domingo, 20 de fevereiro de 2011

Tunísia: a vanguarda laicista do Magrebe

Há três meses atrás, seria considerado louco quem manifestasse a esperança de ver uma manifestação pela laicidade nas ruas de uma capital do Magrebe. Pois aconteceu ontem, em Tunes.

O pretexto imediato foram eventos como o assassinato de um padre católico, uma manifestação islamista anti-semita diante de uma sinagoga, e a tentativa, por islamistas, de incendiar uma rua de prostituição. A manifestação que podemos ver no filme afirmou claramente os valores da laicidade, da tolerância e da paz. Contra o perigo islamista.

Se existe um risco real de a revolução egípcia ser anulada pelos generais ou pelos islamistas, na pequena Tunísia há sinais de um movimento laicista e democrático que poderá desmentir todos os «civilizacionistas» e xenófobos que há décadas nos tentam convencer que um país árabe de população muçulmana não poderia nunca ser uma democracia laica.
Discute-se a perseguição às prostitutas; o véu islâmico; o papel das mulheres; o lugar da religião na vida pública; no fundo, a laicidade. Vivemos tempos de incerteza, mas fascinantes. A Tunísia, país da primeira revolução democrática árabe, dá-nos esperança de que tudo corra pelo melhor.

[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]

4 comentários:

  1. Uma república laica não é obrigatoriamente um lugar mais tolerante

    A perseguição à prostituição à chamada caspa de Lon Nol começou no Cambodja laicizado pelos Khmers
    vermelhos

    E muitos dos califados admitiram a sua presença

    Houve regimes religiosos no mundo árabe bastante abertos e tolerantes

    O que é considerado hoje islamismo radical confunde-se muito com outros movimentos laicos xenófobos e anti-ocidentais

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  2. «Uma república laica não é obrigatoriamente um lugar mais tolerante»

    Ahn?? Por comparação com o regime do Ben Ali? Até fica mal responder...

    «A perseguição à prostituição à chamada caspa de Lon Nol começou no Cambodja laicizado pelos Khmers
    vermelhos»

    Opá. Os Khmers ditatoriais, repressivos e que forçaram o ateísmo de Estado eram tudo menos laicos.

    «E muitos dos califados admitiram a sua presença»

    Pois. Ninguém imagina o regresso de um califa. Felizmente.

    «Houve regimes religiosos no mundo árabe bastante abertos e tolerantes»

    Tais como? Ainda acredita no Al-Andalus modelar e tolerante?

    «O que é considerado hoje islamismo radical confunde-se muito com outros movimentos laicos xenófobos e anti-ocidentais»

    Asneira pura, este último parágrafo.

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  3. Pois. Ninguém imagina o regresso de um califa. Felizmente.Ora ora nunca se sabe

    «Houve regimes religiosos no mundo árabe bastante abertos e tolerantes»

    Tais como? Ainda acredita no Al-Andalus modelar e tolerante?
    era preferível aos reinos cristãos

    «O que é considerado hoje islamismo radical confunde-se muito com outros movimentos laicos xenófobos e anti-ocidentais»

    Asneira pura, este último parágrafo

    nem por isso muitos dos operacionais que foram treinados para o Afganistão nos anos 90
    não eram religiosos em extremo

    mas eram anti-sov'se desprezavam o ocidente que consideravam decadente com falta de valores..logo

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