Os americanos não fazem a mais pequena ideia do que se passa no resto do mundo, sempre ocupados a verem televisão, mas eu acho que a coisa se pode complicar um bocado para a extrema direita, se esta história da especulação com os preços dos bens alimentares for verdadeira. O Walmart já começou a gemer: quando os ricos tiverem o dinheiro todo nos bancos das caraíbas, os pobres não podem comprar as porcarias que eles vendem e a economia pára, como acontece em todos os paraísos neo-liberais, mais tarde ou mais cedo.
Os newts e as sarahs aqui deste lado do Atlântico podem estar a pecar um bocadinho por optimismo: eles sabem que em princípio não correm perigo, que a história demonstra que as revoluções não duram, que os revolucionários se comem uns aos outros em poucos meses e acabam por se aliarem às aristocracias e a viverem do trabalho dos pobres, como sempre. E os newts e as sarahs confiam na polícia e no exército para reprimirem a populaça que refilar.
Esta obsessão dos políticos com o bem estar da classe alta funciona e é capaz de levar os EUA (a Europa) a realizarem o sonho neo-liberal e transformarem o mundo num sovaco gigantesco, onde os ricos estão acima da lei e os pobres não contam.
O problema é se em vez de acabarem no Chile dos anos oitenta com que todos sonham, um dia acordam no México dos dias de hoje.
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