- «Em resumo, o que o Bispo pretende é que o governo do país continue a ser o seu braço secular. Se vier a renunciar a esse papel, lá se vai a salutar laicidade do Estado. Cairá de imediato numa postura de perverso laicismo. Palavra do Bispo Manuel Clemente! É, pois, manifesto que o actual Bispo do Porto confunde manutenção de privilégios eclesiásticos, indevidamente conseguidos num tempo e num regime que foram de Cristandade, com laicidade. E confunde o fim dos privilégios eclesiásticos, que nunca deveriam ter existido, com laicismo. Discernimento, isto? Ou cegueira? Mas pode alguma vez ter discernimento quem, como o Bispo Manuel Clemente, pensa, escreve e reage a partir duma situação de privilégio de casta que não está disposto a perder? (...) O Bispo sabe, como eu sei, que, no mesmo dia em que ser capelão hospitalar deixar de ser financeiramente rentável para os que aceitarem esse cargo, porque o Estado laico teve finalmente a lucidez e a coragem de deixar lhes pagar, e a Conferência Episcopal Portuguesa de modo algum poderá substituí-lo em encargo de tanta monta, as dioceses deixarão de ter padres disponíveis para a função. (...) Felizmente, as mentes mais ilustradas do nosso país já não vão nos estafados malabarismos do Poder eclesiástico.» (Mário de Oliveira no «Diário Aberto».)
- «Eu não digo que o André Azevedo Alves me dá vómitos - isso seria, obviamente, gratuito e inaceitável. Os fortes qualificativos que usei resultam de um conjunto de ideias suas que, na minha opinião, o tornam merecedor desses atributos. Posso estar a ser exagerado ou injusto, mas o facto é que não vi isso abordado, de forma explícita, em críticas que fui lendo por aí. A ambiguidade em relação ao PNR, as tiradas boçais em relação a Pinochet, Salazar ou McCarthy, a crueldade e insensibilidade perante o sofrimento alheio (os incontáveis post dele sobre os palestinianos são exemplo disto, como seria a série anti-LGBT), os links “anódinos” sobre a ciência que talvez “mostre” que os pretos são menos inteligentes, não são “meras excentricidades” ou elementos acessórios em relação a uma posição de direita respeitável, séria, educada, bem fundamentada, coerente e intelectualmente “brilhante” que o André Azevedo Alves supostamente representa.» («8/8 Ponto final, sem dramas», no Atlântico.)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
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