sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Revolução autêntica e artificial - um argumento visual



Imagem apanhada aqui.

8 comentários:

  1. Será? A Grécia juntou anteontem 75 mil numa praça. Chega para ser democrática a revolução? Depois de a polícia aparecer e dispersar tudo à bastonada já só eram 1000, deixou de ser democrática a revolução?

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  2. nando,

    Na Grécia não houve revolução alguma.

    Não se pode falar em revolução democrática aos 75 mil e não democrática aos 1000, porque não houve revolução nenhuma.


    No Egipto poderia não ter havido revolução nenhuma, e durante vários dias muitos (eu incluído) ficaram na dúvida se a mobilização popular iria conseguir os seus objectivos, ou ser reprimida com sucesso pelo poder instituído.
    Mas foram bem sucedidos, o regime anterior acabou em resultado da mobilização popular, e por isso foi uma revolução autêntica.

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  3. Em "revolução democrática" não se pode falar, nunca. O ponto fulcral é que V. pensa que uma "revolução democrática" só pode acontecer onde não existe "democracia", nos termos que V. lhe atribui. Eu teria muito gosto que a "democracia" tivesse funcionado quando os irlandeses saíram à rua contra a intervenção do FMI (e a maioria da população estava efectivamente contra). Mas lá está, a Irlanda é uma "democracia", não há margem para "revolução democrática".

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  4. « O ponto fulcral é que V. pensa que uma "revolução democrática" só pode acontecer onde não existe "democracia", nos termos que V. lhe atribui. »

    Por acaso não disse nada disso.

    Não aleguei que a Grécia é uma democracia para defender que não houve revolução. A minha alegação é bem mais simples e indisputável: não existiu qualquer alteração de regime, logo não existiu revolução.

    Talvez isso seja uma consequência da Grécia ou Irlanda serem Democracias (no sentido que dou ao termo), talvez não. A minha disputa não é essa. Em termos factuais não ocorreram revoluções nesses sítios recentemente. Ponto.

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  5. Revolução, a bem dizer, ainda não houve em lado nenhum apesar dos levantamentos, substituídas que foram apenas as cúpulas da hierarquia.

    Há 2 dias, na greve geral grega, a polícia veio e levou uns 20 protestantes anarquistas que apenas se recusavam a desocupar a praça. Se isto desse jeito e pudesse ser um trunfo para os progressistas, era mediático e tínhamos o jornalismo e os opinion makers a apoiá-lo, como aconteceu aliás com mais ou menos reticências com parte dos conservadores e progressistas ocidentais, o que veio a ser decisivo para moralizar as populações que se começam agora a levantar. A questão que tenho para si é a seguinte: quando as praças forem ocupadas na Europa (como foram já na Irlanda e na Grécia, e provavelmente em Portugal) para recusar pagar a crise, virá a repressão: de que lado estará?

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  6. "e brevemente em Portugal" em vez de "e provavelmente em Portugal"

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  7. «Revolução, a bem dizer, ainda não houve em lado nenhum apesar dos levantamentos, substituídas que foram apenas as cúpulas da hierarquia. »

    No Egipto está a decorrer uma mudança de regime.


    Quanto às praças ocupadas por cá, depende da situação em concreto. Se houvesse uma manifestação amanhã "não queremos pagar a crise" não ia*, mas se essa manifestação fosse reprimida com violência descabida espero que tivesse "tomates" para reagir, participando nas mobilizações populares em resposta à repressão, mesmo a risco de que essas fossem reprimidas com violência igual.

    *O que penso sobre a crise está explicado nos 5 textos "Eu, o Sócrates e a Crise"

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