- «Vai para aí um alarido de monta à volta de Soares dos Santos, accionista maioritário do Pingo Doce, por ter sediado a propriedade das suas acções na Holanda. É uma decisão de boa gestão de um grupo económico, já que a legislação comunitária o permite. Aliás, 17 empresas do PSI-20 já anteriormente tinham tomado tal decisão sem que tamanho burburinho se levantasse. A dimensão da indignação (o que revela muitas indignações submersas à espera de factos e ocasiões que as tragam à superfície) tem a ver mais com Soares do Santos, do que com a decisão que tomou. O accionista principal do Pingo Doce passou, pelo menos, o último ano de vida do anterior governo, em repetidas aparições televisivas, a assumir uma postura política oposicionista, mais do que empresarial, pretendendo representar o «interesse nacional», exigindo sacrifícios a todos a torto e a direito, e a pedir que se metesse os madraços na ordem. Ao fugir desta maneira, revelou o seu carácter e a sua indisponibilidade para fazer os sacrifícios que os outros – os trabalhadores dependentes – têm de fazer. Perdeu a face – esta é a principal origem da justa indignação que por aí explodiu. Foi o «julgamento» de alguém que andou a assumir-se publicamente mais como político, do que como empresário.Como os cidadãos, em democracia, podem reagir colectiva ou isoladamente, cá por mim, Pingo Doce NUNCA MAIS|» (Tomás Vasques)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
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