segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Leituras recomendadas (8/1/2007)

  1. «O debate público e o extremar dos argumentos são prejudiciais ao "sim", o ruído e a discussão inflamada afastam os indecisos. Estas são as condições objectivas. O "sim" tem um caminho de grande delicadeza a percorrer e mesmo o mais justo dos discursos pode fazer perder votos. É uma luta dura, onde do outro lado estão convicções religiosas.» («O pior vem aí», no Diário de Notícias.)
  2. «O Governo e o PS insistem em desconversar e em "chutar para o lado" sobre a questão do trânsito dos voos da CIA em aeroportos portugueses. Não basta dizer que "não há provas" de cumplicidades nacionais nos alegados voos, como ontem voltou a suceder. Perante os preocupantes dados já divulgados, o Governo deveria ser o primeiro a querer saber: (i) se houve voos ilegais e quantos; (ii) se a CIA abusou das facilidades nacionais, para transportar detidos à margem do direito internacional; (iii) se foram cumpridos os procedimentos regulares pelos serviços aeroportuários e demais autoridades nacionais em relação a esses voos». («Nada a esconder», no Causa Nossa.)
  3. «Em 3 anos e meio este blog recebeu centenas de comentários anónimos. Nestes incluo os pseudónimos que não remetam para sites, blogs e endereços (...) Creio não estar enganado se disser que só 2 ou 3 desses comentários foram "normais". Todos os outros resvalam para o insultuoso. Têm sempre qualquer coisa de histriónico, às vezes mesmo de histérico (...) O anónimo dos blogs é uma criatura contraditória, uma contraditura: para gritar mais alto a sua extrema individualidade recorre à omissão da identidade - real ou imaginária.» («A anomia anónima», no Os tempos que correm.)

3 comentários:

  1. Pela qualidade miseravel do portugues em que sao escritos, fico com a ideia de que a esmagadora maioria dos comentarios anonimos vem de miudos muito novos e talvez por isso timidos. Em todo o caso, o anonimato é quase sempre uma forma de cobardia e anda frequentemente associado à calunia, à denuncia, à criminalidade.

    Lembro-me sempre dos chibos do antigo regime, que entregavam os colegas de trabalho à PIDE sem nenhuma razao aparente, ou dos vizinhos que em Franca denunciavam os judeus ao exercito ocupante, ou os desgracados que em Espanha entregavam os republicanos à Falange... O medo dos outros é sempre uma fraqueza perigosa.

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  2. eu sou uma defensora acérrima do anonimato, no sentido de que as pessoas que optam, como eu, por escrever sob pseudónimo têm o direito de não revelar a sua identidade.

    quem não gosta dos comentários anonimos, isto é, não registados, pode optar por não os aceitar. foi essa a minha opção na caixa de comentários.

    mas vejo com muita apreensão esta investida anti-anonimos...

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  3. cãorafeiro,
    os insultos mais violentos que já recebi vieram sempre de anónimos. Sempre.

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