- «Volto a tentar colocar a tónica no que está em causa: campanhas de combate à discriminação e protecção de direitos fundamentais. Mas penso que é uma tentativa inglória - André Azevedo Alves e Filipe Melo Sousa recusam aceitar como premissas da discussão elementos que eu considero pressupostos da sociedade democrática e do consenso axiológico que a estrutura: existem valores fundamentais, cuja protecção e promoção cumpre ao Estado assegurar. Que tais ideias causem arrepios a alguns cidadãos e cidadãs, é uma questão de convicções. Convicções essas, aliás, que República respeita (daí que aludir a thought-crimes seja despropositado e falacioso) e defende através dos tais mecanismos totalitários kim-il-sunguistas que vos fazem confusão. Contudo, diria ainda que aquilo que é descrito como um desolador pântano de politicamente correcto, assolando as sociedades ocidentais, não é na verdade contraditório com o ideário liberal. Releiam (ou leiam...) John Stuart Mill e provavelmente ficarão surpreendidos em encontrar a afirmação de que existem limites às liberdades individuais e que o poder pode ser exercido contra a vontade dos próprios quando estes invadem a esfera de terceiros.» («O liberalismo soft e a propaganda reaccionária», no Boina Frígia.)
- «Num contexto de desemprego elevado, de generalização da precariedade e de proliferação de relações laborais atípicas que aumentam os laços de dependência, fazer greve tem custos demasiado elevados para demasiados trabalhadores. O poder nas relações económicas é isso: a capacidade que A tem de fazer com que B faça o que A deseja porque A tem a capacidade de impor custos sobre B se isso não acontecer. Em Portugal, os patrões têm hoje demasiado poder. A ameaça de despedimento é obviamente a principal arma. Em tempos de crise essa ameaça é demasiado credível. Por isso, é natural que a greve ocorra sobretudo onde os trabalhadores conquistaram uma maior capacidade, através da sua acção colectiva, de diminuir esses custos. Por isso é natural que a greve geral de ontem tenha sido mais elevada na função pública, nas empresas públicas e em algumas grandes empresas do sector privado onde os trabalhadores estão mais organizados e resistem melhor à fragmentação das solidariedades de classe. (...) Dito isto, parece que até aí a greve também não atingiu a adesão de outras greves. A conclusão parece-me tão clara quanto dura: «foi a mais fraca greve geral até hoje organizada em Portugal».» («Tempos sombrios», no Ladrões de Bicicletas.)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
A tentação moralizadora é muito grande. Não deixa no entanto de ser um precedente perigoso defender que seja o estado a impor a moral aos cidadãos, abafando-os na sua soberania racional.
ResponderEliminarQuem define o que são "valores fundamentais"?
Se ninguém pode definir valores fundamentais, então não faz sentido que alguém defina como valor fundamental que o estado não possa impôr valores.
ResponderEliminarClaro que há direitos fundamentais. As leis aplicam-se a todos por igual, por exemplo.
Esse é um direito fundamental.
Nota: JSM é realmente excelente :)
«Quem define o que são "valores fundamentais"?»
ResponderEliminarOs cidadãos. Democraticamente e através da Constituição.
hola,
ResponderEliminaracá nos perguntamos:? Cuál la razion que Hugo Chavez y Evo Morales fazen y dizen lo que quer con brazil y brasileños ainda baten palmas para el ditadores.
Evo Morales tomou na marra petrobras de brasileños y su presidiente aceitou muy calado y ainda diz que fue justo.
Hugo Chavez faz una propaganda muy ruin en mundo do proalccol brasileño y su presidiente ainda bate palmas para el ditador Hugo Chavez.
perdón nosa indescricion, más es muy dificil de entender porque brasileños tien tanto miedo de Hugo Chavez y Evo Morales.
la verdad es que si continuar asin Hugo Chavez y Morales conseguindo tudo de brazil na força con mucha facilidad, con cierteza su provincia de ACRE será también tomado na força y con cierteza su presidiente y brasileños van más una vez ficar caladitos y ainda bateren palmas .
perdón la sinceridad y portuñol.
Esteban Crustille
Córdoba
Esteban,
ResponderEliminareste blogue é de portugueses! ;)
http://antoniocicero.blogspot.com/2007/05/entrevista-washington-castilhos.html
ResponderEliminarricardo, achei que este post poderia eventualmente interessar-te.
Precisamente, se as leis se aplicam para todos, porque deverá haver classes de cidadãos privilegiados, que têm direito a propaganda estatal, de modo a melhorar a sua aceitação por parte da sociedade?
ResponderEliminar«small»,
ResponderEliminaro cartaz que gerou esta discussão não é propaganda estatal. É da JS. Os partidos políticos não têm direito a fazer propaganda?