- «Quando ouvires Cavaco Silva ou Mira Amaral dizer que não há dinheiro ou a falar sobre pensões lembra-te que estás a ouvir pensionistas que recebem 10.042,00€ e 18.000,00€ por mês, lembra-te que discursam pelas suas pensões e pelos seus interesses, lembra-te que na Suíça ninguém pode receber mais de 1700,00€ de pensão de reforma ou que em Espanha esse valor é de 2.290,59€, lembra-te que em Portugal só não há um tecto para o valor das pensões de reforma porque eles estão no poder há mais de 20 anos e que muito lucraram com a dívida que agora nos querem fazer pagar.» (Tiago Mota Saraiva)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
Estará o autor do post "em revista" (e, já agora, quem o meteu na revista) ciente de quem tem defendido a existência de tecto para as pensões? E para quê?
ResponderEliminarVejamos. Não se pode obrigar uma pessoa a pagar, num regime contributivo, aquilo que já se sabe à partida que não poderá ser a seu benefício. Havendo tecto para a pensão, tem de haver também tecto para as contribuições. A parte acima do tecto fica a descoberto nos regimes públicos - essa parte vai para fundos privados. É por aí que têm atacado muitos dos partidários da privatização parcial da protecção social.
Ignorar isto e meter o assunto do tecto das pensões em argumentos "políticos" demasiado esquemáticos e simplistas - é triste.
Pelos vistos há quem compre. Pena.
Porfírio,
ResponderEliminarCavaco tem três reformas - e ainda trabalha. Se acha que mencionar tectos de pensões a propósito de casos extremos como o do PR ou o de Mira Amaral é defender os fundos de pensões, pense lá bem. Eu não iria tão longe.
ricardo, o profírio tem toda a razão. no caso suíço, por exemplo, a razão pela qual existe esse tecto de pensões é precisamente porque existe um tecto de descontos, inclusivé com a obrigação de fazer descontos extra para fundos privados. isto é, essencialmente, uma descapitalização da segurança social. o texto que citas é, no fundo, um texto neoliberal (vindo do 5 dias, não estranha), e penso que não faz qualquer sentido.
ResponderEliminaro que deverias querer dizer, por outro lado, tem a ver com perceber que raio de descontos se podem fazer ou não fazer no BP para dar espaço a pensões milionárias em perídos curtíssimos de descontos. ou mesmo discutir a (im)possibilidade diversa de acumulações. mas isso não tem nada a ver com o texto neoliberal que citas.
Cheira-me que os suíços, para näo variar, säo espertos. E näo esqueçamos que é um país de bancos.
ResponderEliminarLogo, assegura-se um máximo de pensöes que constituem a rede de segurança. Se o fundo privado onde o pessoal meter o resto do dinheiro da pensäo for ao ar (como tem acontecimento frequentemente, vejam bem, nos EUA) esse pelo menos está seguro. 1.700€ na Suíça näo é muito, mas dá para viver normalmente (e se os preços estiverem muito altos dá-se um saltinho à Alemanha).
Em contrapartida o Estado receberá menos impostos (como se...), mas näo tem de pagar pensöes milionárias a chupistas.
RS, parece-me é que mesmo "descapitalizada" a SS suíça (SSS?) näo está falida como outras... pois, näo é do sistema de financiamento, é de como se administra. E em Portugal temos o pior de todos os mundos, porque nem o Estado nem os privados (BPN) administram decentemente os dinheiros da SS, e por isso está falida.
a wikipedia, sobre o salário mínimo na suíça:
ResponderEliminar"...a majority of the voluntary collective bargaining agreements contain clauses on minimum compensation, ranging from 2,200 to 4,200 francs per month (€1970 to €3760 per month) for unskilled workers and from 2,800 to 5,300 francs per month for skilled employee..."
os 1700 euros que se fala, seriam abaixo do salário mínimo. parece-me que os fundos privados de facto desempenham um papel fundamental na segurança social helvética, e fazer comparações entre o que se passa na suíça e o que se passa em portugal não faz qualquer sentido...
Aqui a questão está para lá daquela que vocês estão a discutir. O Cavaco, por exemplo, tem uma reforma que não depende de descontos (a de político), e tem direito a um salário completo por ser PR.
ResponderEliminarE a reforma do Mira Amaral também não tem que ver com descontos: é por ser administrador de bancos.
ricardo, eu concordo com esse ponto. mas esse ponto não tem nada a ver com o teu post: como já disse o post remete para uma sugestão neoliberal, e que deve ser denunciada (tu poderias ter denunciado com um post original teu, ou então denuncia-se aqui mesmo na caixa de comentários).
ResponderEliminarSer contra as subvenções vitalícias sem descontos é ser «neoliberal»?!
ResponderEliminarMas estamos a falar de quê, afinal?