tag:blogger.com,1999:blog-11334150.post8929671128719879232..comments2023-10-26T15:13:35.238+01:00Comments on Esquerda Republicana: Burca e nicabe: a opinião de Catherine KintzlerRicardo Alveshttp://www.blogger.com/profile/03801903003049105480noreply@blogger.comBlogger8125tag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-10258294327244679402009-07-09T00:03:08.872+01:002009-07-09T00:03:08.872+01:00"Nuno,
não há pais do mundo (que eu saiba) em..."Nuno,<br />não há pais do mundo (que eu saiba) em que o uso de calças de ganga seja imposto pela polícia ou pela milícia, sob pena de espancamento - e no entanto é mesmo isso que se passa no Irão, por exemplo. Também não país nenhum do mundo em que autoridades religiosas condenem quem não usa calças de ganga (novamente, que eu saiba...). A diferença é essa."<br /><br />Então, vamos mudar o exemplo: uma lei proibindo os homens de usar barba.Miguel Madeirahttps://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-58027570135339363362009-07-06T11:03:06.498+01:002009-07-06T11:03:06.498+01:00Nuno,
em primeiro lugar proibir a mini-saia e proi...Nuno,<br />em primeiro lugar proibir a mini-saia e proibir a burca não é a mesma coisa. As mulheres usam a mini-saia porque querem, a burca porque são obrigadas pelos homens da sua comunidade. Proibir a mini-saia era puritanismo. Obrigar as mulheres a andar de burca é também puritanismo. A primeira era proibida em nome do conservadorismo, talvez religioso. A segunda é imposta em nome do conservadorismo, também religioso, e proibida em nome da igualdade entre mulheres e homens e da sociabilidade no espaço público (reconhecer com quem nos cruzamos).<br /><br />Quanto ao abandono escolar, saíram, quando foi imposta a lei do véu, quarenta e quatro raparigas. E três ou quatro rapazes sikh. Que tiveram as possibilidades de ir para escolas privadas, estudar em casa ou fazer exames enquanto alunos externos.Ricardo Alveshttps://www.blogger.com/profile/03801903003049105480noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-78373396196615084352009-07-04T12:41:30.589+01:002009-07-04T12:41:30.589+01:00Caro Ricardo,
O exemplo das calças de ganga era, c...Caro Ricardo,<br />O exemplo das calças de ganga era, como sublinhei, absurdo. Pretendi apenas ilustrar a possibilidade de se abrir a porta para a arbitrariedade: não acho que deva ser o Estado a definir o que constitui vestimenta "opressiva". <br /><br />Quanto ao abandono escolar, veja-se o exemplo dos sikhs e os casos relatados de expulsão de escolas. Não sei se o número é significativo, mas bastará um aluno para achar que há, aqui, um acto de disriminação institucional grave.<br /><br />E se voltarmos uns anos atrás, o Estado Português também não via com bons olhos o uso de minisaia - e também justificavam essa teoria. É a defesa de uma pretensa moralidade como esta que temo possa vir a seguir-se à batalha francesa "contra" a opressão feminina veiculada pelo vestuário.Nunonoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-85162638242385110212009-07-02T14:09:44.481+01:002009-07-02T14:09:44.481+01:00Marco,
a autora do texto é exactamente da opinião ...Marco,<br />a autora do texto é exactamente da opinião de que a burca e o nicabe devem ser proibidos por «anonimizarem» as mulheres, não por serem símbolos religiosos. Como dizes, estamos habituados a ver a cara das pessoas com quem interagimos - o que inclui as pessoas com quem nos cruzamos nas ruas.Ricardo Alveshttps://www.blogger.com/profile/03801903003049105480noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-33437961919489220602009-07-02T14:05:35.637+01:002009-07-02T14:05:35.637+01:00Nuno,
não há pais do mundo (que eu saiba) em que o...Nuno,<br />não há pais do mundo (que eu saiba) em que o uso de calças de ganga seja imposto pela polícia ou pela milícia, sob pena de espancamento - e no entanto é mesmo isso que se passa no Irão, por exemplo. Também não país nenhum do mundo em que autoridades religiosas condenem quem não usa calças de ganga (novamente, que eu saiba...). A diferença é essa. O véu não é um mero símbolo. É um instrumento de opressão das mulheres. E não podemos «emburcar-nos» e não vermos que o é.<br /><br />Quanto às consequências da lei de 2004, a verdade, é que na altura o número de alunas excluídas da escola andou pela meia centena. O que não é impressionante, tendo em conta o elevado número de muçulmanas nas escolas francesas.Ricardo Alveshttps://www.blogger.com/profile/03801903003049105480noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-33667050115064497092009-07-01T23:45:21.419+01:002009-07-01T23:45:21.419+01:00Nuno:
Parece-me evidente que o uso de burcas, len...Nuno:<br /><br /><i>Parece-me evidente que o uso de burcas, lenços e quejandos constituem instrumentos opressivos em relação à mulher - e o seu uso não é, de todo, voluntário.</i> - não é assim tão linear.<br /><br />Eu conheço árabes há muito tempo. Lido com eles com muita faciliade. Aliás, continuo a estudar árabe com árabes: um saudita e um marroquino.<br /><br />Conheço mulheres arabes, completamente independentes, que recusaram grandes oportunidades por exigirem que tomassem tais atitudes.<br /><br />O caso mas evidente disso: Uma argelina casada com um português divorciou-se por ele exigir que ela usasse roupas ocidentais. O divórico é algoi de grave apra oa muçulmanos, mas mais grave é investir contra a sua cultura.<br /><br />Também eu concordo que há outras formas de lidar com a situção e esta não é a melhor.<br /><br />Ifelizmente, no que ao mundo islâmico diz respeito, a França e a Alemanha são tão fundamentalistas como os talibâs.Zeca Portugahttps://www.blogger.com/profile/03866670400149262170noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-89768178665312263542009-07-01T19:01:39.032+01:002009-07-01T19:01:39.032+01:00Ricardo,
O texto não aponta o facto da burca ser u...Ricardo,<br />O texto não aponta o facto da burca ser um símbolo religioso como motivo possível para a sua proibição. Pelo contrário. A autora afirma: "Il me semble impossible d'interdire burqa et voile intégral (niqab) dans l’espace civil au seul motif que ce sont des signes religieux." e ainda "Non pas parce que ce sont des signes religieux, car la laïcité ne les interdit pas dans l’espace civil".<br /><br /><br />Parece-me que se pode ainda levantar a questão social. Para nós no Ocidente, no nosso relacionamento com outras pessoas, é hábito ver a cara uns dos outros. Qualquer um de nós se sente desconfortável se outra pessoa de rosto tapado lhe dirige a palavra. Este é um valor cultural importante; e quem vive entre nós deve esforçar-se por o adoptar.Marco Oliveirahttps://www.blogger.com/profile/17869587541406850153noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-87116505165448981692009-07-01T16:05:04.263+01:002009-07-01T16:05:04.263+01:00Parece-me evidente que o uso de burcas, lenços e q...Parece-me evidente que o uso de burcas, lenços e quejandos constituem instrumentos opressivos em relação à mulher - e o seu uso não é, de todo, voluntário. No entanto, a medida anunciada parece-me também de duvidosa legalidade e eficiência. Imaginemos, por hipótese absurda, que o Estado passa a considerar que o uso de calças de ganga é opressivo? Terei, obrigatoriamente, de mudar a minha aparência? Obviamente, é um exemplo absurdo, mas a medida - tal como é apresentada - pode fazer surgir casos destes. Ou seja, o Estado passa a determinar quais as peças de roupa que, para além de adorno, assumem outras funções - e impede o seu uso. Por outro lado, esta medida vai ter um efeito pernicioso, ao invés de mudar mentalidades: quem usa burca, vai continuar a usar, mas vai também afastar-se da comunidade. Ou seja, vão-se isolar "em gueto" estas pessoas. Aliás, foi o que sucedeu em relação á proibição do véu: muitos miúdos deixaram de ir às escolas. Parece-me que, mais importante que estas medidas, seria incentivar o acesso à educação e às oportunidades sociais, como o emprego e acesso a serviços públicos. Isto sim, poderia fazer a diferença e fazer questionar velhos hábitos opressivos.Nunonoreply@blogger.com