prazo de 10 de Outubro
há que escoar palhaços...até a Alisuper renasce
com o excesso de stocks
inté o Albes dos Reys percebe
Isto tá muy malo
A panificadora do Barreiro vai a leilão por falência...mais 30 no desemprego
Ou seja pelo menos garante postos de trabalho
ResponderEliminarO Lidl despediu 20 só aqui no burgo, as receitas foram abaixo 70% ...é o pior resultado de sempre em quase dois séculos e o grupo Schwarz tem 5000 lojas
em 2000 e tal quando fui obrigado a ir pró IEFP já os grupos franceses estavam a despedir o pessoal de topo luso-francês que tinham cá
para reduzir os custos e aumentar a competitividade num mercado com excesso de oferta...e isso foi antes da crise
o pessoal do Modelo aqui do burgo está a rodar a uma velocidade nunca vista
miúdas novas e uns poucos putos dos 19 aos 23
em contratos de 6 meses
e mesmo assim é um dos grupos que tem aguentado o tranco...o Intermarché local tem prejuízos semanais já há 6 meses con secutivos...
Ricardo, pode haver muitas outras razões por trás da operação, mas a razão de ter sido feita exatamente neste dia é política. E é isso que eu discuto.
ResponderEliminarNeste dia, de acordo que foi uma escolha política. Mas para o Soares dos Santos, isso já é um ganho secundário.
EliminarAí discordo. O que distingue o Soares dos Santos dos outros capitalistas é que ele tem um projeto político próprio.
EliminarAté pode ter um projecto político, mas uma grande empresa não faz uma operação destas exclusivamente por razões políticas.
EliminarFilipe Moura, obrigado por teres compilado simples e sagazmente o que se passou.
ResponderEliminarMas é que mesmo na mosca! Vou divulgar!
A diferença para os EUA na "6.a Feira Negra" é que aí é tudo feito às claras, toda a gente sabe antecipadamente o que acontece. Até na Finländia existem os "Dias Loucos" de uma cadeia (duram uma semana), depois outras cadeias fizeram os "Dias Pouco Doidos" e por aí fora. Mas tudo com avisos.
Aqui foi tudo à surrelfa (para variar) com trabalhadores coagidos (a ganharem a 200% só porque ainda existe uma lei a impö-lo).
Quero ver se isto no fim de contas näo passou de mais uma chico-espertice, com as consequências que isso sempre traz... o PD local ao pé de um Lidl global... e mais näo digo.