- «No sábado, 28 de Maio de 2011, um grupelho de infantes birrentos aproveitou-se duma situação que nunca devia ter existido (uma assembleia deliberativa a seguir a uma manifestação emocionalmente exaltada, que erro crasso!), e forçou a aprovação duma proposta de solidariedade internacional.A solidariedade internacional é uma causa justa, porque o opressor do meu vizinho e o opressor da minha terrinha natal são uma e a mesma coisa. Só há um problema: ao forçarem a aprovação desta declaração, os grupelhos dispararam uma bala que iria pôr a assembleia popular do Rossio num estado catatónico. Estava anunciada a sentença de morte da assembleia.No dia 29 de Maio de 2011, outro grupelho conseguiu desferir o golpe de misericórdia: trouxeram para a assembleia uma discussão estéril e idiota sobre consenso e unanimidade; arrastaram a discussão durante 4 horas, e transformaram-na num massacre desmobilizador, que reduziu a assembleia a cerca 140 pessoas, das quais apenas cerca de 70 votaram.Este grupelho é constituído sobretudo por jovens espanhóis apostados em impor uma agenda política importada de Espanha, que nada tem a ver com o sentimento local.Estes colonizadores de ideias são tão sectários, que, embora tentem impor um regime político baseado no «consenso», nem sequer conseguem entender que a palavra «consenso» deriva de «sentimento comum»; confundem «consenso» com debate colectivo e exercício democrático; dizem-se revolucionários mas apostam num regime de pensamento único (porque confundem pensamento lógico com sentimento); baralham «consenso» com «unanimidade» (que é um acidente casual no debate de ideias, excepto nos casos em que seja um golpe sistemático e fascistóide). Estes colonizadores vindos do neolítico da política conseguiram esmagar com uma força troglodita todo o entusiasmo inocente e esperançoso que deu origem a esta assembleia.Os grupelhos sectários de todos os tipos são meus inimigos políticos há 35 anos. Creio que chegou para mim o momento de abandonar esta assembleia esterilizada, imobilizada, reduzida ao pensamento único e à golpada sectária. Mas mesmo depois de eu sair desta assembleia com morte anunciada, eles permanecem meus inimigos figadais, continuam a ser alvos a abater sem dó nem piedade, em pé de igualdade com todas as correntes defensoras do pensamento único, da opressão, e do autoritarismo monolítico. Ganharam mais esta batalha. Parabéns. Mas eu sei que um dia serão definitivamente vencidos pelo progresso da consciência colectiva.» (Rui Viana Pereira)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
esta coisa da democracia é chata
ResponderEliminarSem qualquer tipo de sobranceria, quando vi aquela declaração sobre a palestina, pensei para mim mesmo: isto é o fim da coesão deste grupo... Não era a palestina que movia aquelas pessoas, não era a opressão de israel no médio oriente que unia aquele grupo. Ao inseminar uma agenda política que não era a daquela gente, pelo menos naquele momento, a mobilização perdeu-se...
ResponderEliminaristo é fabuloso. estou sem palavras.
ResponderEliminardelenda hispania, definitivamente...
Pois Miguel, a privacidade da cabina de voto, votar sem ser de braço no ar, é tudo uma chatice.
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