domingo, 4 de março de 2007

Neo-Liberais

Em Agosto comecei a escrever uma série de artigos chamados «falácias da ética neo-liberal» (que ainda não terminei). No primeiro de todos, começava por esclarecer que adopto a palavra neo-liberal devido às confusões que podem advir da palavra "liberal". Muitos são chamados ou se auto-intitulam liberais, e o termo pode significar muitas coisas diferentes. Cheguei a escrever isto:

«A palavra "liberal" é uma palavra confusa.

Dependendo dos contextos, pode designar qualquer posição tendencialmente libertária, pode designar qualquer posição favorável a uma menor intervenção do estado na economia, pode designar ambas estas posições, e ainda pode designar qualquer posição de esquerda (nos EUA, por exemplo).»


Afinal a palavra "liberal" é ainda mais confusa!
Como leitor habitual do Blasfémias, fico a saber que «o maior defensor do liberalismo em Portugal» defende que Salazar foi um governante liberal, que Portugal precisa de um «Papa», que a liberdade não existe sem religiosidade, e que o poder absoluto e incontestado é essencial para o liberalismo.

Ou seja: neste momento qualquer que seja a ideologia política de um indivíduo, existe sempre uma definição de liberal que nele se pode encaixar. Mesmo que se trate de um defensor da autoridade incontestável...

9 comentários:

  1. A palavra «liberal», em Portugal, está a ser usurpada por defensores de regimes autoritários e clericais. O Arroja é um excelente exemplo.

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  2. libertário é o mesmo que anarquista ou antiautoritário. está longe de se confundir com o liberalismo

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  3. Um libertário não é necessariamente um anarquista. Pode limitar-se a defender que o Estado não se meta na esfera individual dos cidadãos sem defender a supressão do Estado.

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  4. Muitos blasfemos são liberais à Garrett...

    Ler o Pedro Arroja não me surpreendeu muito. O que me espantou foi ver o João Miranda ripostar. Ele sim, é um liberal verdadeiramente exótico.

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  5. basta uma pesquisa rápida pela net para ver que anarquista e libertário são praticamente equivalentes.

    um estado, mesmo sendo mínimo, é uma forma de poder e autoridade que um@ libertári@ não pode admitir

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  6. Francisco,

    O que é ser liberal à Garrett? (a sério que não sei)


    Ricardo e Panúrgio,

    Não vale a pena discutir entre as linhas de divisão entre libertário e anarquista porque ninguém no blasfémais corresponde a esse perfil...

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  7. Pedro Fontela,

    a classificação política do blasfémias não me interessa minimamente. simplesmente o termo foi mal usado no artigo e pensei que teria interesse corrigir

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  8. O Almeida Garrett é um ícone do Liberalismo português mas ao ver ameaçado o aristocracismo, saiu em defesa da ascendência e do bom nome como qualidades necessárias de um verdadeiro liberal... Creio que chegou a fazê-lo na Assembleia.

    Enfim, queria dizer que há liberais e liberais. Talvez o Liberalismo português padeça dessa vertente conservadora há mais tempo do que se pensa.

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