- «Na última segunda-feira, numa conferência com jovens da Universidade Católica, não se coibiu de afirmar que «os mais qualificados colocam-se de fora dos cargos políticos e dão lugar aos menos competentes e, consequentemente, aos menos sérios…». Não foi a auto-crítica pelo nebuloso caso das escutas, cuja invenção partiu de Belém, para colocar em xeque o primeiro-ministro, nem pelas mais-valias das acções da SLN, acções cuja aquisição, forma de pagamento e decisão de venda já devia ter explicado ao País. Foi a habitual suspeição dos demagogos sobre a classe política de que é um lídimo expoente.
Depois de um lastimoso mandato onde se calou perante as diatribes de Jardim e usou de inqualificável grosseria perante a Assembleia da República, no caso do Estatuto dos Açores; em que não teve um módico de dignidade para responder de forma adequada à caçoada de Vaclav Klaus sobre a gestão lusa do défice, em Praga, mas não lhe minguou despudor para presidir à comissão de canonização de Nuno Álvares Pereira, rubricando o milagre da cura do olho esquerdo de uma dona de casa, queimado com óleo de fritar peixe; em que se calou perante as violações cirúrgicas do segredo de justiça, as ameaças dos exóticos sindicatos dos magistrados ao Governo e à AR e o registo de escutas sem relevância penal, demolidoras para a luta partidária, aparece agora a dizer que se recusa a ser “arma de arremesso” de partidos políticos, quando os usa em seu proveito.
Os demagogos e hipócritas começam sempre por imputar aos outros os seus próprios defeitos e reivindicar a isenção de que se julgam ungidos. Os que estão na política são «os menos competentes e os menos sérios». Vão longe os glorioso tempos em que Dias Loureiro, Arlindo de Carvalho, Sousa Lara, Costa Freire e Oliveira e Costa faziam parte dos mais competentes e sérios, quando não havia deslizes em obras públicas e o Centro Cultural de Belém e os fundos comunitários eram modelos de gestão.» (Carlos Esperança)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
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