tag:blogger.com,1999:blog-11334150.post2791786679867685583..comments2023-10-26T15:13:35.238+01:00Comments on Esquerda Republicana: Sobre a "taxa das dormidas"Ricardo Alveshttp://www.blogger.com/profile/03801903003049105480noreply@blogger.comBlogger11125tag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-89551246472790754012014-11-23T10:42:02.481+00:002014-11-23T10:42:02.481+00:00«João Vasco, se 60 euros para comer fazem falta no...«João Vasco, se 60 euros para comer fazem falta no fim do mês a muita gente, isso é a prova de que a classe média está a acabar.»<br />Para comer ou seja para o que for, que cada um tem as suas prioridades. <br />Mas concordo que a classe média está a acabar nos países ricos. Aliás, o trabalho do Piketty mostra isso com enorme clareza.<br /><br />«E a taxa máxima do IVA na restauração vem agravar isso ainda mais.»<br />Isso é confundir o sintoma com a causa. <br />Se o estado usar algumas das insuficientes receitas de que dispõe a aliviar a carga fiscal aos restaurantes contribui muito menos para atenuar a erosão da classe média do contribuiria se usasse essas receitas para baixar as propinas no ensino superior, ou melhorar a qualidade das escolas, ou evitasse roubar aos pensionistas as pensões a que têm direito de acordo com o TC. E se existisse dinheiro para tudo isto, e para baixar as taxas moderadoras no SNS, e para tudo aquilo que faz falta, nesse caso seria sempre preferível diminuir o IRS das classes mais baixas, do que o IVA dos restaurantes. <br />Porque nesse caso o dinheiro não iria para todos os que comem em restaurantes (que serão em menor proporção das classes mais baixas) e sim para as classes de menores rendimentos, que ainda por cima poderiam escolher o que fazer com o dinheiro: se comer em restaurante ou se usar marmita à mesma e ter uns extras para ir ao cinema/teatro. João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-88060447018841986772014-11-22T15:17:05.538+00:002014-11-22T15:17:05.538+00:00João Vasco, se 60 euros para comer fazem falta no ...João Vasco, se 60 euros para comer fazem falta no fim do mês a muita gente, isso é a prova de que a classe média está a acabar. E a taxa máxima do IVA na restauração vem agravar isso ainda mais. Sim porque, fique claro, eu não acho que quem gasta seis euros por dia (em Braga gasta-se quatro) numa refeição completa seja rico. Quem não o pode fazer é que é pobre.Filipe Mourahttps://www.blogger.com/profile/02271995980543311487noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-45204187290155546292014-11-22T14:08:55.614+00:002014-11-22T14:08:55.614+00:00Filipe, tu consideras que gastar 6e num almoço não...Filipe, tu consideras que gastar 6e num almoço não é muito. Mas se multiplicares 6e por 22 dias úteis, tens uma conta de 132e. <br /><br />Se alguém tem muito dinheiro, então bem pode pagar os 23% de IVA correspondentes (neste caso, 25e dos tais 132).<br /><br />Mas se alguém tem pouco dinheiro, vai preferir poupar grande parte desses 132e (com marmita consegues os mesmos almoços por menos de 50e), seja o IVA de 23% ou 0%. Porque continuam umas boas dezenas de euros em jogo (cerca de 60e), e quem tem pouco dinheiro, vai considerar muito importantes esses 60e. <br /><br />As pessoas são "obrigadas" a abdicar de várias coisas quando 60e fazem muita falta ao fim do mês. Almoçar num restaurante está muito longe de me parecer das mais graves. E o estado abdicar de receber receitas com o objectivo de diminuir o custo de almoçar no restaurante - que é algo que tem pouco dinheiro geralmente não quer à mesma - quando faz falta dinheiro para coisas muito mais importantes (logo para começar, não roubar pensionistas e funcionários públicos), é algo que me parece uma péssima decisão. João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-46055419638310693302014-11-21T04:40:49.479+00:002014-11-21T04:40:49.479+00:00João Vasco, comer de marmita não é revoltante nem ...João Vasco, comer de marmita não é revoltante nem vergonha nenhuma, pois não. Mas ninguém deveria ser obrigado a comer de marmita. De resto se na zona onde a tua namorada trabalha não há restaurantes baratos, isso é preocupante. Sei que há zonas assim em Lisboa (muito turísticas). Mas na maior parte dos locais há restaurantes que deveriam permitir a alguém lá almoçar quotidianamente sem ter que ser rico. (Muita gente não pode, é claro, mas isso é outro problema. Não podemos é considerar que gastar seis euros num almoço (em Braga consegues almoçar por menos) é um luxo. <br />Almoçar fora é a única opção para muita gente, que não sabe cozinhar ou simplesmente não tem tempo para preparar as suas refeições todas.<br />Admito que há bons argumentos para a restauração não ter o IVA mínimo. Mas também os há muito bons para não ter o máximo. Soluções salomónicas nem sempre são exequíveis, mas neste caso a solução salomónica do IVA intermédio é-o perfeitamente, e parece-me ser a melhor.Filipe Mourahttps://www.blogger.com/profile/02271995980543311487noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-41936861621545599342014-11-21T04:26:37.241+00:002014-11-21T04:26:37.241+00:00Miguel, o Continente tem entrega ao domicílio que ...Miguel, o Continente tem entrega ao domicílio que os meus pais (que moram num terceiro andar sem elevador) usam. E não cobra(va) pelos sacos. Será que eles aceitam entregar em sacos do cliente? Será que eles entregam se o cliente não comprar sacos (ou comprar poucos sacos), por exemplo?Filipe Mourahttps://www.blogger.com/profile/02271995980543311487noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-53755590464280001252014-11-20T12:03:58.083+00:002014-11-20T12:03:58.083+00:00escaparam palavras na última frase:
«Existem cois...escaparam palavras na última frase:<br /><br />«Existem coisas realmente indignas nos salários de miséria que as pessoas têm tido, e na subida dos custos de vida e descida dos salários reais. Essa não é uma delas.»João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-46254986198486506132014-11-20T12:02:04.785+00:002014-11-20T12:02:04.785+00:00Filipe, é verdade que o meu trabalho agora é numa ...Filipe, é verdade que o meu trabalho agora é numa universidade e eu tenho acesso acesso a uma cantina. Mas ainda recentemente estive a trabalhar numa empresa e não comia no restaurante porque é muito caro e não tinha dinheiro, fosse o IVA 23% ou 12%. Mesmo que fosse 0%.<br />A minha namorada trabalha numa empresa e come diariamente com marmita. Não porque o IVA seja 23%, mas porque restaurante é um serviço muito caro, principalmente se for usado rotineiramente. <br /><br />Aliás, tendo em conta que o salário médio em Portugal é relativamente baixo, e o mediano ainda menos, creio que muita gente come com marmita, não porque o IVA é de 23%, mas sim porque não ganhariam o suficiente para comer no restaurante todos os dias úteis, nem que o imposto fosse de 0%. <br /><br /><br />Na verdade, se as receitas do estado diminuírem no valor dessa diferença, podem obrigar as pessoas a fazer coisas bem mais graves do que comer de marmita: basta ver a redução nas pensões, inconstitucional, para pensar naquilo que certas pessoas têm sido "obrigadas" a suportar. <br />Ou na ausência de bolsas e apoios sociais que têm efectivamente obrigado certas famílias a escolher que os filhos não frequentem o ensino superior. E por aí fora.<br /><br />Se existisse margem para diminuir impostos ou aumentar despesas, imagino mil e uma coisas que seriam mais importante deixar de "obrigar" as pessoas, do que evitar que fossem "obrigados" a comer de marmita. Porque comer de marmita não é vergonha nenhuma. Não é indigno nem revoltante. Existem realmente indignas nos salários de miséria que as pessoas têm tido, e na subida dos custos de vida e salários reais. Essa não é uma delas. João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-324908355018780302014-11-19T21:09:35.375+00:002014-11-19T21:09:35.375+00:00Ó João Vasco, fala por ti. Nem todos os empregos d...Ó João Vasco, fala por ti. Nem todos os empregos dispõem de cantinas. E não concordo que se obrigue os trabalhadores a andarem de marmita.Filipe Mourahttps://www.blogger.com/profile/02271995980543311487noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-49881569209352424222014-11-18T13:54:56.548+00:002014-11-18T13:54:56.548+00:00Pois. Creio que o Governo não esteve mal na questã...Pois. Creio que o Governo não esteve mal na questão dos sacos (e da fiscalidade verde em geral).<br /><br />De qualquer forma, não deixa de ser engraçado que o Governo que aumentada da forma que aumentou a carga fiscal (IRS, IVA, etc.) consiga agora centrar os holofotes nesta medidinha do António Costa. Não gosto da medida, mas sinceramente, nada justifica a atenção que teve quando comparamos com tantas outras questões que passaram por baixo do radar.João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-70560463241114136222014-11-18T10:10:42.676+00:002014-11-18T10:10:42.676+00:00Duvido que a taxa sobre os sacos vá criar situaçõe...Duvido que a taxa sobre os sacos vá criar situações confusas, por uma razão - acho que essa taxa já existe há anos, o governo limitou-se a aumentá-la; ora, se fosse para provocar situações confusas, já o teria provocado (penso que o mecanismo seja o mesmo quer a taxa seja de dois ou de oito centimos)Miguel Madeirahttps://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11334150.post-51950128004417458042014-11-18T04:32:19.326+00:002014-11-18T04:32:19.326+00:00Este Governo é perito nisso. Domina o enquadrament...Este Governo é perito nisso. Domina o enquadramento ("framing") do debate público, e só isso permitiu chegarem tão longe no ataque à população. Armam uns "escandalozecos" e depois é ver as pessoas falar naquilo que eles querem que se fale, mesmo as que mais os querem atacar caiem na armadilha.<br /><br />Posto isto, se ir comer fora não é um luxo, certamente não é uma necessidade. O Governo subiu o IVA dos restaurantes na pior altura possível, levando à falência escusada de inúmeros estabelecimentos. Mas o IVA do sector da restauração a meu ver não podia deixar de ser a taxa máxima. A mudança devia ter sido feita em melhor altura, mas agora que foi feita não devia voltar atrás. Baixar o IVA dos restaurantes, só se for para baixar o IVA de tudo. João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.com