tag:blogger.com,1999:blog-11334150.post6153643702318330842..comments2023-10-26T15:13:35.238+01:00Comments on Esquerda Republicana: Aquilo de que desgostei na actuação do GovernoRicardo Alveshttp://www.blogger.com/profile/03801903003049105480noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-9329914164231268822016-11-15T11:56:03.820+00:002016-11-15T11:56:03.820+00:00Olá Carlos,
Ponto 1:
Com poucas excepções, mal ou...Olá Carlos,<br /><br />Ponto 1:<br />Com poucas excepções, mal ou bem, quase todos acreditam que aumentar a produtividade deve ser uma prioridade, da esquerda à direita. <br />Mas nota que as medidas para elevar a produtividade tipicamente têm efeitos a médio/longo prazo. Na verdade a esse nível o PS fez um trabalho sempre muito superior ao PSD ao apostar na Ciência e no Ensino Superior enquanto esteve no poder. <br />Se elevares a produtividade, o salário médio sobe, e os dados que apresentei deixam de se verificar. Aí serei o primeiro a defender a subida do salário mínimo, como é "normal" em alguém de esquerda. Por exemplo, nos EUA acho que a subida do salário mínimo vai ter um impacto muito positivo na qualidade de vida de muitas famílias, nas oportunidades dos seus filhos, e tudo isto com um impacto negligenciável no desemprego (até pode contribuir para uma diminuição ligeira). <br />Acho é que não se pode pôr a carroça à frente dos bois. <br /><br /><br />Ponto 2:<br />«As 35 horas beneficiam exclusivamente funcionários públicos, pagos com o dinheiro dos impostos que é extraído à economia.»<br />Desculpa, mas essa é uma visão equivocada.<br />Por quatro razões:<br /><br />a) o dinheiro dos impostos é extraído à economia e volta à economia: os funcionários públicos não queimam o seu ordenado nem vivem do ar, eles consomem bens e serviços e produzem bens e serviços (fundamentalmente serviços). Ou seja: parte dos teus impostos paga médicos e enfermeiros, e isso poupa-te dinheiro em despesas de saúde, MESMO que uses exclusivamente os serviços privados (já que os serviços privados têm de cobrar muito menos devido à concorrência de um serviço gratuito). A este respeito, não esquecer o exemplo dos EUA onde os cidadãos pagam muito maior proporção - cerca do dobro - do seu rendimento para acesso a cuidados de saúde (contando o que pagam directamente e indirectamente através de impostos) do que quase todos os países europeus incluindo Portugal.<br /><br />b) É verdade que contratar mais gente pelo mesmo serviço isso prejudica-te enquanto contribuinte. No entanto, subjacente a esse aumento de custo de serviços devido ao "factor trabalho" está uma valorização do trabalho no mercado. Isso quer dizer que isto te prejudica enquanto contribuinte, mas beneficia-te enquanto trabalhador. O valor do trabalho sobe. E sobe mesmo que trabalhes no sector privado (lembra-te do exemplo do gás e do petróleo que dei no comentário anterior). A probabilidade acabares numa situação de desemprego (mesmo que estejas no sector privado!) desce. <br /> <br />c) Portugal ainda está numa situação onde existe falta de procura agregada. A redução do desemprego criada por estas potenciais contratações (a comparar com um cenário onde se mantêm as 40h) leva a um aumento do consumo que estimula também o sector privado. Este argumento não deve justificar esta medida, porque é muito conjuntural (em situações normais um aumento de procura agregada pode não ser vantajoso e trazer meramente inflação), mas traz benefícios crescidos nesta conjuntura específica.<br /><br />d) Os empregadores do sector privado deviam fazer o mesmo e diminuir o número de horas semanais, para que as pessoas tivessem mais lazer, mais tempo para a família, amigos, para se instruírem, para se cultivarem, para descansar, etc. Isto aumentaria a qualidade de vida dos trabalhadores que trabalhariam menos, mas também dos ex-desempregados que trabalhariam mais. Os empregadores deveriam estabelecer horários MENORES do que a lei obriga (alguns fazem-no, mas deviam ser mais). <br />O facto do estado dar um bom exemplo, também beneficia os trabalhadores do sector privado por essa via.<br />João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-18067134241414946082016-11-15T09:37:38.770+00:002016-11-15T09:37:38.770+00:00O teu raciocínio está tecnicamente correcto. Polit...O teu raciocínio está tecnicamente correcto. Politicamente errado.<br /><br />Ponto 1 - Quem ganha o SMN são os trabalhadores do privado. Empresas e/ou industrias que pagam o SMN, e apoiam a sua competitividade nesse facto, devem por uma questão de desígnio nacional ( Elevar sustentadamente o SMN, deveria ser um desígnio nacional, quiçá o primeiro designio económico da nação.) investir continuamente para aumentar a produtividade de cada posto de trabalho. <br /><br />Isso irá reduzir a curto prazo o número de postos de trabalho, mas a médio prazo, não necessariamente. A Alemanha é um exemplo disso mesmo. Importante é que cada um possa viver condignamente do seu salário, o que não acontece em Portugal com um SMN, enquanto este for inferior a 800/1000€.<br /><br />Ponto 2 - As 35 horas beneficiam exclusivamente funcionários públicos, pagos com o dinheiro dos impostos que é extraído à economia. Logo qualquer aumento do custo hora dos recursos humanos públicos significa a sobrecarga da economia com mais impostos, reduzindo a competitividade desta e a sua margem de manobra para aumentar inclusive o Salário Mínimo Nacional.<br /><br />A reposição das 35 horas aos Funcionários Públicos é uma medida clientelar, pois o governo sabe que é na função pública que esta a sua principal clientela eleitoral, só não sabe que está, cada vez menos.<br /><br />A reposição das 35 horas quando o resto da economia não pode, não consegue acompanhar, contribui apenas para aumentar o fosso de privilégios que já separam os FPs dos restantes, e acredites ou não eu conheço muito bem esse fosso. <br /><br />É um duplo erro de governação.<br /><br />Sobre a equipa que o Governo foi buscar, cheira-me que não vai ficar ao serviço do governo. Se ficarem, provam apenas serem ainda mais gananciosos do que eu poderia supor. Se o fizerem irão pagar caro por isso. Não dúvido.Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/17249434854722734576noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-74283938117364195412016-11-10T04:46:29.909+00:002016-11-10T04:46:29.909+00:00«Aquela tua ideia peregrina de que reduzindo o hor...«Aquela tua ideia peregrina de que reduzindo o horário de trabalho para 35 horas em toda a economia a economia vai criar mais postos de trabalho, infelizmente e ao contrário do que tu pensas não teria qualquer impacto, pois dificilmente alguma empresa iria poder aceitar aumentar os custos dos seus recursos humanos, para o mesmo nivel de output. <br /><br />A ideia é boa, mas é apenas isso. Idealismo puro.<br /><br />Nesse sentido, prefiro a ideia da CGTP, de defender sem dó nem piedade o aumento do SMN. ( Sim leste bem, eu à vezes também concordo com a CGTP.)»<br /><br />Vamos imaginar uma empresa que vende uma determinada quantidade de produto a um certo preço, e como tal precisa de X horas de trabalho semanais.<br />Isso quer dizer que lhes rende contratar uma hora de trabalho se o custo W for inferior a um determinado valor B. Acima do valor B fica-lhes mais caro produzir e vender o produto do que aquilo que obtêm, e abaixo do valor B têm lucro, tanto maior quanto o diferencial entre W e B.<br /><br />Se subires o salário mínimo aquilo que o trabalhador recebe por hora passa de W a W'. Se W' for inferior a B, o trabalhador continua a trabalhar as mesmas horas, o seu salário sobe e está tudo bem.<br />Se W' for superior a B, o trabalhador é despedido.<br /><br />Deve o salário mínimo subir ou não? Por um lado estás a aumentar a qualidade de vida daqueles que recebiam W e agora recebem W' (inferior a B) por cada hora, mas por outro lado estás a prejudicar a qualidade de vida daqueles em que a passagem de W para W' é suficiente para que sejam despedidos.<br />Mas por via destes efeitos nunca estás a criar emprego.<br /><br />Agora vamos considerar o que acontece quando o horário é reduzido por lei, assumindo que o rendimento é mantido (no médio prazo a inflação pode levar a que a redução dos horários vá convergindo para a situação em que as pessoas recebam o mesmo por hora, mas vamos considerar o curto prazo que é aquilo a que te referias).<br />Se o horário é reduzido e o rendimento mantido, o salário por hora aumenta de W para W'. E agora está W' acima de B? Bem, aqui o dilema é o mesmo que aquele apresentado acima. Por esta via esta alteração pode criar desemprego, tendo como contrapartida um aumento da qualidade de vida dos que não perdem emprego.<br />MAS, ao contrário da situação anterior, tens um novo efeito. É que o empregador vai contratar as tais X horas de trabalho desde que o custo de cada hora seja inferior a B. Assim, nos casos em que W' for inferior a B, o número de trabalhadores vai passar de X/40 para X/35. Um aumento de cerca de 7% em média.<br /><br />Agora isto não diz qual é o balanço entre os dois efeitos (e nem sequer considerei outros efeitos de segunda ordem, etc.). Não sabemos se diminuir para as 35 cria ou destrói emprego no total (no curto prazo, repito - no longo prazo cria), mas podemos saber que terá sempre menos desemprego que ao aumento do salário mínimo já que o efeito que destrói é igual em ambos os casos e o efeito que cria é específico deste.<br /><br />Sobre a equipa que o governo foi buscar ao sector privado, nada contra. Mas os vencimentos que se oferecem em Portugal são muito elevados por padrões europeus (nem digo isto face ao nosso nível de vida, digo-o em absoluto. Empresas com a nossa dimensão pagam menos nos restantes países europeus à sua gestão de topo), e não há assim tanta falta de gente com formação. João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-3732892559738832462016-11-08T08:47:44.754+00:002016-11-08T08:47:44.754+00:00Já agora, a politica de remunerações dos mais alto...Já agora, a politica de remunerações dos mais altos cargos públicos, mantém a orientação Salazarista, de se manterem artificialmente vencimento conhecidos baixos para depois se retirar as devidas vantagens por baixo da mesa.<br /><br />Esta é mais uma daquelas situações que confirma que a nossa actual democracia, é filha primogénita do estado novo, e como ainda não matou o pai, continua a não ser suficientemente madura e independente para construir os alicerces do seu próprio futuro.<br /><br />Bem sabemos que os cargos politicos são apenas uma catapulta para outros cargos, mas isso só irá funcionar, enquanto os que hoje supostamente servem o interesse público, continuarem na realidade a servir os interesses dos seus futuros patrões.<br /><br />Se queremos politicos realmente independentes, temos que criar as necessárias condições que lhes permitam sê-lo, não só DURANTE como DEPOIS do exercício de cargos público.<br /><br />Criar condicionantes consecutivas e períodos de nojo, sem qualquer compensação, são só mais da mesma ilusão e hipocrisia em que parece que todos gostamos de chafurdar.Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/17249434854722734576noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-73871041512033177862016-11-08T08:40:28.365+00:002016-11-08T08:40:28.365+00:00Para não ser acusado de ser contrário a algumas da...Para não ser acusado de ser contrário a algumas das tuas opiniões (poucas apesar de tudo) no texto em que referes o que este governo fez de bem, sou obrigado por uma questão de consciência a vir aqui agora discordar de algumas análises que fazes, só que desta vez sou eu que estou do lado do governo.<br /><br />Aquela tua ideia peregrina de que reduzindo o horário de trabalho para 35 horas em toda a economia a economia vai criar mais postos de trabalho, infelizmente e ao contrário do que tu pensas não teria qualquer impacto, pois dificilmente alguma empresa iria poder aceitar aumentar os custos dos seus recursos humanos, para o mesmo nivel de output. <br /><br />A ideia é boa, mas é apenas isso. Idealismo puro.<br /><br />Nesse sentido, prefiro a ideia da CGTP, de defender sem dó nem piedade o aumento do SMN. ( Sim leste bem, eu à vezes também concordo com a CGTP.)<br /><br />Quanto à administração da CGD, é falso que o vencimento do futuro (ou será ex-futuro) presidente do CA venha a receber 30 000€/mês uma vez que praticamente 2/3 desse vencimento são impostos. Poderás sim criticar o que lhe foi oferecido para alem do vencimento, mas isso parece que ninguém está interessado em apurar.<br /><br />Embora subscreva por principio que todos os gestores públicos devam estar sujeitos às leis da república, temo que se esta administração se recusar a entrar para a CGD (e isso pode mesmo vir a acontecer) o governo venha a ter aqui um grave problema, porque pelo que sei, não há mais nenhuma equipa disponivel para fazer o que tem que ser feito na CGD, e arcar com a responsabilidade de ter de despedir 25 a 30% dos funcionários, para o resto da vida. Logo e tendo em conta que esta administração não irá ficar na CGD para sempre, e de FACTO não estamos a falar de GESTORES PÚBLICOS de carreira, antes de uma equipa que o governo foi obrigado a ir buscar ao sector privado, talvez não fosse má ideia, abrir uma excepção, que de resto e face ao exposto, na minha opinião só iria confirmar e reforça a regra.<br /><br />Pelo atrás exposto considero que o país terá mais a perder que a ganhar, se o governo for obrigado a ter de encontrar uma outra equipa para liderar a CGD, e essa demora começa a ter consequências graves, porque ninguém na CGD está a concluir operações, à espera que a nova Administração seja eleita, e isso começa a ter consequências trágicas para algumas empresas.<br /><br />A redução em 10% do orçamento para a saúde é de facto a medida mais grave deste governo. Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/17249434854722734576noreply@blogger.com