- «Portanto, e para terminar, que a conversa já vai longa, Salazar nunca foi um democrata cristão, nem nunca aderiu aos ideais da democracia cristã, nem antes nem depois da sua entrada para o governo. Apesar da relativa heterogeneidade do pensamento político cristão, sempre houve na matriz do movimento alguns princípios que Salazar nunca respeitou: a natureza democrática do poder, a solidariedade social apoiada em políticas sociais distributivas, enfim, a liberdade.
A única coisa que Salazar concedeu, já na década de 20, foi pôr a questão do regime entre parênteses e lutar pelos direitos da Igreja na República: mas os direitos da Igreja pelos quais Salazar lutava, nada tinham a ver com os ideais da democracia cristã, que, como se percebe pela exposição antecedente, sempre foi durante o século dezanove, nos primórdios do século XX, durante a Primeira Guerra e entre as duas guerras, apesar - insisto - da sua relativa heterogeneidade, um movimento circunscrito aos sectores mais progressistas da Igreja.
Obviamente, que Salazar não era um ditador igual a Hitler, nem a Mussolini, não obstante as simpatias que por eles nutria. Salazar era um autocrata atrasado e retrógrado que sempre teve como única preocupação política a conservação do poder, para, por seu intermédio, orientar, condicionar e dirigir a sociedade atrasada que nos legou .» (Correia Pinto) - «Ontem, no telejornal da SIC, Eduardo Catroga disse o que teria feito se fosse ministro das Finanças, esquecendo-se momentaneamente que já foi ministro das Finanças. Não teria esbanjado dinheiro e, sobretudo, não empurraria para o futuro investimentos do presente. (...) Depois comecei a pensar: mas uma das primeiras grandes obras que se socorreu deste tipo de financiamento – e uma das mais ruinosas -, foi feita quando? A concessão foi dada em Abril de 1994 e a construção começou em Fevereiro de 1995. Tratava-se da segunda travessia do Tejo. Deu e continua a dar muito a ganhar à Lusoponte e muito a perder aos cofres do Estado. Era então o ministro das Obras Públicas Joaquim Ferreira do Amaral. As condições foram as que se conhecem. O mesmo Ferreira do Amaral acabou à frente da empresa que ganhou com o negócio. Quem era então o ministro das Finanças? Nada mais nada menos do que Eduardo Catroga.» (Daniel Oliveira)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
Salazar era um autocrata atrasado e com uma visão retrógrada da sociedade que sempre teve como única preocupação política a conservação do poder, para, por seu intermédio, orientar, condicionar e dirigir uma sociedade atrasada que paternalisticamente nunca tentou desenvolver em 40 anos
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