- «(...) outra coisa é podermos estar perante a evidência da utilização, pela psp (ou por outra qualquer 'autoridade' policial ou para-policial) de 'agentes provocadores'. de agentes que vão para as manifestações à paisana não para, misturados com os manifestantes, estarem em condições de detectar e controlar eventuais cenas violentas (aquilo para que supostamente, dizem-nos, eles lá estão) mas para fazerem eles próprios de elementos violentos.
isto é qualquer coisa de novo, mesmo que já se passe há muito e só agora tenhamos disso suspeitas fundamentadas. e isto significa uma utilização perversa da polícia, uma utilização 'política'. não estou a dizer (não posso, naturalmente, dizê-lo nem quero, genuinamente, crer que assim possa ser) que essa utilização é dirigida politicamente pelo governo, ou que existe um qualquer grupo político organizado a dirigi-la; mas ter agentes provocadores numa manifestação é sempre uma acção política.(...) elenco umas tantas perguntas que gostava de ver respondidas e que nem precisam de inquéritos nem processos nem se podem obstar por 'estarem a decorrer averiguações':
1.quantos agentes à paisana estavam na manifestação de 24 de novembro?
2.quem são esses agentes (não, não quero os nomes, quero saber a que corporação pertencem, que treino têm, etc)?
3. qual o enquadramento legal (com citação de lei, por favor) da presença de agentes à paisana em manifestações?
4. mais concretamente:
a) qual o objectivo dessa presença?
b) que mandato tem?
c) podem ir armados? com que armas?
d) se acharem que devem 'agir', não têm de se identificar como polícias e de dizer o nome se lhes for perguntado? (recordo que a deputada ana drago tentou saber quem eram os homens à paisana que batiam numa pessoa -- o jovem alemão que era supostamente procurado pela interpol mas que afinal não era -- e não lhe foi dito; recordo que há mais de 20 anos a lei exige que todos os agentes policiais andem com uma plaquinha com a identificação, para que cada cidadão saiba não só que está perante um agente policial mas possa também identificá-lo pelo nome.)
5. se se provar que efectivamente houve agentes da psp ou da gnr ou de outro 'corpo' ou 'agência' governamental a agir como agentes provocadores na manifestação, que tem o ministro a dizer e que tenciona fazer em relação a isso? (...)» (Fernanda Câncio)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
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