quarta-feira, 16 de abril de 2008

B-16 larga bomba em cima do pé


  • «Bento XVI (...) reconheceu o modelo positivo de laicidade que o país [EUA] oferece. (...) a relação entre laicidade do Estado e fé nos Estados Unidos é um modelo «fundamental», que deverá ser imitado também na Europa.» (Zenit)
Eu acho muito bem que se siga o modelo laicista dos EUA. Em Portugal, isso implicaria imediatamente:
  1. O fim das aulas de Educação Moral e Religiosa na escola pública;

  2. O fim do pagamento de salários a capelães hospitalares de hospitais públicos;

  3. O fim da existência de um bispo católico equiparado a general ou tenente-coronel;

  4. O fim da Concordata;

  5. O fim da Comissão de Liberdade Religiosa;

  6. O fim dos subsídios a monumentos nacionais que sejam utilizados pela ICAR ou outras comunidades para cerimónias religiosas.
Enfim, Joseph Ratzinger, com estas declarações, aproximou-se de pedir a sua inscrição na Associação República e Laicidade.


[Publicado originalmente no Diário Ateísta.]

4 comentários:

  1. E o outro lado da moeda:
    - Orações nas Escolas?
    - Os Dez Mandamentos escritos à porta dos Tribunais?
    - Candidatos a cargos políticos a usarem o factor religioso como arma política?

    Vamos com calma! Há coisas na religiosidade americana que têm pouco a ver connosco.
    Temos de ser nós a desenvolver o nosso próprio modelo de laicidade.

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  2. Marco,
    o primeiro caso é, sem dúvida, inconstitucional. Vê este exemplo:

    http://www.au.org/site/News2?abbr=pr&page=NewsArticle&id=9755&security=1002&news_iv_ctrl=1241

    O segundo também será:

    http://www.au.org/site/News2?abbr=pr&page=NewsArticle&id=9743&security=1002&news_iv_ctrl=1241

    O terceiro, é a eterna questão da liberdade de expressão versus ética laica. É verdade que se deveriam abster de fazer referências religiosas, mas seria contraproducente usar legislação para impedi-los.

    Tudo considerado, a laicidade dos EUA é bem mais radical do que em França.

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  3. A mim parece-me que nos EUA as organizações religiosas têm muito mais influência sobre o poder político, porque também têm mais poder económico e social. Veja-se o caso dos evangelistas, que controlam a casa branca.

    E de todo me parece que seja uma sociedade mais laica que a nossa. Basta ver como até os políticos de esquerda fazem gala da sua crença, quando não da sua militância religiosa.

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