- «Há razões para pensar que o urbanismo, ou seja, o planeamento da construção de bairros, urbanizações e loteamentos nas cidades e vilas, e da respetiva arquitetura, são tarefas que seriam melhor efetuadas pelo Estado (isto é, pelos municípios). Os bairros mais agradáveis e bem planeados que a cidade de Lisboa (de que falo por melhor a conhecer) dispõe, como o bairro do Arco do Cego ou o bairro de Alvalade, são o resultado de urbanismo feito pelo Estado. O Estado (o município de Lisboa) expropriou os terrenos que hoje formam esses bairros, planeou o traçado das ruas, a altura e tipologia dos prédios, e a sua arquitetura, e depois vendeu as terras a construtores privados para que eles levassem a cabo a construção e posterior venda das casas. O contraste entre urbanismo feito pelo Estado e urbanismo feito por privados é particularmente visível no bairro de Telheiras. Telheiras é constituída por duas partes: a parte a Oriente do Eixo Norte-Sul, que foi urbanizada pela Empresa Municipal de Urbanização de Lisboa (EPUL); e a parte a Ocidente desse Eixo, que foi urbanizada por diferentes privados. Assim, a Oriente do Eixo Norte-Sul, temos um bairro com ruas suficientemente largas, prédios razoavelmente baixos, uma arquitetura com ligeiras variações dentro de um padrão uniforme, e uma zona comercial claramente delimitada; na parte urbanizada por privados, as ruas são insuficientes para a altura dos prédios, os prédios são demasiado altos, as arquiteturas são contrastantes em cores e volumetrias, a densidade de construção é abusiva, e não há zonas comerciais evidentes.» («O urbanismo é tarefa do Estado?», no Blogue Liberal Social.)
- «O país está finalmente a concluir que José Lello, esse pilar da nossa engenharia (hidráulica, electrotécnica, mecânica?), da política socialista, da nossa administração pública e privada e da política externa, das comunidades portuguesas e da culturalidade desportiva, aquém e além-mar, está ainda manifestamente sub-aproveitado. Apesar de já muito ajoujado como gestor e administrador de empresas, dirigente desportivo, deputado, administrador da AR, Presidente da Assembleia Parlamentar da NATO e, ainda, responsável pelo Departamento de Relações Internacionais do PS. Pelo menos. A verdade é que José Lello se aplicou ao longo dos anos, na aparelhagem socialista e do Estado, a desenvolver múltiplos talentos empilhadores que «in illo tempore» o terão feito (dizem-me) vendedor na «Catterpillar»: evidencia hoje total descontracção no accionamento em simultâneo de várias "expertises" - da promoção de qualquer banha-da-cobra, à penetração do submundo futebolistico, passando pela gestão contabilistica criativa de campanhas eleitorais «off-shores». E ainda demonstra apurado faro no “head hunting” de representantes socialistas e consulares devidamente encartados no Jogo do Bicho ou engenharias similares.» («O Jogo do Bicho», no Causa Nossa.)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
Sem comentários:
Enviar um comentário
As mensagens puramente insultuosas, publicitárias, em calão ou que impeçam um debate construtivo poderão ser apagadas.